segunda-feira, 30 de setembro de 2013

10 lugares onde dormem as crianças

Originalmente no HistóriaDigital.org
Esta postagem foi compartilhada nas redes sociais e achei sensacional, a ponto de criar uma postagem para também compartilhar com os meus leitores. As imagem estão compiladas em um livro escrito por James Mollison, intitulado “Onde dormem as crianças”.
James Mollison nasceu no Quênia, em 1973, e cresceu na Inglaterra. Depois de estudar arte e design na Universidade de Oxford Brookes,cinema e fotografia em Newport School of Art and Design, ele se mudou para a Itália para trabalhar no laboratório criativo da fábrica da Benetton.
Mollison viajou ao redor do mundo e decidiu criar uma série de fotografias mostrando quartos infantis. Cada par é acompanhado por uma legenda que conta a história da criança. O projeto tornou-se uma referência de pensamento crítico sobre a pobreza e a riqueza, sobre a relação da criança com a sua realidade.

1- Lamine, 12 anos

Quarto de Lamine
Vive no Senegal. As camas são básicas, apoiadas por alguns tijolos. Aos seis anos, todas as manhãs, os meninos começam a trabalhar na fazenda-escola onde aprendem a escavação, a colheita do milho e lavrar os campos com burros. Na parte da tarde, eles estudam o Alcorão. Em seu tempo livre, Lamine gosta de jogar futebol com seus amigos.

2- Tzvika, 9 anos

Quarto de Tzvika
Mora num bloco de apartamentos em Beitar Illit, um assentamento israelense na Cisjordânia. É um condomínio fechado de 36.000 Haredi. Televisões e jornais são proibidos no assentamento. Em média, as famílias tem nove filhos, mas Tzvika tem apenas uma irmã e dois irmãos, com quem divide seu quarto.
Ele é levado de carro para a escola onde o esporte é banido do currículo. Tzvika vai à biblioteca todos os dias e gosta de ler as escrituras sagradas. Ele também gosta de brincar com jogos religiosos em seu computador, quer se tornar um rabino. Sua comida favorita é bife com batatas fritas.

3- Indira, 7 anos

Quarto de Indira
Vive com seus pais, irmão e irmã perto de Kathmandu, no Nepal. Sua casa tem apenas um quarto, com uma cama e um colchão. Na hora de dormir, as crianças compartilham um colchão no chão. Indira trabalha na pedreira de granito local desde os três anos. A família é muito pobre, por isso todos têm que trabalhar.
Há 150 crianças na pedreira e Indira trabalha 6 horas por dia, além de ajudar as mães nos afazeres domésticos. Ele também frequenta a escola, distante 30 minutos a pé. Sua comida preferida é macarrão. Indira gostaria de ser bailarina quando crescer.

4- Jamie, 9 anos

Quarto de Jamie
Mora com seus pais, irmão gêmeo e sua irmã em um apartamento em Nova Iorque. Jamie frequenta uma escola de prestígio e é um bom aluno. Em seu tempo livre, ele faz aulas de natação e judô. Quando crescer, quer se tornar advogado, como seu pai.

5- Douha, 10 anos

Quarto de Douha
Mora com os pais e onze irmãos em um campo de refugiados palestinos em Hebron, na Cisjordânia. Ela divide o quarto com outras cinco irmãs. Douha frequenta uma escola distante 10 minutos a pé e quer ser pediatra. Seu irmão, Mohammed, matou vinte e três civis em um ataque suicida contra os israelenses, em 1996.
Posteriormente, os militares israelenses destruíram a casa de sua família. O quarto de Douha tem um cartaz do profeta Maomé na parede.

6- Kaya, 4 anos

Quarto de Kaya
Mora com os pais em um pequeno apartamento em Tóquio, no Japão. Seu quarto é forrado do chão ao teto com roupas e bonecas. A mãe de Kaya faz todos os seus vestidos e gostos. Kaya tem 30 vestidos e casacos, 30 pares de sapatos, perucas e um sem número de brinquedos.
Quando vai a escola fica chateada por ter que usar uniforme escolar. Suas comidas favoritas são a carne, batata, morango e pêssego. Ela quer ser desenhista quando crescer.

7- Roathy, 8 anos

Quarto de Roathy
Vive nos arredores de Phnom Penh, Camboja. Sua casa fica em um depósito de lixo enorme e seu colchão é feito de pneus velhos. Cinco mil crianças vivem e trabalham ali. Desde os seis anos, todas as manhãs, Roathy e outras crianças tomam um banho comunitário em um centro de caridade local.
Antes de começar a trabalhar, recolhe latas e garrafas de plástico, que são vendidos para uma empresa de reciclagem. Um pequeno lanche às vezes é a única refeição do dia.

8- Jasmine (Jazzy), 4 anos

Quarto de Jasmine
Vive em um grande casa no Kentucky, Estados Unidos, com seus pais e três irmãos. Sua casa é na zona rural, rodeada de campos agrícolas. Seu quarto é cheio de coroas e faixas, que ela ganhou em concursos de beleza infantis.
A garota já participou de mais de cem competições. Seu tempo é todo ocupado com os ensaios e Jazzy gostaria de ser uma estrela do rock ao crescer.

9- Dong, 9 anos

Quarto de Dong
Mora na província de Yunnam, no sudoeste da China, com seus pais, irmã e avó. Ele divide o quarto com a irmã e os pais. A família tem uma propriedade que permite cultivar quantidade suficiente de seu próprio arroz e cana-de-açúcar. A escola fica distante 20 minutos a pé.
Ele gosta de escrever e cantar. Na maioria das noites, ele passa uma hora fazendo o dever de casa e uma hora assistindo televisão. Dong gostaria de ser policial.

10- Thais, 11 anos

Quarto de Thais
Mora com os pais e a irmã no terceiro andar de um bloco de apartamentos no Rio de Janeiro. Ela divide um quarto com a irmã e vive nos arredores da Cidade de Deus, que costumava ser conhecida pela rivalidade de gangues e tráfico de drogas.
Thais é fã de Felipe Dylon, um cantor pop, e tem pôsteres dele na parede. Ela gostaria de ser modelo.

Como usar em sala de aula

Para os professores que visitam este espaço, esta postagem tem um potencial pedagógico bem bacana. As fotos tratam não apenas de desigualdade social, mas também da relação da criança com o seu entorno social. Alguns aspectos que podem ser abordados em sala de aula
  • No quarto de Douha, temos uma imagem de terroristas islâmicos, um convite ao ódio étnico-religioso. Será que estas imagens são obrigatórias em campos de refugiados palestinos?
  • No quarto de Dong, a imagem de Mao Tsé Tung, líder da Revolução Comunista na China, em 1949. Quais serão os programas que Dong pode assistir na televisão?
  • A questão do trabalho infantil, muito claro na história da vida de Indira e Lamine. Como estas crianças encontram tempo para brincar ou estudar?
  • A criança tratada como um adulto em miniatura, como no caso de Jasmine, vestida para vencer concursos de beleza.
  • Podemos identificar algumas questões ideológicas relacionadas aos Estados Unidos. As crianças fotografadas neste país apresentam excelentes condições de vida, como se não existisse pobreza naquele país.
  • O aproveitamento do espaço doméstico em regiões que agregam muitas pessoas, como no caso das cidades japonesas. O quarto de Kayra abriga centenas de brinquedos e roupas em um pequeno espaço.
  • Qual  a taxa de mortalidade para crianças que vivem em condições de penúria, como Indira, Roathy e Lamine? Quais as doenças que se proliferam em ambientes assim?
  • Como funciona o sistema escolar destas crianças? O que elas aprendem?

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Como o ano de 2000 era imaginado em 1910


he1
Publicado no Conselhos do He-man
Um artista francês chamado Villemard produziu no ano de 1910 uma série de ilustrações imaginando como seria a vida em 2000. As ilustrações foram encontradas no na biblioteca nacional da França, e acredita-se que elas eram uma espécie de figurinhas colecionáveis que vinham em alimentos.
he2Os barcos voariam. Uma espécie de avião bem imbecil.
he3Essas moças estão usando patins motorizados.
he4Uma pessoa passa uma imagem que é enviada de outro lugar. bem parecido com o Skype.
he5Um aluno coloca livros em uma máquina de moer, e pelo jeito, as informações são transformadas em sinais elétricos que vão para a mente dos alunos.
he6Uma incrível máquina que faz uma peça de roupa por vez.
he7Carros de guerra em conflito.
he8O nome dessa imagem é “curiosidade”. Acreditava-se nessa época que a maioria dos animais estariam extintos no ano 2000. As pessoas admiram um cavalo, que na cabeça do artista, seria raro hoje em dia.
he9Segundo a ilustração, é um trem elétrico que liga Paris a Beijing.
he10Um helicóptero sendo detectado por uma torre de comando.
he11Uma patrulha e suas bicicletas armadas.
he12As pessoas poderiam no ano 2000 ouvir o seu jornal favorito. Já pensou?
he13Um policial voador para um avião que está cometendo alguma infração de trânsito aéreo.
he14Um banheiro com vários mecanismos, alavancas e engrenagens. A eletrônica era inimaginável nesse mundo mecânico.
he15Um arquiteto seria o responsável por uma obra inteira, apenas controlando botões. Um dos botões ativa um auto-falante que solta cantadas para as gostosas que passam na rua.
Vi no www.pavablog.com

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Mapa de Waldseemüller

Este mapa, criado pelo cartógrafo alemão Martin Waldseemüller, em 1507, é considerado a certidão de nascimento da América, pois foi o primeiro mapa a dar nome ao novo continente, “descoberto” durante a chamada Expansão Marítima.

Mapa

Clique na imagem para ampliar


Curiosidades


  • mapa de Waldseemüller possui 2,3 metros de largura por 1,20 metro de altura, e é composto por 12 painéis.
  • Martin Waldseemüller (1475-1522) foi um humanista e cartógrafo alemão, cônego em St-Dié, que devotou a sua vida ao estudo geográfico e cartográfico.
  • Além de ser o primeiro planisfério a utilizar a palavra “América” para designar o novo continente, o mapa retrata integral e separadamente o hemisfério ocidental, com uma precisão que surpreende ainda hoje os especialistas.
  • O mapa também representa, na parte oeste do continente, as águas do Oceano Pacífico (Mar del Sur), que só foi descoberto em 1513, pelo navegador espanhol Vasco Núñez de Balboa.
  • No alto do mapa, o autor homenageou o maior astrônomo da Antiguidade, Cláudio Ptolomeu (visto à esquerda) e o navegador AmérO ico Vespúcio (à direita), cujas informações permitiram detalhar o hemisfério ocidental, e que assim daria seu nome ao novo continente.
  • O mapa mostra o litoral brasileiro do Nordeste até o trópico de Capricórnio, inclusive um topônimo –pagus s. pauli – como referência o litoral sudeste.
  • Em trabalhos posteriores, o cartógrafo deixou de lado o nome América para utilizar a expressão “Terra Incognita”. Só depois de 1520, América passou a ser adotada oficialmente pelos cartógrafos.
  • Entre 500 e mil exemplares foram editados na época, só restou esse, descoberto em 1901 e conservado pela família do príncipe alemão Johannes Waldburg-Wolfegg.
  • Em 2003, Waldburg-Wolfegg vendeu o exemplar para a Biblioteca do Congresso, em Washington, por 10 milhões de dólares – o valor mais alto pago pela instituição por um documento.
Sugerimos que você confira, também, o livro de Toby Lester, que trata da história por trás da criação do Mapa de Waldseemüller e do impacto que teve no pensamento moderno.
Livro A Quarta Parte do Mundo

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sexta-feira 13: origem da superstição


A sexta-feira 13 é considerada popularmente como um dia de azar. Esta superstição teve origem no dia 13 de Outubro 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país, e alguns torturados e, mais tarde, executados, por heresia.

Outra possibilidade para esta crença está no fato de que Jesus Cristo provavelmente foi morto numa sexta-feira treze, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico. Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por execução na cruz e Judas por suicídio.

Existem versões que provêm de duas lendas da mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crença de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.

Fonte:

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Na Política: Direita ou Esquerda?


Por onde seguir?
Ao ligarmos a televisão, é muito comum percebermos que as expressões “direita” e “esquerda” são comumente utilizadas para se referir a determinadas personagens e grupos políticos. De fato, poucos sabem por qual razão esses dois termos de orientação tem a função de descrever a perspectiva vigente de algum partido ou político. Para que esse questionamento seja resolvido, devemos nos deslocar até os eventos que marcaram o processo revolucionário francês, nos fins do século XVIII.

 Naquela época, a chamada Assembleia Nacional Constituinte ganhou força política mediante as urgentes reformas que o país necessitava. Em geral, o governo francês estava atolado em dívidas que atingiam a sustentação econômica de amplos setores da sociedade. Com isso, não suportando a pressão daqueles tempos difíceis, o rei Luis XVI organizou uma eleição em que representantes políticos votariam novas medidas que pudessem sanar tantos problemas.

Durante essas reuniões, observamos que as tendências políticas da Assembleia Nacional se viam espacialmente distribuídas. Na ala direita do plenário, os integrantes do funcionalismo real, os nobres proprietários de terra, os burgueses enriquecidos e alguns clérigos recusavam qualquer tipo de reforma que atingisse seus antigos privilégios. Na ala esquerda do mesmo local, os membros da pequena e média burguesia e demais simpatizantes buscavam uma grande reforma que aplacasse a grave crise nacional.
Reunião dos Estados Gerais - França - séc. XVIII.

Com o passar do tempo, a própria disseminação dos atos que marcaram o processo revolucionário francês determinaram a adoção dos termos “direita” e “esquerda”, segundo a divisão feita na Assembleia Nacional. Em suma, os políticos “de direita” representariam o interesse de grupos dominantes e a conservação dos interesses das elites. Por outro lado, os políticos “de esquerda” teriam uma orientação reformista baseada na conquista de benefícios às classes sociais menos privilegiadas.

Sob outra perspectiva, a utilização dos termos “direita” e “esquerda” também pode variar em função das transformações sofridas em determinado contexto político. Os partidários que se colocam contra as ações do regime vigente seriam entendidos como “de esquerda” e os defensores do governo em vigência ocupariam a ala “de direita”. Dessa forma, a determinação dos grupos políticos varia segundo os partidos ou orientação ideológica que controlam o poder central.

Atualmente, a utilização dos termos “direita” e “esquerda” nem sempre consegue definir a natureza mais ampla de um contexto político. Em muitas situações, vemos que antigos adversários políticos colocam suas ideologias de lado para alcançarem um objetivo em comum. Como exemplo, podemos indicar na história do Brasil que a chegada do Partido dos Trabalhadores, rotulado como “de esquerda”, ao governo esteve marcada por diálogos e conchavos com antigos adversários políticos “de direita”.

Segue abaixo um ótimo vídeo produzido pelo blogueiro PC Siqueira onde ele discute as diferenças entre "direita" e "esquerda" no Brasil atual. Vale a pena assistir!



Fontes:

sábado, 7 de setembro de 2013

10 curiosidades sobre a Independência do Brasil

No dia 07 de setembro, comemoramos (ou não) a Independência do Brasil, eternizada no brado retumbante de D. Pedro, em São Paulo, às margens do Rio Ipiranga. Mas será que as coisas aconteceram realmente assim? Dá pra confiar em todos os fatos contados nos livros didáticos? O que a história oficial não mostra? Vamos conhecer 10 curiosidades sobre a Independência do Brasil.
Queridos leitores, estas curiosidades não são suficientes para compreender o contexto histórico em que ocorreu a Independência do Brasil. Para conhecer este contexto, leia o resumo sobre o Primeiro Reinado. Em seguida, se você quer se divertir, experimente o jogo sobre a Independência do Brasil.
Esta postagem foi extraída e adaptada do Guia dos Curiosos. Se você gostou e deseja se aprofundar neste assunto, recomendamos que leia 1822, de Laurentino Gomes. O livro é composto por 22 capítulos intercalados por ilustrações de fatos e personagens da época, e cobre um período de quatorze anos, entre 1821, data do retorno da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, e 1834, ano da morte do imperador Pedro I.
D. Pedro recepcionado como herói da Independência
- O Dia do Fico ocorreu por causa da tentativa da nobreza portuguesa em mandar D. Pedro para Portugal, com objetivo de recolonizar o Brasil. Pedro recebeu milhares de assinaturas pedindo que ficasse. No dia 9 de janeiro de 1822, ele teria dito: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”.
Maria Leopoldina, esposa de D. Pedro, teria alertado sobre a intenção de Portugal recolonizar o Brasil. Ela teria enviado uma carta durante a viagem de D. Pedro a São Paulo, com os dizeres: “(…) Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele (Brasil) fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece (…)”.
- Segundo alguns pesquisadores, D. Pedro estaria na casa de sua amante, a Marquesa de Santos, quando recebeu a carta de sua esposa, a Imperatriz Leopoldina, alertando-o sobre o golpe pretendido por Portugal. Na madrugada de 7 de setembro de 1822, ele inicia sua viagem de volta para São Paulo.
- Ao entrar em São Paulo a comitiva passou pelo Caminho Lavapés – um pequeno córrego que fazia a divisa entre a zona rural e a cidade. Ali os recém chegados a cidade podiam lavar seus pés, normalmente sujos e cansados das longas viagens. Hoje o local chama-se Rua dos Lavapés.
- O Brasil pagou 2 milhões de libras a Portugal pela Independência. D. Pedro não pediu nenhuma possessão portuguesa – caso de Angola, na África, cuja elite quis fazer parte do Império do Brasil para facilitar o tráfico de escravos.
Pintura do Grito do Ipiranga, quadro de Pedro Américo
- O quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, entrou para a história como o retrato do momento da Proclamação da Independência. Mas foi pintado apenas em 1888, em Florença, na Itália, sob encomenda da Corte. O pintor, que nem era nascido em 1822, cometeu alguns exageros.
- Por exemplo, D. Pedro tinha acabado de se encontrar com sua amante Domitila de Castro, a Marquesa de Santos. Ele viajava secretamente, por isso não poderia estar com uma grande comitiva e nem usando traje oficial. Além disso, D. Pedro não estava viajando a cavalo. Para viagens longas só era usado o burro.
- O grito não aconteceu às margens do riacho do Ipiranga, como sugere o quadro e a letra do Hino Nacional. O príncipe bradou o seu célebre grito no alto da colina próxima ao riacho, onde sua tropa esperava que ele se aliviasse de um súbito mal-estar intestinal.
- A Casa do Grito, que também aparece no quadro, é uma das atrações do Parque da Independência, em São Paulo. Feita em taipa, ela foi habitada pela família Tavares de Oliveira, a partir de 1911. Em 1936, a família acabou desapropriada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
- O quadro mede 7,60 metros por 4,15 metros. Mas o maior quadro de Pedro Américo, também o maior do Brasil, é “Batalha do Avaí”, de 1874. A tela tem 66 m2 e está em exibição no Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Levou 26 meses para ser finalizado.
Fonte: www.historiadigital.org


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Alimentação em alto-mar: as grandes navegações europeias

Durante as Grandes Navegações Marítimas Europeias (principalmente nos séculos XV e XVI), as embarcações eram feitas principalmente nos portos de Portugal e na região da Andaluzia, na Espanha. As caravelas mediam cerca de 20 metros de comprimento e pesavam até 80 toneladas. Nessas embarcações, comprimiam-se durante meses de viagem cerca de 60 homens e mais os animais destinados à alimentação, além de armas, munições, alimentos, entre outros. 


O cotidiano dos navegadores não era nada fácil. Além dos medos imaginários, presentes nos pensamentos desses navegadores (como a crença de que o oceano era povoado por monstros e dragões), também existiam os medos reais, as dificuldades de navegar em mar aberto, as tempestades e chuvas intensas, as doenças e a péssima alimentação. 

Neste texto iremos aprender um pouco sobre o cotidiano das Grandes Navegações. Conheceremos mais sobre a alimentação dos navegadores dentro das Caravelas, ou seja, sobre a dieta de bordo dos navegadores. 
Gravura de Alfredo Roque Gameiro (1864 - 1935) 
reproduz o interior de uma nau portuguesa: 
hierarquias diluídas na convivência em alto-mar.
As viagens marítimas nos séculos XV e XVI eram cheias de imprevistos (que ainda hoje ocorrem). Quando a viagem transcorria de forma normal, sem imprevistos, a comida a bordo supria precariamente as necessidades dos tripulantes, mas se ocorresse algum imprevisto, como tempestades, danos físicos nas embarcações ou alguma imperícia do piloto, os tripulantes sofriam com a falta de alimentos.

Nas embarcações, principalmente durante os séculos XV e XVI, o principal alimento era o biscoito. De acordo com o clima e sob certas circunstâncias (invasão de água na embarcação), essa alimentação passava por algumas alterações, ou seja, encontrava-se em péssimas condições para a alimentação (por causa do mofo e da umidade). Geralmente cada tripulante recebia diariamente cerca de quatrocentos gramas de biscoito para sua refeição. 

O vinho tinha presença obrigatória nas embarcações. A água utilizada para beber e para cozinhar era guardada em grandes tonéis ou tanques, inapropriados. Assim, quase sempre a água estava infectada por bactérias, o que sempre provocou infecções e diarreias nos tripulantes. 

Os alimentos sempre eram distribuídos pelo capitão da embarcação e por um ajudante. Essa distribuição dos alimentos era estabelecida em regimentos (porções) e somente o capitão e o ajudante tinham a chave dos estoques de alimentos. A segurança era rigorosa para vigiar os alimentos, pois a sua falta poderia comprometer toda a viagem e causar mortes tanto pela fome, tanto por conflitos entre os tripulantes por causa do alimento.

Juntamente com a tripulação, existia a presença de ratos e baratas, sempre comprometendo a qualidade dos alimentos. Outro fator que contribuía para a falta de higiene era a ausência de banheiros na embarcação – geralmente os tripulantes faziam suas necessidades em recipientes e as lançavam ao mar. Esses fatores contribuíram bastante para a proliferação de doenças e mortes nas embarcações.

Leandro Carvalho

Mestre em História




Fontes (texto e imagens):