quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Autoridades chinesas pedem 'punição exemplar' para americano que roubou polegar de estátua de 2 mil anos

Imagem e detalhe da estátua de guerreiro de terracota sem polegar esquerdo 

Autoridades chinesas exigiram "punição exemplar" para um americano que teria roubado o polegar de uma das famosas estátuas de guerreiros de terracota, em exibição nos Estados Unidos, de acordo com a imprensa estatal chinesa.
A estátua de 2 mil anos, que vale cerca de US$ 4,5 milhões, é uma das dez emprestadas ao Instituto Franklin, na Filadélfia.


Na semana passada, o americano Michael Rohana, de 24 anos, foi acusado de roubo e ocultação de obra de arte de grande importância. Ele chegou a ser preso e foi liberado após pagar fiança.
O exército de terracota da China é uma das descobertas arqueológicas mais importantes do país.
As esculturas representam o exército de Qin Shi Huang, o primeiro imperador chinês.

 

'Selfie' e roubo

De acordo com os registros do tribunal na Filadélfia, Rohana estava em uma festa no Instituto Franklin no dia 21 de dezembro - uma festa de Natal onde todos tinham que usar "suéteres feios" - quando conseguiu entrar na exposição das estátuas chinesas por uma porta que não estava trancada.
Ele teria ligado a lanterna do celular e tirado uma foto com um dos guerreiros, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, que cita o FBI, polícia federal americana, como fonte da informação.
Em seguida, Rohana teria segurado a mão esquerda da estátua e pareceu ter quebrado parte dela. Ele guardou o item e saiu.
Os funcionários do museu só notaram a falta do dedo da estátua no dia 8 de janeiro. Cinco dias depois, eles chegaram a Rohana após examinar imagens das câmeras de segurança e transações de seu cartão de crédito.

Guerreiros de terracota 

De acordo com a Xinhua, Rohana admitiu que havia guardado o polegar de 2 mil anos na gaveta de sua escrivaninha.
Segundo o jornal americano USA Today, um amigo de Rohana disse ter visto uma foto do artefato em seu Snapchat.

 

Protesto

Nesta segunda-feira, o diretor do Centro Shaanxi de Promoção de Patrimônio Cultural, organização governamental que emprestou as estátuas aos EUA, "condenou fortemente" o Instituto Franklin por ser "descuidado" com as estátuas, segundo a rede de TV chinesa CCTV.
"Pedimos que os Estados Unidos apliquem uma punição exemplar ao perpetrador. Registramos um protesto grave junto a eles", disse Wu Haiyun.
Wu afirmou ainda que o centro enviará dois especialistas ao país para identificarem os danos e restaurarem a estátua, usando o polegar apreendido com Rohana.
O governo chinês, segundo ele, deverá pedir indenização pelo incidente.
Os guerreiros de terracota, um exército de 8 mil estátuas em tamanho real, são conhecidos como uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20.
Acredita-se que elas foram feitas para proteger o imperador Qin Shi Huang na vida após a morte.
O exército foi descoberto em 1974 na cidade chinesa de Xi'an por um grupo de camponeses.

BBC




segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Quantas pessoas morreram no dia D?

Veja todas as baixas da operação (entre mortos, feridos e desaparecidos)


morte-diaD

No dia 6 de junho de 1944, cerca de 5,4 mil soldados perderam a vida num dos episódios mais importantes da 2ª Guerra Mundial. Foi o início do ataque de exércitos aliados a tropas alemãs na Normandia, litoral norte francês. Cerca de 6.900 navios, 5.500 aviões e 160 mil soldados (incluindo 13 mil paraquedistas) dos EUA, Grã-Bretanha e Canadá cruzaram o Canal da Mancha, vindos da Inglaterra, para iniciar a operação Overlord, cujo objetivo era expulsar os nazistas do oeste europeu. A campanha durou quase 90 dias e custou a morte de 445 mil pessoas (entre soldados e civis) até a chegada dos aliados a Paris, em agosto. A derrota na França acuou os exércitos de Hitler e encaminhou o fim da guerra.
Do céu ao inferno
Dentre as baixas aliadas, 1.200 delas foram de paraquedistas. Muitos deles, porém, podem ter caído longe do alvo, sumido por muito tempo e se juntado às tropas de novo
Saldo sangrento
Todas as baixas da operação (entre mortos, feridos e desaparecidos)
Ensaio desastrado
Nos treinamentos, simulações e locais “falsos” de saída da armada – criados para confundir os nazistas sobre por onde os aliados invadiriam o território francês – 12 mil perderam a vida entre abril e maio de 1944. A força aérea aliada perdeu 2 mil aeronaves durante as preparações
Aliados
EUA, Grã-Bretanha e Canadá tiveram 4.413 soldados mortos no Dia D. Foram 2.499 norte-americanos, 1.660 britânicos e 340 canadenses. Só na praia de codinome Omaha, uma das cinco escolhidas para o desembarque das tropas, houve 2 mil baixas para os EUA
Nazistas
Imagine um soldado aliado participando de uma operação para libertar outro país (França) defendido por soldados de uma terceira nacionalidade (alemã). A contagem de baixas inimigas não era uma prioridade para os invasores. Por isso, a estimativa de mortes nazistas foi de apenas 1.000
Civis
Entre 15 e 20 mil franceses são contados como baixas. A maioria deles morreu vítima de bombardeios na madrugada da invasão. Esse número também contabiliza os franceses que saíram de casa para escapar do conflito
Território marcado
Hoje existem 27 cemitérios de guerra na região da Normandia, com cerca de 110 mil mortos enterrados (não só do Dia D). O total de heróis conta com 77.866 alemães, 9.386 norte-americanos, 17.769 britânicos, 5.002 canadenses e 650 soldados poloneses
4.413 aliados
5.413 mortos
1.000 nazistas
Operação Overlord
Aliados – 209 mil baixas
Nazi – 216 mil baixas
FONTES Sites ddaymuseum.co.uk e nationalww2museum.org e livros Overlord – The D-Day Landings, de Ken Ford e Steven J. Zaloga, e Normandy – Breaching the Atlantic Wall, de Dominique François
https://mundoestranho.abril.com.br/historia/quantas-pessoas-morreram-no-dia-d/

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

DNA de esqueleto indica existência de britânicos negros e de olhos azuis há 10 mil anos

Homem de Cheddar
Com base nos dados, cientistas reconstruíram o que acreditam ter sido o rosto do Homem de Cheddar

O Homem de Cheddar nada tem a ver com o queijo de sabor forte e, por vezes, cor amarelada. É, na verdade, um dos mais antigos britânicos de que se tem registro. E agora, também objeto de uma nova descoberta.
Uma análise recente do fóssil encontrado em 1903 em uma gruta de Cheddar, desfiladeiro repleto de cavernas localizado em Somerset, no Reino Unido, indicou que ele tinha olhos azuis, cabelo crespo e pele escura.
A análise contraria a imagem anterior projetada a partir do fóssil. Inicialmente, acreditava-se que ele tinha olhos escuros, pele clara e cabelos lisos.
Uma equipe de cientistas não só identificou o novo fenótipo atribuído ao britânico de 10 mil anos atrás como também fez uma reconstrução detalhada de seu rosto.
Avaliações anteriores já indicavam que ele era mais baixo que a média e que provavelmente morreu por volta dos 20 anos.
Homen de Cheddar e integrantes da equipe do Channel 4
Gêmeos holandeses Adrie e Alfons Kennis recriaram a face do Homem de Cheddar | Foto: Channel 4
Fraturas na superfície do crânio sugerem que ele pode ter morrido de maneira violenta. Não se sabe como o corpo chegou à caverna, mas é possível que tenha sido colocado lá por indivíduos da tribo.

Extração do DNA

Os pesquisadores do Museu de História Natural de Londres extraíram o DNA de uma parte do crânio, próxima ao ouvido, conhecida como osso petroso.
Inicialmente, Ian Barnes e Selina Brace, que fazem parte da instituição e integram o projeto, não tinham certeza se conseguiriam algum DNA do fóssil.
Mas eles tiveram sorte: não só o DNA foi preservado, como também produziu a maior cobertura (uma medida da precisão de sequenciamento) para um genoma na Europa desse período de Pré-história - conhecido como Mesolítico ou Idade da Pedra Média.
Crânio
Análise do DNA foi feita a partir do crânio, mais precisamento do osso petroso | Foto: Channel 4
Os pesquisadores do museu se juntaram a cientistas da universidade londrina UCL (University College London) para analisar os resultados, incluindo variantes genéticas associadas com cabelo, olhos e cor da pele.
A descoberta indica ainda que os genes da pele mais clara se difundiu na Europa mais tarde do que se pensava, e que a cor da pele não é necessariamente referência de origem geográfica, como normalmente é vista hoje em dia.

Como a pele mudou

A pele clara provavelmente chegou à Grã-Bretanha há cerca de 6 mil anos, com uma migração de pessoas do Oriente Médio.
Essa população tinha pele clara e olhos castanhos. Acredita-se que tenha acabado absorvendo características de grupos como o do Homem de Cheddar.
Não se sabe ao certo, contudo, por que a pele clara acabou se sobressaindo entre os habitantes da região. Mas acredita-se que a dieta à base de cereais provavelmente era deficiente em vitamina D - isso exigiria que agricultores processassem esse nutriente por meio da exposição à luz solar, que é mais escassa onde fica o Reino Unido.
"Podem haver outros fatores causando menor pigmentação da pele ao longo do tempo nos últimos 10 mil anos. Mas essa é a grande explicação à qual a maioria dos cientistas se fia", disse Mark Thomas, geneticista da UCL.
Homem de Cheddar
Fóssil foi encontrado em 1903 numa caverna em Cheddar, no condado de Somerset
Para Tom Booth, arqueólogo do Museu de História Natural em Londres e integrante do projeto que desvendou as características do Homem de Cheddar, a análise mostra como as categorias raciais são construções modernas ou muito recentes. "Elas realmente não se aplicam ao passado", disse ao jornal britânico The Guardian.
Yoan Diekmann, biólogo especializado em estudos da computação na universidade londrina UCL e também parte da equipe, concorda com o colega. Afirma que a conexão comumente estabelecida entre "britanidade" e brancura "não é uma verdade imutável". "Sempre mudou e sempre mudará", declarou à mesma publicação.
A análise genética também sugere que o Homem Cheddar não bebia leite na idade adulta - algo que só se espalharia entre os humanos muito mais tarde, na Idade do Bronze, iniciada em alguns lugares há cerca de 5 mil anos.

Chegadas e partidas

As análises também indicam que os europeus dos tempos atuais mantiveram, em média, apenas 10% das características de ancestrais como o britânico de Cheddar.
Acredita-se que os humanos chegaram no que hoje é o Reino Unido há 40 mil anos, mas um período de frio extremo conhecido como o Último Máximo Glacial teria os forçado a migrar dali 10 mil anos depois.
Também já foram coletadas evidências em cavernas de que humanos caçadores-coletores voltaram quando as condições climáticas melhoraram. Mas acabaram sendo surpreendidos pelo frio - marcas nos ossos sugerem que esse grupo canibalizou seus mortos.
O território hoje conhecido como Grã-Bretanha foi ocupado novamente há 11 mil anos e, desde então, permanece habitado, segundo os pesquisadores.
O Homem de Cheddar é parte dessa onda migratória que teria caminhado pela chamada Doggerland - que, naquele período, ligava a ilha ao continente, mas posteriormente acabou coberta pelo aumento do nível do mar.
Homem de Cheddar
Nos anos 1990, outra análise do DNA já havia identificado possíveis 'parentes do Homem de Cheddar'
Essa não é a primeira tentativa de análise genética do Homem de Cheddar. No final dos anos 1990, o geneticista Brian Sykes já havia sequenciado o DNA mitocondrial de um dos molares do fóssil.
A sequência, transmitida exclusivamente da mãe para os filhos, foi comparada com 20 residentes vivos do povoado em Cheddar.
Duas dessas pessoas tinham mostras similares - uma delas era o professor de história Adrian Targett.
A atual descoberta feita por pesquisadores do Museu de História Natural e da UCL vai ser detalhada em um documentário para a televisão britânica com o título The First Brit: Secrets of the 10,000 Year Old Man ("O primeiro britânico: segredos do homem de 10 mil anos de idade"), feito pela Plimsoll Productions e a ser exibido pelo Channel 4. Também vai virar, é claro, artigo acadêmico.
Chris Stringer
Professor Chris Stringer ficou impressionado ao ver a reconstrução do Homem de Cheddar
O professor Chris Stringer, que lidera os estudos sobre origens humanas no museu, se dedica a estudar o esqueleto do Homem de Cheddar há 40 anos.
Ele se impressionou ao ver a reconstrução que pode ter revelado o rosto de seu objeto de estudo.
"Ficar cara a cara com a imagem de como esse homem pode ter parecido - a combinação impressionante de cabelo, rosto, cor dos olhos e pele escura - é algo que não poderíamos imaginar alguns anos atrás. Mas é que os dados científicos mostram."

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O que dizem os misteriosos trechos dos Manuscritos do Mar Morto finalmente decifrados

Detalhes dos fragmentos
Fragmentos continham códigos - e alguns tinham tamanho inferior a um centímetro quadrado | Foto: Universidade de Haifa
Uma das últimas partes dos Manuscritos do Mar Morto, que ainda permanecia obscura, foi decifrada por pesquisadores em Israel.
Sessenta pequenos fragmentos foram reunidos ao longo do período de um ano, o que tornou possível identificar o nome de um festival para celebrar as mudanças das estações.
Também foi revelada a existência de um escriba, que revisou e corrigiu erros cometidos por quem escreveu o material.
Os 900 manuscritos, supostamente produzidos por membros de uma antiga seita judaica, têm sido fonte de curiosidade desde sua descoberta na caverna de Qumran, no trecho do Mar Morto que fica na Cisjordânia, entre 1947 e 1956.
Os Manuscritos do Mar Morto são considerados o exemplar mais antigo da Bíblia Hebraica já encontrado - é datado, segundo estimativas, de 4 a.C.
Não se sabe quem escreveu esses textos, apesar de alguns acadêmicos atribuírem a autoria aos essênios, uma seita judaica identificada como essênios.
O material foi descoberto por um jovem pastor que procurava por uma ovelha desgarrada.
Caverna de Qumran, no Mar Morto
Manuscritos do Mar Morto foram encotrados na caverna de Qumran entre 1947 e 1956

Fragmentos minúsculos

Os fragmentos dos manuscritos foram reunidos pelos pesquisadores Eshbal Ratson e Jonathan Bem-Dov, da Universidade de Haifa, em Israel.
Estavam escritos em códigos, e alguns pedaços tinham tamanho inferior a um centímetro quadrado.
De acordo com os pesquisadores, os trechos agora decifrados detalham ocasiões especiais que seriam comemoradas pela antiga seita judaica, incluindo um calendário de 364 dias.
Além disso, há informações sobre as celebrações do novo trigo, novo vinho e novo óleo, que estão relacionadas ao festival judaico Shavuot - também conhecido como festa das colheitas.
Os pesquisadores também descobriram o nome que seria usado pela seita para o festival observado quatro vezes no ano, que marcava as trocas de estações: Tekufah. A mesma palavra significa "período" em hebraico nos dias atuais.
Eles disseram que tiveram a ajuda das anotações identificadas nas margens, feitas por um escriba corrigindo omissões feitas pelo autor, na hora de decifrar o código.
"Esses comentários são sugestões que me ajudaram a desvendar o quebra-cabeça - eles me mostraram como montar o manuscrito", disse Ratzon ao jornal israelense Haaretz.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

John Anglin, Clarence Anglin e Frank Morris
John Anglin, Clarence Anglin e Frank Morris escaparam da prisão em 1962 | Foto: FBI
Uma carta misteriosa que acaba de vir a público pode ajudar a desvendar o paradeiro de John Anglin, um dos três prisioneiros que escaparam da penitenciária de Alcatraz, nos Estados Unidos, há mais de 50 anos.
O episódio ficou conhecido como 'fuga impossível' e até hoje mantém os fugitivos na lista dos mais procurados do país - com direito a imagens de como seriam fisicamente agora. A prisão era considerada de segurança máxima e foi desativada em 1963, um ano após fugirem.
O autor da correspondência que conta o que houve com o trio seria, supostamente, o próprio John.
Ele teria escrito à polícia de São Francisco em 2013, mas só agora o caso foi divulgado.
"Meu nome é John Anglin", diz a carta. "Eu fugi de Alcatraz em junho de 1962. Naquela noite, todos nós conseguimos, mas foi por pouco".

O que a carta diz?

A carta afirma que os três fugitivos - os irmãos John e Clarence Anglin e Frank Morris - viveram até a velhice.
Clarence teria morrido em 2008 e Morris, em 2005.
O autor, que se apresenta como John, tenta fazer um acordo com as autoridades por meio da correspondência. "Se vocês anunciarem na TV que eu ficarei preso por no máximo um ano, e que receberei cuidados médicos, escreverei de volta para dizer exatamente onde estou", diz.
Imagem mostra a carta supostamente de Anglin
Carta supostamente enviada por John Anglin, cujo paradeiro segue desconhecido | Foto: KPIX
"Eu tenho 83 anos e estou doente. Tenho câncer", acrescenta.
De acordo com o texto, John viveu em Seattle a maior parte de sua vida e passou oito anos na Dakota do Norte.
No momento em que a carta foi enviada, ele supostamente vivia no sul da Califórnia.

Essa carta é verdadeira?

A polícia de São Francisco não tornou a carta pública, apesar de tê-la obtido cinco anos atrás, de acordo com a rede de televisão CBS.
Cela que abrigava presos em Alcatraz
Uma das celas em Alcatraz: penitenciária de segurança máxima abrigou alguns dos presos mais perigosos dos EUA
O material só foi divulgado após ser entregue por uma fonte anônima ao KPIX, uma emissora local da rede.
O US Marshals Service, Serviço de Delegados de Polícia dos Estados Unidos - responsável pelo caso desde 1978 - enviou a carta ao laboratório do FBI para análise forense de caligrafia.
"Amostras de caligafria dos três fugitivos foram comparadas com a carta anônima e os resultados foram considerados inconclusivos", disse, em comunicado.

O que os parentes dizem?

David Widner, sobrinho de John e Clarence Anglin, disse à CBS que sua avó costumava receber rosas com cartões assinados pelos dois, muitos anos após a fuga.
"Eu realmente não cheguei a uma conclusão sobre se acredito que é John entrando em contato", disse Widner.
Ele lamentou que a carta não tenha sido entregue de modo adequado à família.
"Por ele dizer que tem câncer e que está morrendo. Sinto que deveriam ter, pelo menos, feito contato com a família e nos deixado a par de que essa correspondência existia", disse ele.

Como eles fugiram?

Atrás das grades por assaltarem um banco, os três presos provaram que Alcatraz - uma penitenciária federal reservada "aos piores dos piores" bandidos - não era à prova de fuga como se pensava.
Acredita-se que os três passaram meses escavando um túnel a partir de suas celas, usando colheres afiadas.
Os homens improvisaram um bote inflável com capas de chuva, usaram-na para deixar a ilha e nunca mais foram vistos.
Alcatraz em 1930
Imagem da penitenciária de Alcatraz nos anos 30, quando era a principal prisão de segurança máxima nos Estados Unidos
Erguida sobre uma ilha na baía de São Francisco, a prisão abrigou alguns dos gângsteres mais temidos dos Estados Unidos.
Ela foi desativada em 1963, um ano depois de o trio fugir, e atualmente é um ponto turístico famoso em São Francisco. Mais de um milhão de visitantes passam pelo local todos os anos.
A cela de John Anglin, de onde escapou através de uma abertura na parede, é uma das principais atrações no passeio.
A fuga foi imortalizada em 1979 no filme Alcatraz - Fuga Impossível, estrelado pelo ator Clint Eastwood.
Autoridades disseram na época que não havia como os prisioneiros terem cruzado as águas geladas da baía, embora a travessia seja encarada hoje por triatletas.