terça-feira, 29 de maio de 2018

Quantos países ainda vivem em ditadura?

Atualmente, 50 países no mundo vivem em regime ditatorial. Conheça algum deles.


Ditaduras

Atualmente, 50 países no mundo vivem em regime ditatorial. Também chamadas de “autocracias”, essas nações não permitem voto popular periódico para escolher os governantes e tampouco liberdade de expressão. Em algumas delas, os governos afirmam que são democráticos e até organizam eleições. No entanto, os candidatos da oposição são sempre ameaçados e acabam desistindo ou morrendo “misteriosamente” pouco antes do pleito. Ou então os resultados são pra lá de duvidosos, com diversas acusações de fraude.
Os governos em fase de transição entre democracia e ditadura são chamados de anocracias ou híbridos. Eles respeitam certos direitos e até realizam eleições “razoavelmente” abertas, como é o caso da Ucrânia. Também é o caso da Venezuela, apesar de muitos acharem que ela também é uma ditadura. Por lá, o governo, apoiado pela maioria, cerca os direitos da minoria.
No mapa e abaixo, alguns exemplos de ditaduras em vigor no mundo.
1) LA REVOLUCIÓN
País Cuba
Desde 1959
Modelo Estado Comunista
Ditador Raúl Castro (desde 2008)
Única ditadura da América, Cuba vive sob regime de um partido único, o Partido Comunista. Mesmo assim, votação por lá só nos municípios com candidatos autorizados pelo partido. Eleição para o cargo de presidente nem pensar. A ilha vive nesse modelo desde a Revolução de 1959, quando Fidel Castro tomou o poder. Não existe liberdade de expressão e a imprensa não pode criticar o governo
2) ROLETA-RUSSA
País Rússia
Desde 1991
Modelo República Socialista Federativa
Ditador Vladimir Putin (desde 2000)
Desde que Vladimir Putin assumiu o poder na Rússia, em 2000, ele controlou, aos poucos, a liberdade da imprensa, começou a nomear os governadores sem eleições e perseguiu (ou matou) seus opositores. Alternando entre os cargos de presidente e primeiro-ministro, Putin está no poder há 12 anos. Nas últimas eleições houve denúncias de fraude, mas ele foi eleito assim mesmo
3) PARA CHINÊS VER
País China
Desde 1949
Modelo Estado Comunista
Ditador Xi Jinping (desde 2013)
A China é considerada uma ditadura clássica. Além do rígido controle do Estado sobre a política, a censura rola solta: desde a imprensa até a escolha dos filmes que podem entrar nos cinemas. Só existe o Partido Comunista e as eleições são feitas dentro dele, já que membros do partido são os únicos que podem se candidatar e votar
4) RECÉM-CHEGADO
País Egito
Desde 2013
Modelo Indefinido
Ditador Abdel Fattah Al Sisi (desde 2014)
O Egito teve sua primeira eleição direta em 2012, após a queda do ditador Hosni Mubarak, que estava no poder desde 1981. Mas o presidente eleito, Mohamed Mursi, durou pouco. O país sofreu um golpe militar com apoio popular e passou por um período de “ditadura temporária”. Ainda mantém a Constituição suspensa
5) A MAIS ANTIGA
País Omã
Desde 1749
Modelo Sultanato
Ditador Qaboos bin Said Al Said (desde 1970)
É difícil afirmar qual a ditadura mais antiga do mundo, já que existem diversos países que nunca foram, realmente, democráticos. No entanto, o pequeno Omã, no Oriente Médio, chama a atenção por ser governado pela mesma família há mais de 260 anos. Quem manda por lá é o sultão Qaboos bin Said Al Said. Não existe Constituição e boa parte das regras se baseia no islamismo
6) PRESIDENTE PARA SEMPRE
País Coreia do Norte
Desde 1948
Modelo Estado Comunista
Ditador Kim Jong Un (desde 2011)
A Coreia do Norte tem o regime mais autoritário do mundo. O poder é controlado pelo Partido Comunista e pelas Forças Armadas. Como a economia está em frangalhos, para sobreviver, o país recebe ajuda de China, Japão e Coreia do Sul. O penúltimo ditador do país, Kim Il-sung, que morreu em 1994, foi proclamado o “Presidente Eterno da República”. Seus sucessores tiveram de se conformar com o título de Chefe de Estado.
Ditaduras - Box
COMO CRIAR SUA PRÓPRIA DITADURA
É simples, mas não tente fazer em casa
– Nada de dar liberdade à imprensa. Todos devem falar bem do governo
– Evite ter mais de um partido, assim outras opiniões não chegarão ao poder
– Tenha filhos para substituí-lo, caso você morra ou fique velho e doente
– Escolha um grupo de amigos para serem os únicos com direito de votar nas eleições. Avise que eles devem votar em você, caso ainda não saibam
– Tenha uma boa equipe de torturadores e assassinos profissionais
FONTES Livro Ditaduras Contemporâneas, de Maurício Santoro, CIA e sites freedomhouse.org e systemicpeace.org
CONSULTORIA Mauricio Santoro, cientista político, professor e assessor de direitos humanos da Anistia Internacional
https://mundoestranho.abril.com.br/geografia/quantos-paises-ainda-vivem-em-ditadura/

quarta-feira, 23 de maio de 2018

A Independência dos Estados Unidos

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No século XVIII, observamos o processo de crise das monarquias absolutistas, sinalizando o fim de um período chamado pelos liberais de Antigo Regime. Combatendo os princípios religiosos, filosóficos e políticos que fundamentavam a definição de um poder centralizado e a manutenção de certas práticas feudais, as revoluções burguesas sinalizavam a criação de uma nova forma de poder estabelecido.

De acordo com a historiografia, a primeira experiência revolucionária a defender as ideias iluministas e reivindicar o fim da opressão monárquica, ocorreu no território das Treze Colônias inglesas. De posse da Coroa Britânica, as Treze Colônias desenvolveram certas peculiaridades econômicas, políticas e culturais. Sem contar com um modelo homogêneo de exploração colonial, os habitantes dessa região tinham uma relação diferente com sua metrópole.


O processo de independência estadunidense foi amplamente influenciado pelos ideais iluministas difundidos na época
Conhecida como “negligência salutar”, a liberdade concedida pelo governo britânico aos colonos norte-americanos foi responsável pelo florescimento de um espírito autônomo e a consolidação de diferentes formas de exploração do território. Ao sul, a economia baseada na plantation de exportação sustentada pelo trabalho escravo fazia contraste com as pequenas propriedades e as atividades comerciais empreendidas pelos colonos do norte.

Ao longo do século XVII, o envolvimento da Inglaterra em guerras pela Europa tornou-se um dos grandes fatores explicativos de toda liberdade política e econômica concedida às Treze Colônias. Entre os conflitos em que a Inglaterra se envolveu, a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763) foi responsável pelo esvaziamento dos cofres públicos do país. Buscando sanar suas contas, a Inglaterra resolveu enrijecer suas relações com as colônias.

Em 1764, a chamada Lei do Açúcar obrigava os colonos a pagar uma taxa adicional sob qualquer carregamento de açúcar que não pertencesse às colônias britânicas. Com tal exigência, a autonomia econômica dos colonos começava a ser ameaçada. No ano seguinte, a Lei do Selo exigia a compra de um selo presente em todos os documentos que circulassem pelo território. Já em 1773, a Lei do Chá obrigava a colônia a consumir somente o chá oriundo das embarcações britânicas.Imagem relacionada
Inconformados com tais desmandos e inspirados pelos escritos dos pensadores John Locke e Thomas Paine – francos opositores da dominação colonial – os colonos norte-americanos começaram a se opor à presença britânica nas Treze Colônias. Em dezembro de 1773, organizaram uma revolta contra o monopólio do chá que ficou conhecida como Boston Tea Party. Intransigente aos protestos coloniais, a Inglaterra decidiu fechar o porto de Boston (local da revolta) e impor as chamadas Leis Intoleráveis.



No ano seguinte, reunidos no Primeiro Congresso da Filadélfia, os colonos redigiram um documento exigindo o fim das exigências metropolitanas. No Segundo Congresso da Filadélfia, ocorrido em 4 de julho de 1776, os colonos resolveram romper definitivamente com a Inglaterra, proclamando a sua Independência.

Não reconhecendo as resoluções do Congresso da Filadélfia, a Inglaterra entrou em conflito contras as 13 colônias. Esses confrontos marcaram a chamada Guerra de Independência das Treze colônias. Apoiados pelos franceses, inimigos históricos da Inglaterra, as Treze Colônias venceram a guerra, tendo sua independência reconhecida em 1783.
Mapa Mental: Independencia das Treze Colonias

Adotando um sistema político republicano e federalista, os Estados Unidos promulgaram sua carta constitucional em 1787. Os ideais de liberdade e prosperidade defendidos pelos fundadores da república norte-americana não refletiam a situação dispares dos estados do Norte e do Sul. Tais diferenças acabaram por promover um conflito interno, que ficou conhecido como Guerra de Secessão.
Por Rainer Sousa

Mestre em História

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/independencia-estados-unidos.htm
https://descomplica.com.br/blog/historia/mapa-mental-independencia-das-treze-colonias/
https://descomplica.com.br/blog/historia/mapa-mental-liberalismo/