segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Como seria se a 1ª Guerra Mundial não tivesse acontecido?

O mundo estaria mais populoso, mais preconceituoso e menos avançado

primeira-guerra

Os rumos da humanidade seriam outros se o arquiduque da Áustria Franz Ferdinand não tivesse sido assassinado em Sarajevo em 28 de junho de 1914, há exatos 100 anos. Em primeiro lugar, a 2ª Guerra também não aconteceria, já que foram as penalidades da 1ª Guerra que deixaram a Alemanha na miséria e abriram caminho para a ascensão de Adolf Hitler. E esses dois eventos foram tão marcantes no século 20 que praticamente influenciaram todos os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos do mundo. Ou seja: sua vida hoje seria bem diferente!

A paz é um problema

O mundo estaria mais populoso, mais preconceituoso e menos avançado
Cada um no seu canto
Sem os dois conflitos, cerca de 80 milhões de vidas teriam sido poupadas. O mundo estaria ainda mais populoso. E, sem as consequências terríveis do nazismo expostas ao mundo, ainda haveria muitos simpatizantes da extrema direita conservadora. Resultado: mais racismo e menos imigrações tanto na Europa quanto no mundo
Uma corrida devagar
Sem os altos investimentos em tecnologia durante os conflitos (e na Guerra Fria que se seguiu), os avanços científicos teriam acontecido mais lentamente. O foguete V-2 do Exército alemão, por exemplo, acelerou a criação dos foguetes usados na Corrida Espacial. O homem só chegaria à Lua mais tarde, já no século 21
Menos, porém melhor
Outra consequência da superpopulação e do avanço científico lento: haveria menos comida para todos. Em um mundo com múltiplos polos de poder, o setor alimentício demoraria para ser industrializado, especialmente em países subdesenvolvidos. Mas seu prato teria mais alimentos frescos, produzidos localmente e com menos agrotóxicos
Lugar de mulher é na cozinha
Se você é menina, diga adeus à carreira. Você provavelmente seria dona de casa, já que as mulheres só começaram a conquistar o mercado de trabalho quando os homens estavam no front de batalha. E, sem os milhões de homens mortos nos conflitos, o feminismo e a revolução comportamental dos anos 60 também não teriam rolado
Mozart bombando
Sem a ameaça das guerras e do nazismo, vários grandes artistas permaneceriam na Europa, que manteria sua supremacia cultural. A influência norte-americana (especialmente a de Hollywood) seria menor. Nossa cultura seria menos pop e muito mais erudita. Você estaria mais acostumado a ir a concertos do que a shows de rock

Disputa de poder

A trajetória de diversos países também seria outra
EUA
Foram os grandes vencedores (e beneficiados) em ambos os conflitos. Depois deles, passaram a disputar a influência global com a URSS. Com a paz, viveríamos num mundo multipolar, onde a Alemanha e a Inglaterra também seriam potências (e rivais entre si)
Rússia
É provável que ainda se tornasse comunista – a população já estava insatisfeita com o czarismo antes da 1ª Guerra. Mas, como não teria conquistado a Europa Oriental após a 2ª Guerra, sua influência mundial seria menor e mais focada na Ásia
Brasil
Sem a pressão dos EUA para aderir aos aliados na 2ª Guerra, o rumo que Getúlio Vargas começou a tomar em 1937 seria mantido, talvez dando início a uma longa tradição de ditaduras no país. Os fascistas da Ação Integralista teriam mais espaço
Alemanha
Sem a crise financeira após a 1ª Guerra, o país dificilmente apoiaria Adolf Hitler. É possível até que não se tornasse uma democracia. Os kaisers continuariam no poder. Não seria um caso isolado: os impérios Austro-Húngaro e Otomano ainda existiriam
Índia e Egito
É possível que ambos ainda pertencessem à Inglaterra. Assim como outras colônias, eles só conseguiram a independência depois que o país que os controlava havia sido enfraquecido pelas guerras. A Palestina não teria se tornado Israel
FONTES The Sleepwalkers, de Christopher Clark; 1913: In Search of The World Before The Great War, de Charles Emmerson; The First World War, de John Keegan
CONSULTORIA Richard Lebow, professor de teoria política internacional do King’s College, de Londres, e autor de Archduke Franz Ferdinand Lives!: A World without World War I
https://mundoestranho.abril.com.br/historia/como-seria-sua-vida-se-a-1a-guerra-mundial-nao-tivesse-acontecido/

sábado, 27 de janeiro de 2018

7 truques do Exército Fantasma dos EUA para enganar nazistas na 2ª Guerra

Soldados à noite
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Exército americano criou uma unidade secreta para enganar os nazistas nos campos de batalha na Europa.
O 23º quartel-general das Tropas Especiais, também conhecido como Exército Fantasma, usou ilusionismo e outros truques para se passar por tropas reais e confundir os alemães sobre o tamanho e a localização das forças aliadas.
Estima-se que, em 21 operações, o Exército Fantasma tenha salvo milhares de vidas. Acredita-se que nunca tenha sido descoberto.
Rick Beyer e Elizabeth Sayles, autores de The Ghost Army of World War II (2015; O Exército Fantasma da 2ª Guerra Mundial, em tradução livre), revelaram as formas como essa unidade despistava inimigos.

1) Objetos infláveis

O Exército Fantasma empregou centenas de tanques, caminhões, itens de artilharia, jipes e outros veículos infláveis.
Esses objetos podiam ser reposicionados da noite para o dia, fazendo parecer com que as tropas americanas haviam se movimentado.
A atenção aos detalhes era algo crítico: usava-se uma escavadeira para criar marcas no chão como se fossem rastros dos tanques falsos.
Era preciso tomar cuidado para que civis não chegassem muito perto, como certa vez quando dois franceses em bicicletas conseguiram ultrapassar a barreira de segurança e viram o que pareciam ser quatro soldados levantando um tanque de 40 toneladas.
Quando o cabo Arthur Shilstone foi mandá-los embora, deu a primeira explicação que lhe veio à mente: "Os americanos são muito fortes".

2) Flashes

Bosque

De noite, o Exército Fantasma usava flashes para simular disparos e, assim, atrair o fogo inimigo para longe da artilharia americana.
A unidade montava itens de artilharia infláveis a cerca de 500 metros de distância. Os flashes eram produzidos com cartuchos com pólvora, acionados eletricamente.
Linhas telefônicas entre a artilharia real e a falsa eram usadas para sincronizar os disparos reais e os flashes.

3) Efeitos sonoros

Engenheiros de som gravaram ruídos de tanques, caminhões, escavadeiras e até da montagem de pontes flutuantes, usadas para cruzar rios.
Diferentes efeitos podiam ser mixados para criar determinados cenários e depois tocados com potentes caixas de som, colocadas em veículos para simular unidades em movimento.
Com um alcance de mais de 16 km, isso não só enganou os alemães como também tropas americanas próximas.

4) Mensagens fictícias

Telégrafo

Na guerra, a maioria das mensagens importantes eram enviadas em código Morse. A inteligência alemã era tão sofisticada que conseguia reconhecer o estilo de cada operador de rádio americano.
Então, os membros do Exército Fantasma tinham de imitá-los, aprendendo a copiar suas técnicas particulares para que ninguém notasse quando a transmissão de mensagens falsas desse lugar à das verdadeiras.
Até hoje, alguns especialistas dizem que isso é impossível, mas o fato é que os integrantes do Exército Fantasma faziam isso rotineiramente.

5) Tinta e pincéis

Parte do trabalho dessa unidade era criar uma farsa para os espiões alemães infiltrados nas cidades. Chamavam isso de "efeitos especiais".
Se, por exemplo, fingissem ser a 75ª divisão chegando a uma cidade, pintavam os símbolos dessa unidade em seus veículos e circulavam com eles pelas ruas.
Cada caminhão trazia dois homens na parte de trás para fazer parecer que estivessem repletos de soldados. Os caminhões podiam ser repintados com símbolos diferentes e conduzidos pela cidade novamente.

6) Agulha e linha


Agulha e linha

Outro efeito especial empregado era costurar nas roupas identificações das unidades pelas quais estavam se passando e depois interagir com os moradores.
Em alguns casos, símbolos maiores cobriam outros menores em um mesmo uniforme para que fosse possível se passar por várias unidades com uma mesma roupa.
Eles podiam ir a um bar e criar uma confusão e remover o símbolo que estava por cima para fazer o mesmo em outro bar. O cabo Jack Masey lembra que suas camisetas ficaram estragadas por costurar e arrancar diferentes identificações nelas.

7) Generais falsos

Em nome do realismo, o Exército Fantasma criava um quartel-general falso para as unidades pelas quais se passavam, e, claro, isso exigia que houvesse no local um general falso.
Assim, mesmo que fosse expressamente proibido, militares de baixo escalão colocavam as estrelas de generais em seus uniformes para se passar por militares de instâncias superiores.
Em um episódio, um general falso acompanhado soldados armados fez uma inspeção no front. Seu maior temor era se deparar com um general de verdade, o que faria a farsa cair por terra.