quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A ciência do cocô


Estudar as fezes não é coisa de maluco. Pode servir para entender melhor a nossa saúde, a nossa mente e até mesmo o passado de toda a humanidade. Leve a revista para o banheiro e seja bem-vindo ao mundo da coprologia, a ciência que estuda o conteúdo da sua privada.



Estudar as fezes não é coisa de maluco. Pode servir para entender melhor a nossa saúde, a nossa mente e até mesmo o passado de toda a humanidade. Leve a revista para o banheiro e seja bem-vindo ao mundo da coprologia, a ciência que estuda o conteúdo da sua privada.

O que é isso na minha privada?
Cerca de 3/4 das fezes é água pura. Mas a proporção pode variar de acordo com a consistência. Quanto menos água tiver, mais duras elas serão. O resto é sobra de alimento, bactérias mortas e um pouco de muco do intestino grosso para facilitar a passagem.

Pequeno manual do cocô
Uma peça saudável é marrom graças à estercobilina, um pigmento escuro formado na digestão da bile - aquele fluido produzido pelo fígado que facilita a ação das enzimas que digerem as gorduras. Alterações na cor podem vir da ingestão de certos alimentos ou corantes, mas também podem indicar doenças. As principais "cores erradas" são:

Branco ou cinza
Sem a estercobilina, o cocô fica com cara de argila. Isso pode acontecer por algum problema no fígado, pâncreas ou vesícula biliar que esteja bloqueando a passagem da bile. Pode ser uma simples pedra na vesícula ou um tenebroso câncer de pâncreas.

Vermelho
Alguns alimentos, como a beterraba, dão essa cor. Mas se ela persistir pode ser sinal de que você está sangrando em algum lugar do tubo digestivo. Se for vermelho vivo, o problema é na parte final - falando reto: um sangramento anal, as famosas hemorroidas.

Preto
Cocô preto indica sangramento na parte inicial da digestão - talvez na garganta ou estômago. Nesse caso, o sangue é digerido junto e chega preto à privada. O cheiro é importante: dizem que a coisa é tão feia que quem conhece não esquece.

Amarelo
Pode indicar gordura, o que não é bom, já que o corpo deveria absorvê-la. Assim, pode haver algo errado com o seu sistema digestivo (ou a sua dieta). E a cor é a parte menos nojenta: o cocô "gordo" cheira muito pior do que o normal e flutua (o normal é afundar).

Verde
Uma dieta com muito ferro (ou suplementos) pode deixar seu cocô com essa cor. Mas pode ser também uma infecção, como a doença de Crohn (doença em que células imuno-lógicas atacam os tecidos digestivos e provocam dor, diarreia e muco nas fezes. Écati).

Formato cilíndrico
Esse é o formato ideal. Com uma ponta para facilitar a saída. Mas não é regra: cada pessoa tem um padrão de cor, forma e frequência. Nesse item, a variação é enorme: segundo o livro O que Seu Cocô Está Dizendo a Você, de Anish Sheth, pessoas do sul da Ásia evacuam até três vezes mais do que ocidentais. Isso acontece por causa das fibras da dieta indiana. Ou seja, cuidado com o curry.

Tipo cabrito
Típico de quem sofre de prisão de ventre (até 15% das pessoas), a forma indica que o cocô demorou para chegar ao reto e está sem água. Pode sinalizar pouca fibra na comida ou o costume de "segurar". Sim, segurar resseca - e pode machucar na saída.

Tipo poça
O cocô na forma líquida (como na diarreia) pode ser causado por bactérias. Mas também pode ser uma irritação do intestino por causa de alimentos exóticos, a que o corpo não está acostumado. Isso agride a mucosa intestinal, e impede a absorção da água.

Tipo tripinha
Fezes finas são provavelmente apenas um sinal de que você está forçando demais e contraindo o esfíncter (a válvula que controla o abre e fecha do ânus). Mas, se isso persistir, pode ser indício de que algo está obstruindo o caminho. Vale dar uma olhada.


Arqueologia fecal
O cocô não revela informações apenas sobre quem somos hoje. Coprólitos, fezes fossilizadas, dizem muito sobre a vida dos homens do passado - de hábitos alimentares a doenças. E, por causa disso, são considerados um tesouro para arqueólogos. Os fósseis só se formam em duas condições: debaixo d´água, se a matéria orgânica do cocô for substituída por minerais, ou quando o material resseca em ambientes áridos. "Por isso, fezes de ancestrais são muito raras", explica Eske Willerslev, biólogo evolucionista da Universidade de Copenhague. Foi graças à análise de coprólitos humanos encontrados no Oregon, nos EUA, que Willerslev fez uma descoberta importante: o homem chegou à América mil anos antes do que se imaginava. Até pouco tempo, a teoria mais aceita era a de que uma leva de migrantes saiu da Ásia, cruzou o Estreito de Bering e chegou ao Alasca há cerca de 13 mil. A partir daí, eles teriam se espalhado pelo continente. Mas a análise dos coprólitos comprovou que o material tem mais de 14 mil anos de idade - mil a mais do que as pontas de lanças mais antigas encontradas. O estudo do DNA mitocondrial das fezes fossilizadas também revelou que eles pertencem a pessoas de um genoma vindo de outra parte da Ásia, que poderiam ser os antecessores da população indígena americana atual.

Terapia de privada
A crença de que o intestino preso pode interferir na personalidade vem da Idade Média (e se propagou depois. É só pensar em alguém "enfezado" = cheio de fezes). Mas a ciência comprovou agora que existe, sim, uma relação direta entre o nosso estado psicológico e o funcionamento intestinal. Um estudo feito na University College Cork, na Irlanda, mostrou que bactérias intestinais benéficas - os famosos lactobacilos vivos - podem influênciar o nível de estresse em ratos. Para o experimento, 16 ratos saudáveis foram alimentados com o Lactobacillus rhamnosus, encontrado em iogurtes. Outros 20 receberam um caldo sem bactérias. Resultado: o primeiro grupo ficou mais aventureiro e explorou duas vezes mais seus labirintos, sugerindo menos ansiedade. Além disso, quando foram forçados a nadar, eles também lutaram mais para não afogar. E houve diferenças na química cerebral: depois do mergulho, os ratos alimentados com as bactérias tinham metade do corticosterona (hormônio relacionado ao estresse) no sangue do que os outros. Agora só falta saber se isso também funciona com humanos. Outros trabalhos já mostraram que probióticos podem melhorar a saúde mental de pessoas com síndrome da fadiga crônica - além de melhorar a memória em humanos saudáveis.

4 cocoriosidades

Troca-troca
O transplante de cocô existe. E pode salvar vidas em caso de infecções de superbactérias, como a Clostridium difficile. Os antibióticos usados contra ela, além de serem ineficientes, matam toda a flora intestinal. Aí a estratégia é repovoar o intestino com as bactérias naturais e fazer com que elas lutem contra a Clostridium. Para isso, é só pegar 30 g de cocô de um doador, misturar com água salgada e inserir por um tubo que entra pelo nariz (ugh) e vai até o estômago do paciente.

Que sensação
É possível chegar a um estado de euforia e êxtase quando se vai ao banheiro - semelhante ao orgasmo. "A passagem das fezes no reto ativa o nervo vago, que sai do crânio e leva impulsos nervosos ao estômago e intestino delgado. Isso pode pro-vocar a diminuição dos batimentos cardíacos e do fluxo de sangue para o cérebro", explica Anish Sheth em O que Seu Cocô Está Dizendo a Você. A sensação é de relaxamento, arrepios, tontura - e até de perda de consciência.

Pum nosso
Só 10% dos gases vêm da fermentação do alimento. A maior parte vem da boca, quando engolimos ar sem querer ou em bebidas com gás. Os gases produzidos pelas bactérias do intestino não têm cheiro. Os alimentos é que têm. Feijão, ervilha e repolho, por exemplo, contêm rafinose, um açúcar que não digerimos e que produz muitos gases. Mas as maiores responsáveis pelo futum são as proteínas, cuja fermentação gera enxofre (!). Comer carne, meu amigo, é garantia de cheiro ruim.

Vai encarar?
O cientista Mitsuyuki Ikeda, do Centro de Avaliação Ambiental de Okayama, no Japão, resolveu melhorar a vida de quem não come carne e se preocupa com o ambiente. Ele criou uma carne feita de excremento humano. Sim, cocô. E vindo do esgoto. Funciona assim: ele coleta lodo do esgoto, rico em fezes humanas, retira proteínas e lipídios, e os aquece para matar as bactérias. Depois, adiciona um pouco de proteína de soja e molho de carne de verdade para dar gosto.

http://super.abril.com.br/saude/ciencia-coco-721106.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Nasa abre baú de arquivos sonoros do espaço

Buzz Aldrin na missão Apollo 11 (Nasa)
Biblioteca tem arquivos sonoros históricos das missões Apollo, entre outras
A Nasa (agência espacial americana) passou a disponibilizar, pela internet, uma biblioteca sonora com registros de missões históricas ao espaço e arquivos das missões atuais.
Entre os mais de 60 arquivos postados no Soundcloud estão registros que se tornaram mundialmente famosos, como o momento em que a equipe da Apollo 13 diz "Houston, we've had a problem" (Houston, tivemos um problema, em tradução livre), em 1970, para reportar à base da Nasa. A aeronave da missão sofreu uma explosão que impediu sua descida à Lua.
Também estão disponíveis gravações de áudio da Apollo 11, a missão anterior que conseguiu levar o homem à Lua, em 1969. Há, ali, a famosa frase do comandante Neil Armstrong - "One small step for a man, one giant leap for mankind" (um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a humanidade) - e o momento do pouso do módulo lunar - "The Eagle has landed" (o Eagle pousou).
Foi nessa missão, em 20 de julho de 1969, que os astronautas Armstrong e Edwin E. "Buzz" Aldrin se tornaram os primeiros homens a caminhar na superfície lunar.
Quando o módulo lunar aterrissou, com combustível restante para apenas mais 30 segundos de voo, Armstrong reportou à base. "Houston, aqui é Tranquility Base. O Eagle pousou". Em Houston, os cientistas comemoraram.
Horas depois, Armstrong se prepara para dar o primeiro passo humano fora da Terra, diante de mais de meio bilhão de pessoas que acompanhavam o evento pela TV.
A biblioteca sonora da Nasa tem, ainda, gravações de sons feitos por aeronaves americanas.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141022_nasa_biblioteca_sons_pai

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Alemanha “reconstrói” Muro de Berlim para comemorar 25 anos da unificação do país

No dia 7 de novembro, novas gerações poderão sentir como Berlim era ao estar dividida (Foto: Reprodução Vimeo)
NO DIA 7 DE NOVEMBRO, NOVAS GERAÇÕES PODERÃO SENTIR COMO BERLIM ERA AO ESTAR DIVIDIDA (FOTO: REPRODUÇÃO VIMEO)
Durante 30 anos, o muro que dividia Berlim em dois representava a tensão da Guerra Fria. Não era apenas a capital alemã que estava partida em dois. O mundo se dividia entre países socialistas, encabeçados pela União Soviética, e capitalistas, ao lado dos Estados Unidos. Em novembro de 1989, com o fim da Guerra Fria,  a separação da União Soviética e a predominância dos EUA, o muro foi derrubado. Mas agora, 25 anos depois, ele será reconstruído.
Mas, calma, isso não significa a volta da Guerra Fria e muito menos a transformação da Alemanha em um país comunista. A reconstrução do muro será simbólica: em vez de arames, concreto e vigilância militar, ele será feito de balões de luz. Isso aí. 8 mil balões vão dividir a capital alemã em dois, seguindo a mesma linha do muro, por 16 km.
A ideia de reerguer a barreira foi do artista Christopher Bauder e do cineasta Marc Bauder. Os balões vão cruzar Berlim do dia 7 ao dia 9 de novembro. Ao longo da linha, serão projetadas imagens que mostram como era a Alemanha na época da Guerra Fria e contam histórias de pessoas que tiveram suas vidas separadas pelo muro.
Voluntários também poderão escrever mensagens nos balões biodegradáveis da Lichtgrenze (alemão para “fronteira de luz”) e depois soltá-los no ar. Veja como vai ficar:


http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/alemanha-reconstroi-muro-de-berlim-para-comemorar-25-anos-da-unificacao-do-pais/

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Novos estudos reforçam que faraó Tutancâmon foi fruto de incesto

O mais detalhado exame sobre os restos de Tutancâmon revelaram uma face bem menos majestosa do que o faraó exibe em sua máscara de enterro. De acordo com o estudo, ele teria dentes salientes, um dos pés deformados e quadris de menina. E ao invés de ser um jovem rei apaixonado por corridas de carruagem, ele contou com ajuda de bengalas para se locomover durante seu governo no século XIV a.C., segundo pesquisadores.
A chamada ‘autópsia virtual’, composta por mais de 2 mil escaneamentos computadorizados, foi realizada juntamente com uma análise genética da família de Tutancâmon, que apoia a evidência de que seus pais eram irmão e irmã.
Para os cientistas, este fato seria o motivo de suas deficiências físicas, desencadeadas por desequilíbrios hormonais. Seu histórico familiar, inclusive, poderia ter levado à sua morte prematura, no final da adolescência.
Vários mitos sugerem que Tutancâmon foi assassinado ou vítima de acidente de carruagem, depois que fraturas foram encontradas em seu crânio e outras partes do seu esqueleto. Mas agora,pesquisadores acreditam que ele pode ter morrido de uma doença hereditária, porque só uma das fraturas ocorreu antes de ele morrer e seu pé torto teria tornado corridas de carruagem impossível.
Albert Zink, do Instituto de Múmias e do Homem do Gelo na Itália, decifrou a verdade sobre os pais do rei através do estudo do DNA da família real.
Ele descobriu que Tutancâmon nasceu depois que seu pai Akhenaton – apelidado de o rei herege – teve um relacionamento com sua irmã. Incesto não era uma prática desaprovada pelos antigos egípcios. Eles também desconheciam as implicações para a saúde.
Hutan Ashrafian, professor de cirurgia do Imperial College London, disse ao jornal britânico “Daily Mail” que vários membros da família parecem ter sofrido de doenças que podem ser explicadas por desequilíbrios hormonais.
– Vários de seus antecessores da família viveram até uma idade avançada. Somente sua linha imediata morrera cedo, e eles estavam morrendo mais cedo a cada geração.
http://www.pavablog.com/2014/10/20/novos-estudos-reforcam-que-farao-tutancamon-foi-fruto-de-incesto/

Horário de verão?



De acordo com a lei brasileira, no terceiro domingo do mês de outubro, os relógios em alguns estados devem ser adiantados em uma hora, o que dá início ao chamado horário de verão, mudança essa que deve se manter até o terceiro domingo do mês de fevereiro, quando os relógios são novamente atrasados. O horário de verão é, portanto, uma alteração especial na marcação oficial do tempo a fim de obter determinados resultados.
Para que serve o horário de verão?
O horário de verão serve para minimizar a sobrecarga de consumo durante alguns picos diários. As horas de maior consumo de energia do dia (final da tarde) ocorrem quando as pessoas chegam em suas casas e ligam o chuveiro elétrico, a TV e outros equipamentos eletrônicos, aumentando a demanda de energia. Assim, durante o horário de verão, o maior aproveitamento da luz natural faz com que as lâmpadas de casas, indústrias, espaços comerciais, ruas e espaços públicos sejam ligadas mais tarde, quando o pico de consumo já diminuiu. Dessa forma, evita-se uma sobrecarga do sistema de distribuição de energia.
Por que o horário de verão é usado no segundo semestre do ano?
O horário de verão é estabelecido quando, a partir de outubro, os dias começam a ficar gradativamente maiores dos que as noites, com o sol nascendo mais cedo e pondo-se mais tarde (solstícios de verão). A ideia é justamente aproveitar essa duração extra da luminosidade natural, sobretudo no final do dia quando o consumo de energia é maior, para que as lâmpadas fiquem ligadas por menos tempo, economizando, assim, energia.
Quando o horário de verão foi inventado?
Ao contrário do que muitos pensam, o horário de verão não é invenção brasileira e é adotado por vários países e regiões do mundo. A ideia foi criada pelo político e cientista norte-americano, Benjamim Franklin, no ano de 1784, sendo primeiramente adotada somente no início do século XX, durante a I Guerra Mundial, pela Alemanha, país que precisava economizar os gastos com carvão mineral em razão dos tempos difíceis do combate e dos gastos militares.
Com o tempo, outros países também foram adotando a mudança anual do horário. No Brasil, ele foi primeiramente utilizado no início da década de 1930 pelo Governo Vargas que buscava uma maior economia em tempos de crise econômica mundial. A partir de 1967, o horário deixou de ser adotado e foi retomado apenas na década de 1980, graças aos problemas de produção de energia nas hidrelétricas. Todavia, a adoção do horário não era padronizada, ou seja, variava de duração e data todos os anos, de forma que sua regulamentação correta ocorreu somente em 2008 durante o Governo Lula. Tal sistema é utilizado da mesma forma até os dias de hoje.
Por que alguns estados não utilizam o horário de verão?
Os solstícios de verão apresentam os seus efeitos de forma mais notória nas partes mais afastadas da linha do Equador, haja vista que as zonas equatoriais apresentam poucas variações na duração dos dias e das noites ao longo do ano, o que torna inviável a mudança de horário. Assim, as áreas do território brasileiro mais próximas a essa faixa – no caso, as regiões Norte e Nordeste – não produziriam os efeitos necessários para a alteração no tempo.
No mapa a seguir, você poderá observar os estados brasileiros que adotam o horário de verão. Curiosamente, o estado do Acre, que já se encontra em duas horas de atraso em relação a Brasília, passa a ficar com três horas atrasado em relação à capital brasileira durante o horário especial.
Estados que adotam o horário brasileiro de verão
Estados que adotam o horário brasileiro de verão
Muitas pessoas reclamam que o horário de verão altera o relógio biológico dos habitantes, sendo prejudicial à saúde em troca de uma mudança muito pequena no consumo de energia. Fontes governamentais afirmam que a eletricidade economizada durante o período é de cerca de 5%. Os defensores dessa proposta, no entanto, afirmam que essa porcentagem, quando convertida em números absolutos, transforma-se em um montante financeiro elevado, o que, por si só, justificaria a existência do horário de verão.
http://www.mundoeducacao.com/geografia/horario-verao.htm

sábado, 18 de outubro de 2014

O sorvete no Brasil – histórias e mistérios


Neste calor dos últimos dias, nada melhor que um sorvete para nos refrescar. Por isso, resolvi pesquisar um pouco sobre a presença desta delícia entre nós brasileiros. Dizem que D. João VI era louco por sorvete e ficou muito irritado quando, ao chegar ao Brasil, em 1808, percebeu que a iguaria não era produzida por aqui. Muita gente também acredita que D. Pedro II adorava um “gelado” de pitanga. Lenda ou verdade?

É certo que a corte portuguesa deve ter sentido falta na Colônia das pedras de gelo que eram encontradas em Lisboa e serviam para preparar doces e refrescar bebidas. No calor dos trópicos, deve ter sido difícil descobrir que as condições climáticas da nova capital do império não permitiam a produção, a estocagem e o fornecimento do produto para a mesa da casa real, como acontecia em Portugal.
Há muita controvérsia a respeito da invenção do sorvete. Alguns afirmam que foram os árabes, outros, os chineses, e ainda há quem defenda o pioneirismo dos romanos e até dos gregos. Dizem também que Marco Polo teria trazido a técnica de misturar frutas ao gelo da China para a Itália, em 1292. Na península ibérica, o aproveitamento da neve e do gelo para usos alimentares e medicinais é antigo, remontando talvez aos árabes. O que está documentado é que se vendia neve nas ruas de Lisboa já em 1615. Quando o rei espanhol Filipe III, alguns anos depois, em pleno verão, visitou a capital portuguesa, o “neveiro” Paulo Rodrigues foi contratado para “fornecer diariamente 96 arrobas de neve para a corte”: o monarca certamente sentia calor, após assistir, em Évora, ao suplício de homens e mulheres que foram queimados vivos pela Inquisição.
No Brasil, parece que os cariocas foram os primeiros a experimentar a delícia gelada (apesar de ter encontrado uma versão da história na qual já se misturava gelo das geadas à frutas, muitos anos antes, na região sul do país. Seria verdade?). Em 1834, o navio americano Madagascar, vindo de Boston, aportou na cidade do Rio de Janeiro, com cerca de 200 toneladas de gelo. Os blocos foram armazenados com serragem em depósitos subterrâneos e conservados por aproximadamente cinco meses.
Como naquela época não havia como conservar o sorvete depois de pronto, os comerciantes anunciavam a hora certa de tomá-lo, causando alvoroço na cidade. As mulheres faziam fila para experimentar a novidade, invadindo o território tradicionalmente masculino dos cafés e confeitarias. Geralmente feito com gelo importado dos Estados Unidos e servido em “diferentes qualidades, tanto simples quanto amanteigados”, conforme cita um cardápio da época, a iguaria ganhou popularidade.
Dom Pedro II, que adorava doces (além da canja, que era seu prato favorito), ficou com fama de ser um grande apreciador das bolinhas geladas de pitanga. No célebre Baile da Ilha Fiscal, realizado no dia 9 de novembro de 1889, seis dias antes da Proclamação da República, o cardápio era sofisticado e farto: 500 perus, 800 quilos de camarão, 1,3 mil frangos, 500 pratos de doces e…12 mil sorvetes! As bebidas eram cerveja, vinho e champanhe (geladas, talvez?).
O sorvete começou a ser distribuído em escala industrial no país em 1941, quando nos galpões alugadas da falida fábrica de sorvetes Gato Preto, no Rio de Janeiro, instalou-se a U.S. Harkson do Brasil, a primeira indústria brasileira do produto. Enfim, a história desta refrescante iguaria é cheia de lendas e incertezas…e parece que o mistério torna o sorvete ainda mais atraente – Márcia Pinna Raspanti.
cardapioKIBON - SORVETE - 1947 - PROPAGANDAS ANTIGAS -
Cardápio do Baile da Ilha Fiscal; propaganda de sorvete, da década de 40.
http://historiahoje.com/?p=1206

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Imagens inéditas mostram Titanic antes de tragédia

Titanic sendo rebocado do estaleiro em Belfast
O Titanic é rebocado do estaleiro
Uma exposição de fotos mostra ao público, pela primeira vez, imagens da cerimônia de lançamento ao mar do "Titanic", o transatlântico que entrou para história por ter afundado em sua viagem inaugural, em 1912.
Titanic solta fumaça
O Titanic lança fumaça nos céus de Belfast
Construído nos estaleiros Harland and Wolff, de Belfast, na Irlanda do Norte, entre 1909 e 1912, o "Titanic" afundou ao bater em um iceberg durante a travessia entre Southampton, na Grã-Bretanha, e Nova York. Mais de 1,5 mil passageiros morreram na tragédia.
Em 1997, o filme de James Cameron, com o naufrágio como pano de fundo, recebeu 11 Oscars, um recorde.
Vista lateral da partida do Titanic
Vista lateral do Titanic
Mas a exposição, que está sendo realizada no Ulster Folk and Transport Museum, em Cultra, na Irlanda do Norte, captura momentos felizes ligados ao "Titanic". As 116 fotos mostram multidões se aglomerando no estaleiro para ver o navio ser "batizado".
O Titanic no estaleiro
Multidões foram ao estaleiro Harland and Wolff para de despedir do navio
O material inclui imagens do presidente do estaleiro, Lord Pirrie, inspecionando o navio.
"Um dos pontos mais interessantes da exposição é o sentimento de júbilo transmitido pelas fotos num dia de orgulho para Belfast", afirma William Blair, um dos diretores da Associação de Museus da Irlanda do Norte.
Close-up do Titanic
Ainda com amarras, o Titanic passa por uma última inspeção
Já o dono das fotos, Steve Raffield, que comprou o álbum há dois anos, disse estar "orgulhoso" de mostrar as imagens ao mundo.
"Eu espero que o maior número possível de pessoas possa vê-las", comentou Raffield.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141015_titanic

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O pai do palito de dentes (e da necessidade de usá-lo)

http://super.abril.com.br/

Inspirado pelo sorriso das brasileiras, o americano Charles Forster inundou o mundo com palitos de dentes. difícil foi convencer as pessoas a comprá-los

Um dos mantras do capitalismo é “criar dificuldades para vender facilidades”. Nem sempre é fácil. Pegue-se, por exemplo, a necessidade de manter os dentes livres de sujeira, fiapos e outros resí-duos nojentos. Para resolver esse problema prosaico, a humanidade passou a maior parte de sua história se virando com gravetos, espinhos, ossos e lascas de bambu. Diante da oferta de gêneros tão variados – muitos até gratuitos –, como alguém nos convenceu de que precisávamos comprar um apetrecho específico para a higiene bucal?
A resposta: com propaganda em quantidade e qualidade. Abusando desse ingrediente, o americano Charles Forster tornou-se o primeiro fabricante de palitos de dentes em escala mundial. Durante uma viagem a Pernambuco (dê uma olhadinha nos Grandes Momentos), ele ficou fascinado pelos belos dentes das brasileiras. O segredo é que elas faziam a higiene bucal usando palitos de salgueiro, uma árvore de galhos longos e finos (escovas de dentes já existiam, mas seu uso ainda era muito recente e pouco divulgado).
Percebendo que poderia monopolizar um mercado que nem existia, Forster contratou um inventor para criar uma máquina que produzisse lascas de madeira uniformes. Em 1870, sua fábrica já produzia palitos bons e baratos, a uma quantidade superior a 1 milhão por dia. Faltava vender aquela tralha toda. Sua tática foi tão engenhosa quanto simples: contratou rapazes e garotas estudantes da Universidade Harvard para irem comer no restaurante mais descolado de Boston, o Union Oyster House, e em seguida pedir em voz alta: “Por favor, palitos! Não tem? Mas como?” Depois de alguns dias, bela coincidência, Forster entraria no lugar oferecendo sua mercadoria. O cara não parava por aí: quando vendia um lote de palitos, o negociante mandava pessoas ir comprá-los. E aí os revendia novamente, aumentando ao mesmo tempo a oferta e a procura.
Daí para o sucesso, com o perdão do trocadilho, foi dois palitos. Os produtos de Forster garantiram lugar em bares e restaurantes e fizeram dele um milionário. Depois de sua morte, em 1901, seu filho Maurice tomou as rédeas do negócio de palitos e mostrou-se tão habilidoso quanto o pai, chegando a comprar todo o estoque de alguns concorrentes. A empresa seguiu independente até 1992, quando se rendeu à onda de fusões e passou pelas mãos de diversos donos. Hoje, os palitos Forster pertencem ao conglomerado americano Jarden, mas não são mais feitos na velha fábrica no estado de Maine. Na caixinha atual, lê-se um made in China, escrito em letras miúdas.

Grandes momentos

• O que Forster veio fazer no Brasil? Nas décadas de 1840 e 1850, ele vinha pra cá direto. Sua função era cuidar dos negócios de um tio – uma firma de importação e exportação de móveis.
• Nos festejos do centenário da independência americana, em 1876, ele percorreu cidades distribuindo caixas de palitos ao público.
• No auge de sua produção, as indústrias de Forster chegaram a ter 700 funcionários trabalhando em 4 fábricas, produzindo cerca de 20 bilhões de palitos a cada ano.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Onde está o ouro do mundo?

A maior quantidade foi usada em joias. Mas os bancos centrais dos países também garantiram um pedaço para si


Um edifício com 6 andares de ouro maciço e de 8 mil metros cúbicos. Esse seria o resultado aproximado se fosse possível condensar todas as 166,6 mil toneladas do metal dourado já descobertas desde o início da história. A maior parte seria ocupada por joias, mas os principais "moradores" desse prédio seriam os bancos centrais dos países. O ouro faz parte das reservas internacionais, uma espécie de poupança das nações, formada também por dinheiro vivo, e usada em casos de emergência. "Se houver uma crise política muito grande, as moedas perdem o valor. Mas o ouro sempre pode ser usado como meio de troca", diz Isabela Maia, gerente-executiva do Banco Central do Brasil. Na prática, os países mal utilizam o metal - no Brasil, o estoque está intacto desde 2002.


1 prédio de 6 andares = 8 mil metros cúbicos de ouro = 166 600 toneladas de ouro puro


http://super.abril.com.br/cotidiano/onde-esta-ouro-mundo-647303.shtml

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Por que o norte fica em cima do mapa?

Pelo mesmo motivo que os carros param no sinal vermelho e nós giramos a cabeça de um lado para outro quando discordamos de algo: convenção. Assim como poderia ser outra a cor de “pare” e outro o gesto de “não”, durante muito tempo os mapas tiveram outra orientação.
Aliás, “orientação” vem do tempo em que o oriente, ou seja, o leste, era o ponto cardeal mais importante da cartografia europeia. Na época das Cruzadas (campanhas militares da Europa cristã pela Terra Santa entre os séculos 11 e 13), Jerusalém costumava ocupar o alto do mapa, o que colocava o leste mais ou menos no topo. Na Bíblia há indícios de que o sistema era o mesmo: no livro do Gênese, capítulo 14, versículo 15, Abraão persegue um pessoal “até Hobá, que fica à esquerda de Damasco” – e o lugar ficava ao norte. Em contrapartida, os árabes colocavam o sul em cima e a Europa embaixo.

Um dos pioneiros do norte no topo foi o astrônomo e geógrafo egípcio Ptolomeu (83-168). Mas o modelo só se tornou hegemônico na era das Grandes Navegações, quando se passou a usar a Estrela do Norte e bússolas (que apontam o norte magnético) para cruzar os oceanos. Com as novas descobertas, o mundo foi alargado e o formato se consolidou.

Hoje em dia, a mapa-múndi é o mesmo no mundo todo, com pequenas variações. No Extremo Oriente, em vez de partirem o Pacífico no meio, como nós, eles dividem o Atlântico. E na Oceania, mais por provocação do que qualquer outra coisa, é fácil encontrar mapas “de cabeça para baixo”, com o sul no topo.


Por outro lado

Antes de o norte ser hegemônico, os outros pontos cardeais também tiveram seus momentos de glória

Velho Oeste
Neste mapa cruzado da Terra Santa, feito no século 10, o oeste está no topo para facilitar a visualização horizontal do litoral. Há mapas antigos da Califórnia e do Chile com essa orientação.

Leste santo
Este mapa veneziano do século 14 tem, além de polos sul e norte totalmente surreais, Jerusalém no centro do mundo e o leste no topo – ou seja, o oriente. Vem daí o verbo “orientar”: colocar na posição correta.

Orgulho Sulista
Na Nova Zelândia e na Austrália são cada vez mais populares mapas que invertem os polos. É suvenir para turista mas também um protesto contra a visão “nortecentrista” predominante.

 http://super.abril.com.br/cultura/norte-fica-cima-mapa-616487.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super

E assim era um verdadeiro combate medieval


Esqueça tudo o que você viu nos filmes.
Museu da Idade Média de Cluny fez um vídeo para simular como eram os combates em armaduras pesadas no século XV. O vídeo mostra que a armadura permitia uma certa mobilidade, o que até surpreende, mas que os combates não eram bem, como dizer, cinematográficos.
O que não deixa de ser sensacional. Veja:

http://complexogeek.com/2014/09/29/e-assim-era-um-verdadeiro-combate-medieval/

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Saiba qual foi o primeiro celular com tela colorida

Telas coloridas parecem um requisito intrínseco a smartphones, tablets e dispositivos móveis nos dias atuais. Contudo, até 1998, isso não era assim. O primeiro celular com tela colorida foi lançado só naquele ano, pela Siemens, no modelo S10 (foto acima).
Na época, o aparelho só conseguia reproduzir quatro cores (vermelho, verde, azul e branco) e, mesmo assim, era visto como uma grande inovação. O S10 possuía dimensões de 147 x 46 x 25 mm, pesava 185g e tinha 97 x 54 pixels. A bateria era de lítio, com amperagem de 1800 mAh e autonomia de 10h de conversação.
O modelo não contava com muitos recursos extras e, além de ligações, enviava e recebia SMS, gravava 10 registros de chamada e tinha toques monofônicos.
Dois anos depois, a Nokia anunciou o 9210, aparelho que tinha display colorido de 640 x 200 pixels em uma tela LCD. O aparelho já tinha recursos mais avançados, como acessar a internet, jogos, teclado dedicado e visualização de imagens.

Reprodução 
Em 2001 foi a vez do Sanyo SCP-5000, que tinha tela de 2 polegadas e conseguia reproduzir 256 cores. Como lembra o PhoneArena, o preço do modelo era um pouco salgado: US$ 500.

Reprodução 
Mas o celular com display colorido que realmente caiu no gosto dos usuários foi o Ericsson T68, lançado em 2001. Com preço de US$ 600, o aparelho também reproduzia 256 cores e tinha resolução de 101 x 80 pixels.

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http://olhardigital.uol.com.br/noticia/saiba-qual-foi-o-primeiro-celular-com-tela-colorida/44523

sábado, 4 de outubro de 2014

VOCÊ SABE O MOTIVO DO HOMEM NUNCA MAIS TER VOLTADO À LUA?



A resposta é simples, porque não tem praticamente mais nada pra fazer lá. As outras missões missões não-tripuladas, deram conta do recado, pois elas trouxeram amostras de rochas lunares, além de ter feitos várias outras pesquisas no satélite. "Elas não foram suficientes para conhecer toda a formação da Lua, mas não vai ser um número reduzido de missões que vai trazer um progresso significativo", disse o astrônomo Augusto Damineli, da USP.


O programa Apollo que durou até 1972, custou nada mais nada menos que 20 bilhões de dólares, que equivale a cerca de 85 bilhões nos dias atuais. Para você ter uma ideia, uma missão chamada de Mars Pathfunder, que pousou um carro-robô para Marte em 1997, custo apenas uma fração da Apollo, cerca de 250 milhões de dólares.


http://www.misteriosdoespaco.com/2014/09/voce-sabe-o-motivo-do-homem-nunca-mais.html

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

'Tempestade perfeita' permitiu surgimento de Aids nos anos 1920, diz estudo

Kinshasa (Getty)

A cidade de Kinshasa, em foto de 1955, foi o centro da pandemia de Aids, segundo cientistas

Uma conjunção de fatores, descrita como uma 'tempestade perfeita', permitiu que o vírus HIV se espalhasse a partir da cidade de Kinshasa, na atual República Democrática do Congo, nos anos 1920, e levasse a uma pandemia de Aids que infectou cerca de 75 milhões de pessoas no mundo, disse um estudo.
Cientistas de vários países concluíram que o crescimento rápido da população, o comércio sexual e o uso de seringas não-esterilizadas em clínicas provavelmente permitiram a disseminação do vírus HIV.
O HIV é uma versão mutante de um vírus de chimpanzé, conhecido como vírus da imunodeficiência símia, que provavelmente infectado humanos através do contato com sangue infectado durante o manuseio de carnes de caça.
Linhas de trem construídas pela Bélgica e usadas por milhares de pessoas também teriam contribuído para que a doença se espalhasse para países vizinhos.
Pesquisadores das universidades de Oxford, na Grã-Bretanha, e de Leuven, na Bélgica, usaram amostras arquivadas do código genético do HIV para traçar sua origem. Eles tentaram reconstruir a "árvore genealógica" do vírus e descobriram de onde vieram os ancestrais mais antigos.
O HIV conquistou atenção global nos anos 1980 mas tem uma longa história na África. O local onde a pandemia teve início, no entanto, ainda é alvo de debate.
O estudo foi divulgado na publicação científica Science.
"Você pode ver as pegadas da história nos genomas de hoje, há um registro, uma marca de mutação no genoma do HIV que não desaparece," disse à BBC o professor Oliver Pybus, da Universidade de Oxford.

Sexo e trens

HIV (Thinkstock)
A disseminação do vírus HIV levou a uma pandemia de Aids que infectou cerca de 75 milhões de pessoas

Nos anos 1920, Kinshasa - cujo nome foi Leopoldville até 1966 - fazia parte do Congo Belga. Grandes quantidades de trabalhadores homens foram atraídos para a cidade, distorcendo o equilíbrio entre os sexos - chegou-se a ter dois homens para cada mulher -, o que levou a um intenso comércio sexual.
"Era uma cidade muito grande e uma área de rápido crescimento. Registros médicos coloniais mostram indícios de várias doenças sexualmente transmissíveis", disse Pybus.
"Há dois aspectos da infraestrutura que poderiam ter ajudado as campanhas de saúde pública para tratar pessoas por várias doenças infectocontagiosas, e injeções parecem ter sido uma rota plausível (para a disseminação do vírus)".
"O segundo aspecto muito interessante é a rede de transportes, que permitiu que as pessoas se movimentassem em um grande país".
Cerca de um milhão de pessoas usavam o sistema ferroviário de Kinshasa no final dos anos 1940. O vírus se espalhou e as províncias vizinhas de Brazzaville e Katanga foram rapidamente afetadas.
Estas condições "perfeitas" duraram por algumas décadas em Kinshasa mas, quando elas deixaram de existir, o vírus já começava a se espalhar pelo mundo.
Para Andrew Freedman, professor-assistente de doenças infecciosas na Universidade de Cardiff, o estudo é "interessante, que demonstra elegantemente como o HIV se espalhou na região do Congo antes da epidemia de Aids ser reconhecida no início dos anos 80".
"Já se sabia que o HIV em humanos surgiu através da transmissão entre espécies de chimpanzés na região da África, mas este estudo mapeia em grande detalhes a propagação do vírus a partir de Kinshasa", disse ele.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141003_aids_inicio_hb

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Vídeo de 1999 mostra o delírio da plateia quando Steve Jobs demonstrou o Wi-Fi

jobs-bambole
publicado na INFO
Hoje, a tecnologia de Wi-Fi é extremamente comum. Talvez você esteja lendo este texto conectado a uma rede de internet sem fio. Mas nem sempre foi assim. E um vídeo de 1999 mostra como a plateia foi ao delírio quando Steve Jobs, ex-CEO da Apple, demonstrou a capacidade Wi-Fi do iBook. Jobs levantou o computador enquanto navegava pelo site da CNN, o que provocou uma longa salva de palmas e gritos entusiasmados da multidão. Ele até usou um bambolê (!) para mostrar que a máquina não estava conectada a algum cabo. E pensar que só se passaram 15 anos…

http://www.pavablog.com/2014/10/02/video-de-1999-mostra-o-delirio-da-plateia-quando-steve-jobs-demonstrou-o-wi-fi/

História da medicina: o dia em que espanhóis adoeceram crianças para transportar vacinas

Acredite: até o início do século 18, doenças que hoje são facilmente prevenidas com vacinas metiam muito medo nas pessoas. É o caso da varíola, uma das doenças transmissíveis mais temidas pela sociedade da época. Pouca gente jovem escapava dos males causados por ela e a mortalidade variava de 10 a 40%. A história da medicina ganharia novos rumos quando, no final daquele século, o médico inglês Edward Jenner provaria a eficácia da vacina contra a varíola – aliás, desenvolveria a primeira vacina da história.
Jenner constatou que quem teve contato com vacas portadoras de varíola bovina apresentavam resistência à doença. Era preciso fazer com que a observação fosse aceita pela comunidade científica. Aí extraiu pus de uma paciente infectada e inoculou-o em um garoto de 8 anos saudável. A criança até desenvolveu a doença, mas foi curada em pouco tempo. Era 1796 e a eficácia da primeira vacina estava comprovada.
Cruzando o Oceano
No início do século 19, o rei Carlos IV, diante de tantos compatriotas na América, decidiu organizar uma expedição até o Novo Mundo para vaciná-los. O problema era: como fazer o vírus chegar vivo até o outro lado do Atlântico?
Reprodução
A solução foi bem original: inocular o vírus em crianças sadias – afinal, elas ainda não tinham imunidade à doença. Quando elas tivessem desenvolvido a varíola, extrairiam o vírus, aplicariam em outra criança e assim sucessivamente. Enquanto a primeira estivesse sendo curada, a segunda estaria desenvolvendo o vírus, a terceira já estaria sendo preparada… Enquanto isso, os espanhóis estariam realizando a looonga travessia do Atlântico. De criança em criança (que chegaram sãs, salvas e imunizadas), a Expedição foi um sucesso e a vacina desembarcou no Novo Mundo.
Fonte: Historias de la Historia
http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/author/marcel-verrumo/page/8/