terça-feira, 28 de abril de 2015

Saiba como foi o genocídio armênio, que completa 100 anos em 2015

Por Felipe van Deursen*
ATENÇÃO: algumas imagens que ilustram esse post podem ser chocantes.
“Ocultar ou negar o mal é como permitir que uma ferida siga sangrando sem enfaixá-la.”
Foi com essa declaração que o papa Francisco lembrou, em uma missa no Vaticano, o centenário do genocídio armênio, um dos primeiros e mais brutais massacres do século 20. Na ocasião, o pontífice peitou o governo turco, que não aceita o termo “genocídio” e que questiona até hoje o número de mortos na ocasião. O assunto é tão polêmico no país que gerações de turcos jamais tomaram conhecimento dele.
igdirroad2Imagem de refugiados/Foto: genocide1915
A Armênia foi o primeiro país a oficializar o cristianismo, em 301. Desde então, esse pequeno país no Cáucaso foi repartido entre as potências locais da vez: Árabe e Bizantino, Otomano e Persa e Russo e Otomano. Sob os otomanos, eles eram importantes e respeitados na sociedade. Mas à medida que o Sol se punha em Istambul, viravam bode expiatório para o fracasso do regime do sultão. Entre 1894 e 1896, os turcos mataram algo entre 150 mil e 300 mil armênios. Em 1903, uma revolta na Macedônia resultou na morte de 5 mil gregos (mais tarde, na guerra contra a Grécia, de 1919 a 23, outros 200 mil gregos foram trucidados). A decadência turco-Otomana no fim do século 19 fomentou sentimentos xenófobos. Estava cada vez mais difícil ser armênio naquele império. Sentimentos emancipacionistas cresceram de um lado, e a repressão e o ódio afloraram do outro.
A situação piorou quando os turcos viram que, durante a Primeira Guerra Mundial, os armênios comemoraram as derrotas para os russos nas montanhas do Cáucaso (quem não comemoraria?). Uma Turquia enfraquecida significava mais fôlego para o discurso de independência armênia.
PROJETO CAOS
Em março de 1915, Mehmet Talât, Ismail Enver e Ahmed Jemal, líderes do partido Ittihad, que governava a Turquia, decidiram resolver de uma vez o “problema armênio”. O assunto foi tratado como um programa de governo, com preparativos, apresentações e propostas consideradas para um objetivo final: solucionar uma “questão vital para o Estado”. Após “longas discussões”, eles lançaram o plano, que incluía extermínio (“todos os homens com menos de 50 anos”, entre outros), expulsão (“levar embora famílias e todos aqueles que foram bem-sucedidos em fugir”) e transformação (“meninas e crianças para serem islamizadas”).
deportees_walkingUma família da Armênia sendo expulsa/Foto: genocide1915
O discurso era inequívoco, com três argumentos sólidos: a necessidade de uma Turquia para os turcos, uma Turquia islâmica e o retorno daquela Turquia de raiz. Só assim sua grandeza e glória seriam restabelecidas. Sob o regime otomano, os turcos toleravam os armênios, enquanto se mantivessem fiéis ao Estado. Mas, com o declínio do império e a perda de território para outros países e minorias não turcas, eles passaram a enxergar tudo através das lentes estridentes do nacionalismo agressivo. Os armênios, de uma hora para outra, tornaram-se um grupo hostil e ameaçador.
Para executar com maestria o plano de eliminação, os líderes turcos criaram a Teşkilât-ı Mahsusa (se você não é fluente em turco, significa “Organização Especial”). Clichê de política de extermínio detectado: instituição autônoma que, com sua estrutura própria, funcionava virtualmente como um estado dentro do Estado. Mais ou menos como os esquadrões da morte das ditaduras latinoamericanas.
Talât manipulou facilmente os preconceitos e pensamentos anti-armênios já existentes entre muitos turcos. Em 24 de abril de 1915, um Sábado de Aleluia, a polícia otomana prendeu 600 intelectuais, políticos e religiosos armênios, acusados de conspiração, e os executou. O horror começou.
executedExecuções realizadas em praça pública/Foto: genocide1915
Homens em idade de batalha foram convocados para o front. Só que com uma pegadinha: não podiam pegar em armas. Em vez disso, cavavam trincheiras e eram fuzilados. Em junho, 15 mil armênios que moravam na cidade de Bitlis foram conduzidos ao campo e mortos. Em julho, em Trebizonda, 17 mil armênios tiveram o mesmo fim. Em seguida, soldados turcos investigaram os vilarejos armênios e assírios, outra minoria cristã, que vivia ao sul do território. Fuzilavam os homens que não haviam ido para a guerra. Uns, queimavam vivos. Outros, enterravam até o pescoço para depois cobrir o rosto com cal ou sal. Crianças eram encaixotadas e atiradas no Mar Negro. Padres, amarrados a cruzes e também queimados. Fetos, arrancados do ventre da mãe, jogados ao ar e aparados pela espada.
Depois piorava. Forçaram mulheres, velhos e crianças que sobreviviam a migrar para o deserto de Der-el-Zor, na atual Síria. Clichê de política de extermínio detectado: a marcha da morte. Aconteceu na Rússia, na Namíbia e na Alemanha, por exemplo.
refugeewomanUma das mulheres  que migrou/Foto: genocide1915
O embaixador americano Henry Morgenthau apelou para o argumento econômico a fim de deter a Organização Especial e Talât. “Se você não for levar em conta considerações humanas, pense nas perdas materiais. Essas pessoas são seus homens de negócios. Controlam muitas de suas indústrias. São grandes pagadores de impostos. O que você será comercialmente sem eles?”, argumentou. Talât disse que já haviam calculado. “Não damos a mínima para a perda comercial”, respondeu. Realmente não davam. Cerca de 60% da atividade econômica do Império Turco-Otomano era controlada pelos armênios.
A VOZ DO HORROR
Talvez você pense: “mas andar não é tão ruim quanto, sei lá, ser atirado ao fogo ou colocado em uma câmara de gás”. Tente não pensar em andarilhos, romeiros, exploradores e esportistas em geral. Não há estradas asfaltadas, squeezes com água gelada, tênis coloridos confortáveis. Muito menos carros de apoio e paradinha para descansar. Em vez disso, o combo era fome, frio e exaustão. E as marchas ganhavam tons mais dramáticos quando se explorava um território que oferece um insalubre bufê de desertos e montanhas excruciantes. Os turcos forçaram as pessoas que sobraram a vagar por meses, descalços, com pouca comida, sem abrigo, frequentemente sem um único lençol à noite. Armênios moribundos povoavam os acostamentos das estradas. Segundo uma testemunha:
“Vimos um monte de armênios que chegaram bem antes de nós, e eles haviam se tornado esqueletos. Fomos cercados pelos esqueletos de tal maneira que parecia que estávamos no inferno. Estavam todos com fome e sede, buscavam rostos familiares para pedir ajuda. Ficamos terrivelmente desencorajados, tão sem esperança que é difícil descrever como nos sentimos.”
 bandaged_feetDois meninos que foram encontrados mortos no deserto/Foto: genocide1915
Não bastavam a fome, o frio e a exaustão. Ao longo do caminho, os soldados turcos ainda baleavam, baionetavam e espancavam as pessoas com maças e porretes. De acordo com um sobrevivente:
“Pediram que todos os homens e meninos se separassem das mulheres (…) Meu pai tinha que ir. Ele era um homem crescido, de bigode. Assim que separaram, um grupo de armados chegou do outro lado da colina e matou os homens bem na frente dos nossos olhos. Mataram com baionetas, furando seus estômagos. Muitas mulheres não aguentavam, e eles as atiravam no rio Eufrates. Fizeram essa matança na nossa frente. Eu vi meu pai ser morto.”
Uma testemunha que viu uma caravana da marcha da morte disse que “por cinco dias, os armênios não receberam um pedaço de pão nem uma gota d’água. Morreram de sede, centenas e centenas caindo ao longo da estrada, suas línguas transformadas em carvão. No 75º dia, quando chegaram em Alepo, 150 mulheres e crianças sobreviveram de um grupo de 18 mil.”
 orphansCrianças órfãs/Foto: genocide1915
Alepo, na Síria, serviu de porta de escoamento de armênios há cem anos. Ao final da marcha, os turcos chacinaram, talvez, 200 mil dos que teimavam em estar vivos. De acordo com registros divulgados em 2009, 972 mil armênio-otomanos morreram em dois anos. A maior parte dos relatos fala em algo entre 1 e 1,5 milhão de mortos. Muitos foram expulsos. Entre 100 mil e 200 mil mulheres e crianças foram escravizadas ou forçadas a se converter. Nessa etapa, outro padrão do extermínio em massa se manifestou, o estupro em massa:
“Todas as mulheres velhas ou fracas que não podiam andar eram mortas. Havia cerca de cem guardas curdos sobre nós, e nossas vidas dependiam deles. Era muito comum estuprarem as garotas na nossa presença. Frequentemente, eles violavam meninas de oito, dez anos, e, como consequência, muitas não podiam andar, então eram mortas (…) Se um curdo desejasse uma garota, nada poderia detê-lo de pegar essa garota.”
Boa parte do massacre foi perpetrada pelos curdos, etnia que também entraria na mira turca anos depois (talvez 30 mil eliminados nas décadas de 1980 e 90). Após o massacre, sobreviventes fugiram, dando início a uma diáspora que se espalhou pelo mundo. No Brasil, a comunidade armênia tem 100 mil pessoas e uma estação de metrô, na Zona Norte de São Paulo, região onde eles se concentraram. É a estação Armênia, que até 1987 se chamava Ponte Pequena e mudou de nome para homenagear os imigrantes das redondezas – ou seja, se você se confunde com a estação Consolação, que fica na av. Paulista, e a estação Paulista, que fica na Consolação, lembre-se que o metrô já mudou os nomes das estações para facilitar a vida das pessoas. Sua crítica tem respaldo.
Os atores Stepan Nercessian e Aracy Balabanian são filhos de imigrantes armênios que escaparam do genocídio. Sim, a Dona Armênia é fruto do massacre de um século atrás.
 Aracy_Balabanian_01 (1)Atriz Aracy Balabanian/Foto: commons/6/60/Aracy_Balabanian_01
Ao lado da estação Armênia, um monumento relembra 1915 e homenageia seus mortos. Mas o Brasil, assim como a maior parte dos países do mundo, não reconhece formalmente o massacre como um genocídio. A Turquia só recentemente voltou a tocar no assunto. O atual governo o reconhece como algo “desumano”. Na época, Tâlat o considerou um grande feito. “Eu tive mais sucesso em resolver o problema armênio em três meses do que o [sultão] Abdul-Hamid II teve em 30 anos”, disse a amigos.
Quando a guerra acabou, o império já havia conseguido resolver a maior parte do “problema armênio”. Houve alguns outros ataques posteriores, mas o feito foi rapidamente esquecido pela comunidade internacional. Apesar de derrotada na guerra e reduzida a uma república sem o poder global de antes, a Turquia ainda seria um país muito mais influente que a Armênia. Ao longo do século passado, o episódio foi escondido, esquecido. Quando Adolf Hitler ordernou o massacre de poloneses em nome do Lebensraum, a política de expansão territorialista nazista para adquirir “espaço habitável”, ele comentou: “Quem, afinal de contas, fala hoje da aniquilação dos armênios?”.
OUÇA
Serj Tankian, vocalista do System of Down, banda formada por descendentes de imigrantes armênios, divulgou na semana passada “100 Years”, música composta por ele e John Psathas, compositor de origem grega, para relembrar o genocídio:



* Felipe van Deursen, jornalista, é ex-editor da SUPER. Esse texto é um trecho inédito do livro Ira – Os Sete Pecados, que será lançado em 2015 pela Editora Leya
Fontes- Worse Than War: Genocide, Eliminationism, and the Ongoing Assault on Humanity, de Daniel Goldhagen – Massacre de Armênios e Memórias de Naim Bey para Aram Adonian, de Nubar Kerimian – O Grande Livro Das Coisas Horríveis – A Crônica Definitiva da História Das 100 Piores Atrocidades, de Matthew White
– Metrô de São Paulo
– Consulado da Armênia em São Paulo
– “Genocídio armênio”, Aventuras na História, julho de 2005
http://super.abril.com.br/blogs/cultura/saiba-como-foi-o-genocidio-armenio-que-completa-100-anos-em-2015/

segunda-feira, 27 de abril de 2015

8 medos hilários que atrasaram o progresso da humanidade

Publicado no Hypescience
Há duas maneiras igualmente burras de pensar no futuro. Há tanto o otimismo cego de que toda mudança é única e para o melhor (“a invenção da bomba atômica certamente irá acabar com o conceito de guerra para sempre!”), bem como o pânico cego de que cada inovação irá causar o apocalipse.
Mas, ao mesmo tempo, faz sentido a gente se preocupar quando os cientistas começam a produzir linhagens geneticamente modificadas, aranhas mega inteligentes e voadoras etc.
Só que eu APOSTO que você não sabia que coisas tão banais como as abaixo também espalharam o medo pelo mundo:
8. Um dia disseram que a iluminação de rua iria destruir o nosso conceito de dia e noite
Por milênios, as noites pertenciam a assassinos, pervertidos e ladrões. Naquela época, o pôr do sol era considerado tipo um toque de recolher. As pessoas corriam de volta para suas casas, trancavam as portas e se escondiam debaixo das cobertas, com velas acesas esperando o sol nascer de novo.
A vida era assim até que algumas cidades surgiram com a ideia de iluminação pública, que foi originalmente feita com lâmpadas de gás ao longo das ruas. Além dos benefícios de segurança pública, as pessoas puderam pode finalmente sair de casa sem carregar uma tocha flamejante como se estivessem a caminho de atacar o castelo do Frankenstein.
Quem iria reclamar de uma evolução dessas? Muitas pessoas. Inclusive muitas autoridades, que se opuseram à essa ideia por razões que vão desde problemas de saúde até implicações teológicas. SIM, também estou chocada.
Por um lado, as pessoas tinham medo de que manter cidades iluminadas após o sol se por criaria uma crise de saúde, como cidadãos que perderiam a hora de dormir perambulando pelas ruas – e isso naturalmente levaria a uma epidemia de resfriados (?). Quem mais? Sempre que o assunto é algum tipo de pânico social, tem um personagem que sempre bate cartão. Claro, a Igreja Católica.
Ela se opôs à iluminação pública alegando que Deus muito claramente estabeleceu a delimitação entre o dia e a noite, e colocar luzes após o anoitecer era como cuspir no rosto de Jesus. Em 1831, o Papa Gregório XVI foi ainda mais longe em proibir iluminação a gás nos estados papais, temendo que as horas extras de visibilidade permitiriam uma rebelião contra a Igreja.
Sem surpresa, ele foi incapaz de combater um dos avanços mais básicos e óbvios da civilização humana e, hoje, somos capazes de reclamar de muita luz enquanto estamos tentando dormir um pouco (POR QUE TODOS NOSSOS ELETRÔNICOS BRILHAM NO ESCURO MESMO?).
7. Usar paraquedas era considerado “covardia” entre pilotos dos Aliados
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Em uma lista de equipamento essencial para um piloto de caça, um paraquedas provavelmente estaria no topo. Mas, durante a Primeira Guerra Mundial, quando tínhamos acabado de descobrir como montar aviões com armas para matar outros aviões, comandantes aliados proibiram o uso de paraquedas por seus homens, temendo os possíveis efeitos que tais medidas salva-vidas poderiam ter.
Comandantes aliados, em geral, acreditavam que se um piloto soubesse que tinha mesmo uma chance de sobreviver, ele seria menos propenso a tentar salvar a missão. E como os aviões biplanos da Primeira Guerra eram construídos principalmente de madeira, lona e a bênção de um sacerdote, ficar no ar e pousar com segurança era basicamente um milagre para começar. Com o uso do paraquedas proibido, muitos pilotos tinham apenas um futuro possível: queimar vivo e cair rezando para que a queda os matasse rapidamente. Cruel. Para diminuir o sofrimento, eles carregavam um revólver de serviço na cabine de comando, com uma bala na câmara.
A política contra o paraquedas permaneceu em prática entre os aliados durante toda a guerra e vários anos depois. Pilotos alemães, por outro lado, descaradamente usavam seus paraquedas desde 1916.
6. Alguns temiam que para-raios impediriam a ira de Deus
A humanidade sempre viveu sob a tirania de um relâmpago que, desde os dias de Zeus, tem sido considerado um claro e direto “f*d*-se” do céu. Então, em 1749, o estadista americano e inventor Benjamin Franklin criou o que hoje conhecemos como para-raios. O para-raios de Franklin levantou um dedo médio gigante para os céus, redirecionando os ferrolhos inofensivamente para o chão. No entanto, este foi um momento em que um raio ainda era visto basicamente como a responsabilidade dos demônios, e os para-raios foram acusados de causar um terremoto de 1755 em Massachusetts, nos Estados Unidos, devido ao redirecionamento dessas emissões demoníacas para a crosta da Terra. Da mesma forma, na Boêmia, o padre Prokop Divis tinha inventado um dispositivo semelhante e proporcionado sua instalação ao longo de aldeias vizinhas; logo, os para-raios foram acusados de causar secas por, de alguma forma chocante, jogar a umidade para fora da terra.
Em 1756, para-raios foram derrubadas por multidões de camponeses irritados.
Enquanto isso, em Boston, a invenção de Franklin foi denunciada pelo clero protestante como “varas heréticas” que abriam as portas do castigo divino sobre a cidade, proporcionando relâmpago com um caminho de menor resistência, impedindo assim a ira de Deus de ferir seus pecadores destinados.
Ironicamente, estas varetas de fúria justa sempre pareciam ignorar pubs, casas de jogo e prostíbulos para bater apenas em igrejas – que eram geralmente os edifícios mais altos em qualquer cidade, e muitas vezes tinham gigantes sinos de metal em suas torres.
5. Alguns insistiam que turbinas eólicas podiam causar ansiedade e náuseas
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A energia eólica fornece a países como a Dinamarca e Alemanha algo em torno de 10 a 20% de sua produção de energia, tudo isso sem poluir o meio ambiente. Mas, em alguns lugares, como nos Estados Unidos (QUEM DIRIA!?) e na Austrália, planejar a construção de turbinas eólicas é um pepino, porque alguns disseminam o medo de um bicho-papão de saúde conhecido como “síndrome da turbina de vento”. Cada coisa…
De acordo com os sofredores, estar perto de turbinas eólicas pode desencadear toda uma infinidade de sintomas vagos, como vertigem, ansiedade, palpitações, náuseas e até esquecimento. Além disso, de acordo com a pesquisa científica, isso não é uma coisa que de fato exista, apesar de dezenas de processos judiciais tentarem argumentar que essas sensações de mal-estar são atribuíveis a um ventilador gigante.
Vítimas autoproclamadas de turbinas eólicas teorizam que é o zumbido de baixa frequência das lâminas o grande vilão da história. Muitas vezes, ele é baixo demais para realmente ser percebido pelo ouvido humano, mas de qualquer forma “perturba” a sua harmonia corporal.
Para testar esta teoria, os cientistas educaram um grupo de pessoas sobre os supostos perigos de sons de baixa frequência e, em seguida, colocaram essas pessoas em uma sala em que receberam o real “infrassom”, ou então receberam silêncio total que lhes foi dito como tal. O resultado foi que as pessoas registraram um pico de ansiedade tanto quando foram expostas ao som, quanto quando apenas acreditavam que tinham sido.
Isto significa que a “síndrome da turbina de vento” é provavelmente apenas um efeito psicológico, que é irmão do efeito placebo.
4. Música polifônica foi chamada de ferramenta do diabo
Na igreja medieval, a única música que era autorizada a tocar na casa de Jesus era o canto gregoriano solene que, ao mesmo tempo que é bonito em sua própria maneira, é estritamente monofônico. Ou seja, as pessoas estão sempre cantando a mesma nota o tempo todo.
Mas, nos séculos 13 e 14, houve uma crise teológica entre jovens músicos liberais que começou a infectar a santidade da igreja com o barulho do Diabo: a tal da música polifônica. O que significa que havia mais do que um instrumento sendo utilizado, e que cada músico estava fazendo suas própria harmonia, ou o que as pessoas da época costumavam chamar de orgia musical.
Você pode reconhecer isso como praticamente a base de toda a música de hoje, com exceção de seu despertador – e olhe lá. O Papa proibiu! Assim que o Papa João XXII ouviu tamanha heresia musical, proibiu imediatamente a produção de melodias polifônicas, insistindo que elas iriam “intoxicar a orelha sem satisfazê-la”. Queira muito entender o que ele quis dizer com isso.
A música ainda poderia criar uma “atmosfera sensual e indecente” na missa: o temor era que, momentos depois que a banda começasse a tocar um destes hinos desordenados, toda a congregação estaria rolando nua entre os bancos achando que estava em uma festa de aniversário na casa de Calígula.
E, não, caso você esteja se perguntando, não há nada sobre esse tipo de proibição na Bíblia.
A música polifônica foi amplamente rechaçada pela Igreja até meados dos anos 1500, quando a “Missa Papae Marcelli” foi composta. Um sofro de música polifônica sacudiu o vaticano e o Papa Marcelo II decidiu que esta missa, escrito em sua homenagem, era muito bonita e deveria ser tocada, sim.
3. Críticos se preocupam que a Ponte Golden Gate, conhecida por um incrivelmente alto número de suicídios, fique feia
A Ponte Golden Gate é um dos destinos de suicídio mais populares do mundo, o que não é uma reivindicação que San Francisco, nos Estados Unidos, faz em seus folhetos de viagem. Entre 50 e 100 pessoas tentam saltar dali para a morte por ano, e embora nem todo mundo consiga de fato morrer (porque a água tende a amaciar a queda melhor do que o concreto), em 2013 foi registrado um número alto de mortos na ponte, com 46 suicídios “de sucesso”.
Quando a cidade decidiu que bastava dessa palhaçada de ser destino de morte, os governantes investiram 76 milhões de dólares para a construção de uma rede de segurança sob a ponte, que teria o objetivo de pegar supostos suicidas e potencialmente salvar dezenas de vidas todos os anos.
Infelizmente, o plano foi travado pela comunidade local. Por que as pessoas se opõem a uma rede de suicídio na ponte de suicídio mais popular do mundo? Porque ela tem gosto duvidoso e deixa o visual da construção feio.
SÉRIO? Sério.
Depois de pesquisar entre os cidadãos de San Francisco o que eles achavam sobre esse projeto, a maioria dos entrevistados totalmente rejeitou o plano devido ao medo de que a tal rede pudesse estragar a estética perfeita da ponte. A culpa não é da ponte. Um dos argumentos mais populares é que as pessoas que optam por cometer suicídio estão indo para fazê-lo de qualquer maneira, não importa os esforços para detê-los.
Mas a pesquisa mostra que isso simplesmente não é verdade. O suicídio é mais frequentemente uma decisão por impulso. No caso específico de pontes, tem sido demonstrado que, quando as pessoas são impedidas de saltar devido a uma barreira ou líquido, a grande maioria deles aborta seus planos.
2. Os primeiras ciclistas tinham uma doença chamada “cara de bicicleta”
A Era Vitoriana viu uma revolução na recreação com a invenção do “velocípede”, que é o que eles costumavam chamar uma bicicleta. Vitorianos de todas as classes ficavam muito satisfeitos com a ideia de um modo de transporte muito mais eficiente do que tentar andar a pé em qualquer lugar com 10 camadas de roupa, e ainda ficar em forma.
As mulheres usavam o transporte deliberadamente, mas a visão de meninas passeando livremente, não acompanhadas por homens, criou um problema com todos os monóculos que se proliferavam nas ruas. Em breve, os médicos começaram a alertar que essa geringonça diabólica era perigosa, especificamente devido a uma condição potencial para a saúde que, com toda a seriedade possível, era chamada de “cara de bicicleta”.
O pensamento era de que, devido à incapacidade de uma mulher de competentemente dirigir qualquer tipo de dispositivo com partes móveis, ou realmente manter a função motora básica humana sem desmaiar em um sofá posicionado estrategicamente, a complicada tarefa de manter o equilíbrio em uma bicicleta e, ao mesmo tempo, tentar pedalar iria causar estragos na sua postura delicada, e o estresse iria desfigurar seus rostos permanentemente.
Os horrores da “cara de bicicleta” incluíam senhoras com a tez pálida, lábios apertados, sombras escuras ao redor dos olhos, e uma expressão permanentemente cansada, devido à intensa concentração exigida apenas para permanecerem vivas.
Alguns médicos mais igualitários tentaram reformar o projeto da bicicleta, como a posição do guidão, em uma tentativa de torná-los mais acessíveis às mulheres sem transformá-las em trolls hediondos, enquanto outros doutores recomendaram que os homens simplesmente não deixassem que suas mulheres nem chegassem perto de bicicletas se quisessem permanecer capazes de olhá-las à luz do dia.
Mas e se a mulher fosse do tipo teimosa?
No caso de sua senhora simplesmente insistir em pedalar por aí loucamente, praticando esse passatempo esteticamente perigoso, os jornais publicaram colunas de conselhos elas desfrutarem de seus velocípedes com um efeito mínimo negativo. Os conselhos incluíam “não gritar se você ver uma vaca” e “não tentar perguntar a cada homem que você vê o que ele pensa da sua roupa”.
1. Chegaram a alegar que uma viagem de trem poderia desintegrar as pessoas
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Na década de 1820, o sonho da humanidade era viajar grandes distâncias em uma apertada lata de sardinha, altamente poluente, que conhecemos como locomotiva a vapor.
É impossível exagerar o quão grande era sua capacidade de viajar e/ou transportar mercadorias a uma velocidade mais rápida do que um trote animal de carga. Essa tecnologia encurtou distâncias. Eliminou fronteiras. Impulsionou economias. Enfim.
Além disso, de repente as pessoas podiam visitar lugares distantes sem se preocupar em ficar atoladas na pradaria e terem que comer seus companheiros de viagem. Parece bom, não?
Nem todo mundo ficou emocionado com essa ideia, no entanto.
Qual era o problema?
Especificamente, as pessoas estavam preocupadas com os efeitos que viajar a velocidades insondáveis de até 30 km/h poderiam causar sobre o frágil corpo humano.
Propagandistas anti-trem alertaram que subir a bordo de uma dessas armadilhas de morte poderia, no pior dos casos, fazer com que o corpo humano se desintegrasse sob o estresse de viajar a velocidades que, nos dias de hoje, fariam você quer puxar uma arma e atirar em si mesmo.
Temia-se que os homens ficassem asfixiados, e as mulheres sofressem uma morte ainda mais violenta devido a seu corpo mais frágil.
Na verdade, houve até preocupações de que simplesmente ver um trem viajando prejudicaria o ambiente e levaria as pessoas à loucura. O medo era que um trem em movimento iria arruinar colheitas, coalhar o leite das vacas e até mesmo induzir uma forma de insanidade chamada de “delirium furiosum”.
Foi, na verdade, recomendado que barreiras de 2 metros fossem erguidas ao lado dos trilhos para proteger as pessoas de ver os trens e ficarem insanas. [Cracked]
http://www.pavablog.com/2015/04/25/8-medos-hilarios-que-atrasaram-o-progresso-da-humanidade/

quinta-feira, 23 de abril de 2015

20 fotos raras da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Soldado brasileiro estampado em edição do jornal Cruzeiro do Sul. Antes da adesão ao conflito uma expressão se popularizou no Brasil, "é mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra".

É impressionante como alguns temas históricos são tão pouco trabalhados na internet. Apesar do grande número de curiosos, é visível a falta de informação de qualidade em nosso idioma, e isso ainda fica mais evidente quando o objeto de estudo é a História do Brasil. Com o objetivo de preencher esta lacuna foi inciado o projeto História Ilustrada, o imenso trabalho de realizar pesquisas e reunir informações de fontes confiáveis tem resultado em um rápido e satisfatório reconhecimento do público leitor.

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial é um tema muito interessante em diversos aspectos. O país comandado por Getúlio Vargas soube aproveitar ao máximo a sua inicial condição de neutralidade, e quando foi preciso quebrá-la, a decisão foi tomada com muita sabedoria. Por questões estratégicas que envolviam posicionamento geográfico e fornecimento de suprimentos, até o último momento alemães e americanos disputaram a aliança com os brasileiros. No final, com direito até a uma visita pessoal do presidente Roosevelt ao Brasil,Vargas optou por aderir à causa Aliada. 

A simples colaboração geográfica do Brasil com as movimentações militares dos Estados Unidos já foi suficientemente importante para o andamento do conflito no front ocidental, mas a ajuda brasileira não parou por aí. Em 1944 foram enviados milhares de soldados para consolidar o avanço dos Aliados em território italiano. Durante a campanha na Itália, os pracinhas, como ficaram conhecidos os soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira) enfrentaram  soldados da Itália fascista e posteriormente os temidos soldados nazistas. Entre centenas de missões e longos meses de combate, a mais importante conquista foi a vitória em Monte Castelo (Fevereiro de 1945) e a mais sangrenta vitória foi na Batalha de Montese (Abril de 1945).

Quem sobreviveu para contar a história denunciou a não tão amigável realidade dos pracinhas:

"O treinamento que tivemos no Brasil de nada serviu para nós lá na guerra. O armamento era antiquado, a alimentação era péssima, as questões de saúde eram compliacadas. (...) Havia também muita gente com problemas de dentição e se soldados que, antes de ingressarem no exército, jamais tinham calçado um sapato na vida."  
Ferdinando Palermo, veterano brasileiro da Segunda Guerra Mundial.

Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt em Natal, Rio Grande do Norte, 1943.

Desembarque dos pracinhas brasileiros na Itália  (Arquivo Diana Oliveira Maciel).


Soldados da FEB sendo saudados por moradores de Massarosa, Itália, 1944.

Soldados alpinos fascistas italianos capturados pelos brasileiros aguardam para serem interrogados em Viareggio, Itália, 1944 (Gli eroi Venuti dal Brasile).

Acampamento de soldados do 2° Escalão da FEB (Arquivo Diana Oliveira Maciel).


O Comando das Forças Aliadas na Itália examina as operações conduzidas pela FEB (Arquivo do Exército Brasileiro).


Enfermeiras Brasileiras com soldados da Força Expedicionária Brasileira em uma avião da FAB (Bernardes MMR, Lopes GT). A colaboração da FAB, juntamente com a participação de uma divisão de montanhas do exército americano, foi um fator importante para a conquista do Monte Castelo.


Movimentação da Força Expedicionária Brasileira na Itália (Arquivo do Exército Brasileiro)

Tropas brasileiras em Monte Castelo (Arquivo Diana Oliveira Maciel)


O General Otto Freter, comandante da 148ª divisão alemã, apresentando a rendição de sua tropa ao General brasileiro Zenóbio da Costa (Arquivo do Exército Brasileiro).

Prisioneiros da 148º Divisão de Infantaria alemã, sob controle da FEB (Gli eroi Venuti dal Brasile)


Soldados brasileiros nos Apeninos, em pleno inverno, posicionados contra as linhas de defesa alemãs (Horácio Coelho). Os soldados brasileiros chegaram a enfrentar temperaturas próximas aos -20ºC.

Tropas brasileiras em movimentação nos arredores de Montese (Ten. Cel. Manoel Thomaz Castello Branco).


Ponto conquistado nos Alpeninos defendido pela Força Expedicionária Brasileira com metralhadoras (Arquivo da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil Secção de São Paulo).

Um blindado M-8 do Esquadrão de Reconhecimento da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária entra em Montese, na Itália (Arquivo da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil Secção de São Paulo).

Evacuação de feridos após a conquista de Montese pela FEB (Marechal Floriano de Lima Brayner).

Soldado aliado vigia com uma carabina prisioneiros alemães após o término da guerra na Itália (Arquivo da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil Secção de São Paulo).

Banda oficial da companhia do Quartel General em Alessandria, no norte da Itália (Arquivo General Tácito Theóphilo Gaspar de Oliveira).

Fontes:

Bruno Henrique Brito Lopes 
Graduando em História pela Universidade Católica de Pernambuco. 

Extraído de:http://www.historiailustrada.com.br/2014/04/fotos-raras-brasil-na-segunda-guerra.html

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Você conhece os seus deuses? A esquecida mitologia brasileira

os deuses dos índios brasil

Jeová, Thor, Zeus, Hórus, Júpiter... Você provavelmente já ouviu falar em todos eles. Mas alguma vez na vida você já parou pra pensar sobre os deuses das culturas nativas do Brasil? Ao que parece, nossa herança cultural nativa é sempre sub-julgada pelas culturas estrangeiras... por isso, nós do Curto e Curioso fizemos uma grande pesquisa e reviramos a internet de ponta-cabeça a fim de resgatar um pouco dessa história.

Agora você terá a chance de conhecer um pouco da rica cultura dos nativos brasileiros, e de algumas das mais importantes divindades: os deuses dos índios do Brasil.

Nhanderuvuçu

Nhanderuvuçu
Conhecido também como Nhamandú, Yamandú ou Nhandejara, é considerado como o deus supremo da mitologia tupi-guarani. Nhanderuvuçu não tem uma forma antropomórfica, pois é a energia que existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe antes mesmo de existir o Universo. No princípio ele destruiu tudo que existia e depois criou a alma, que na língua tupi-guarani se chama "Anhang" ou "añã"; "gwea" significa velho(a); portanto anhangüera "añã'gwea" significa alma antiga. Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas (+) e (-) surgiu "anhandeci" a matéria. Depois ele desejou lagos, neblina, cerração e rios. Para tudo isso, ele criou Iara, a deusa dos lagos. Depois criou Tupã que é quem controla o clima, o tempo e o vento, Tupã manifesta-se com os raios, trovões, relâmpagos, ventos e tempestades, é Tupã quem empurra as nuvens pelo céu. Nhanderuvuçú criou também Caaporã (Caipora) o protetor das matas por si só nascidas, e protetor dos animais que vivem nas florestas, nos campos, nos rios, nos oceanos, enfim o protetor de todos os seres vivos.

Iara

Iara deusa indigena
Deusa das águas, também conhecida como Uiara, ela é vista como uma linda sereia que vive nas profundezas do rio Amazonas, de pele parda, cabelos verdes longos e olhos castanhos.

Abaçai

Abaçai deus indigena
É o deus da guerra, um tipo de 'Áries' ou 'Marte' dos nativos. É o espírito guerreiro que se apossa do índio que se prepara para batalhas sangrentas. Por isso, dizem que aqueles preparados para a guera estão "abaçaiados".

Angra

angra deusa do fogo
A deusa do fogo da mitologia tupi-guarani.

Andurá

Andurá
Uma árvore fantástica e surreal, que a noite se inflama subitamente, se parecendo bastante com a forma através da qual o deus judaico-cristão se comunica com seus profetas.

Chandoré

Chandoré tupi
Deus da mitologia tupi-guarani. Segundo a lenda, teria sido enviado para matar o índio malvado Pirarucu, que desafiou Tupã, mas fracassou, pois Pirarucu se jogou no rio. Como castigo o índio transformou-se em um peixe, que leva o seu nome.

Sumé

sumé deus indigena
Também conhecido como Zumé, Pay Sumé ou Tumé, entre outros nomes, é a denominação de uma antiga entidade da mitologia dos povos tupis do Brasil cuja descrição variava de tribo para tribo. Tal entidade teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses, e transmitido uma série de conhecimentos como a agricultura, fogo e organização social, e seria uma espécie de deus das leis e das regras. Era visto com cabelos amarelos, voava por todo lugar, e inclusive mergulhava sob as águas do mar, até quando desapareceu. Sumé deixou dois filhos, Tamandaré e Ariconte, que eram muito diferentes e odiavam um o outro.

Rudá

Rudá deus do amor
O deus do amor, que vive nas nuvens. Seu trabalho é o de despertar o amor no coração das mulheres. Equivalente a deusa Hathor da mitologia egípcia, Vênus da mitologia romana, e Afrodite da grega.

Tupã

Tupã deus do trovão
Seria um tipo de líder na mitologia tupinambá, senhor dos trovões e tempestades. Em analogia simples, poderia ser comparado ao deus grego Zeus, ou mesmo ao deus nórdico Thor, pois ele compartilha a mesma explicação comum nos deuses dos povos antigos para os relâmpagos. Tupã também tem a característica da onipresença, que é muito comum nas religiões cristãs, judaica e islâmica. Os jesuítas, na época da colonização, difundiram uma opinião errônea de que o trovão em sí seria um deus indígena, sendo que na verdade, ele é apenas a maneira utilizada por Tupã para se expressar.

Jaci

Jaci deusa da Lua
A deusa da Lua e da Noite seria responsável pela magia e encanto dos homens. Teria sido criada por Tupã para dar beleza à Terra. Irmã de Iara (deusa dos lagos serenos), Jaci tornou-se esposa do próprio Tupã. Outras versões da mitologia indígena dizem que Jaci seria esposa e/ou irmã Guaraci, o deus Sol. Jaci é equivalente a Vishnu  dos hindus e Ísis dos egípcios.

Guaraci (ou Quaraci)

Guaraci deus Sol
Guaraci é a representação do deus Sol, responsável pela luz, vida e pureza do planeta Terra, assim como Brahma (hinduísmo) e Osíris (egípcio).

Yorixiriamori

Yorixiriamori
Esse deus encantava as mulheres com seu belo canto, o que despertou a inveja dos homens que tentaram matá-lo. Por isso, ele fugiu para o céu sob a forma de um pássaro. É um personagem do famoso mito "A árvore cantante", dos índios Ianomâmis.

Anhangá

Anhangá
Os jesuítas propagaram a imagem errônea de que Anhangá seria o equivalente ao Diabo da religião Cristã, porém, Anhangá (que significa espírito) seriam almas que vagam pela Terra, que podia assumir qualquer forma, mas que seria mais visto como um veado com olhos de fogo. Além disso, Anhangá seria o protetor dos animais, protegendo-os contra caçadores. Quando um animal consegue escapar miraculosamente durante uma caça, os índios atribuem tal façanha a Anhangá.

Jurupari

Jurupari
Filho da índia Ceuci, que após comer um fruto proibido para moças no período fértil (fruta mapati), ficou grávida miraculosamente, após o suco da fruta escorrer pelo seu corpo nu. Quando o conselho de anciãos soube da história de Ceuci, ela foi punida com exílio, onde teve seu filho, chamado Jurupari, enviado do deus Sol Guaraci, que teria como missão reformular os costumes e o modo de vida dos homens, que eram submetidos às mulheres. Visto como o grande Legislador, com 7 dias de vida já aparentava 10 anos de idade, e sua sabedoria atraiu as pessoas que ouviam seus ensinamentos enviados pelo deus Sol. Por sua vez, a história contada pelos jesuítas atribui Jurupari a uma espécie de demônio que visita os sonhos das pessoas, dando origem aos pesadelos, pois o ritual de Jurupari era o mais praticado na época da colonização. O ritual exclusivo para homens, inclui músicas com flautas, flagelações, tabaco e coca e alucinógenos.

Ceuci

Ceuci deusa
Deusa da lavoura e das moradias, representada pela estrela mais brilhante da constelação de Plêiades. Quando na Terra, era mãe de Jurupari, o enviado do Sol/Guaraci, se submeteu ao novo método patriarcal das tribos. As mulheres não podiam participar dos rituais de Jurupari, pois os deuses matariam a intrusa. Certa vez, Ceuci com saudade de seu filho, aproximou-se dele durante um cerimonial, e foi quando ela foi atingida por um raio, enviado por Tupã. Jurupari, também filho do Sol, foi enviado para ressuscitá-la, mas não o fez para não desobedecer a lei dos deuses. Ele a acalmou dizendo que iria brilhar no céu, e encontrar o deus Guaraci, e nesse momento, Jurupari chorou. Por isso, quando faz Sol e chuva ao mesmo tempo, os índios dizem que o espírito de Jurupari está por perto.

Akuanduba

Akuanduba
Uma divindade dos índios araras, toca a sua flauta para dar sustentação e ordem ao mundo, representando a harmonia divina.

Wanadi

Wanadi
Deus dos iecuanas, faz parte de um mito em que o Sol teria criado três seres vivos para habitar o mundo. Apenas Wanadi nasceu perfeito enquanto que os outros dois seriam responsáveis pelo mal do planeta.

Yebá Bëló

Yebá Bëló
Chamada de “mulher que apareceu do nada”, é citada como a responsável pela criação da humanidade segundo os Dessanas. De acordo com a lenda, teria moldado os homens e mulheres das folhas de coca que masca, chamadas de ipadu.

Caipora

Caipora
O nome caipora vem do tupi-guarani Caapora, e quer dizer "habitante do mato". Caipora é representado pela forma de um índio jovem, coberto de pelos e vive montado em uma espécie de porco-do-mato. Ele é o guardião da vida animal. É ele que estala os galhos, faz assobios e dá falsas pistas para desorientar os caçadores. Reza a lenda que Caipora seria canibal, se alimentando de tudo e todos que caçam nas florestas, punindo homens, insetos ou até outros animais. Caipora é responsável por punir, principalmente, aqueles que caçam além da necessidade.

Tupi

Tupi deus
Personagem primordial de todos os povos tupis. O antepassado principal, que deu origem à todos os índios. Por isso, muitas nações tupis criaram seus nomes como homenagens a tupi: tupinambás, tupiniquins, tupiminós, tupiguaés, etc...
Os deuses brasileiros

http://www.curtoecurioso.com/2015/04/voce-conhece-os-seus-deuses-esquecida.html