terça-feira, 24 de junho de 2014

Antes de alcançarem os ares, esses aviões precisaram ser transportados por terra

Quando você vê um daqueles grandes aviões cargueiros carregando, feito cegonhas, todo tipo de veículo militar, talvez possa não se lembrar que no princípio era exatamente o contrário: por não serem nada versáteis, as aeronaves precisavam da ajudinha dos bons e confiáveis automóveis e caminhões.
Veja uma série de fotos inusitadas, selecionadas pelo site io9, que mostram desde os primeiros modelos em fotos preto e branco, passando por aviões de guerra renomados, até jatos modernos sendo levados por estradas, em uma viagem pela história desse meio de transporte que marcou o mundo moderno:
SR-71A Blackbird sendo levado ao controle de corrosão – EUA
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O avião dos irmãos Wright sendo transportado na Virgínia (EUA), em 1908
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Aviões P-47 levados pelas ruas de Carachi, Paquistão, logo depois de serem desembarcados dos navios.
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P-47 Thunderbolts em Liverpool, Inglaterra.
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Concorde G-BOAA chegando ao museu da aviação na Escócia (2004).
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O gigantesco C-130 E chegando a uma base aérea do Arkansas, EUA (2012).
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Um pequeno avião do departamento de justiça dos Estados Unidos sendo levado pela rodovia Insterstate 80, em Nova Jersey (2011).
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Cargueiro C-130 Hércules sendo levados pelas ruas da cidade de San Antonio, Texas – EUA (2014).
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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Bem-me-quer, mal me quer

Em mais de 7 mil anos de história, as flores conseguiram tornar-se ao mesmo tempo símbolo de Deus e sexo, amor e morte, paz e loucura

Na música brasileira, Cartola se inspirou nelas para criar obras-primas do samba. Poetas como Petrarca e Shakespeare escreveram versos memoráveis tendo-as como tema. Nas religiões, estão nos ritos e tradições de quase todas as civilizações, com exceção de algumas tribos africanas, em regiões inóspitas. Para a psiquiatria, a indiferença em relação a elas é um sintoma claro de depressão clínica. E nos EUA, onde tudo vira comércio, elas se tornaram um gigantesco filão: “Os americanos compram anualmente mais flores do que Big Macs”, escreve a autora Amy Stewart no recém-lançado Flower Confidential (“Flor Confidencial”), inédito no Brasil. São, de acordo com Amy, 4 bilhões de botões (37,5% de rosas) contra 600 milhões de Big Macs por ano. Como explicar o fascínio da flor?
Rosas já eram cultivadas na Mesopotâmia, às margens do rio Tigre, por volta de 5000 a.C. O plantio do lírio surgiu depois: o documento mais antigo preservado sobre ele, encontrado na ilha de Creta, é de 1850 a.C. Na China da época de Confúcio, uns 600 anos antes de Cristo, a paixão pelo cultivo de flores estava tão disseminada que o imperador da China possuía em sua biblioteca mais de 600 obras sobre o assunto. Surgiram a tiracolo superstições a respeito da flor. No Japão medieval, por exemplo, o crisântemo era tido como teste de fertilidade. Um homem dava um ramalhete à pretendente: se os botões de flor não abrissem, era sinal de que a jovem era estéril. O costume rendia muita dor de cabeça a donzelas casamenteiras japonesas. E coitado do crisântemo! Os italianos achavam que essa flor trazia azar. Muitas mortes esquisitas (quedas em poços artesianos, afogamentos em barris e coices de mula) foram creditadas a ramalhetes de crisântemos. Foi em Roma, contudo, no século 2 a.C., que as flores se tornaram uma mercadoria produzida em escala. Os romanos amavam tanto as rosas que a República chegou a criar um imposto sobre elas. Uma espécie de CPMF das antigas.
Os místicos das diversas religiões também viram na flor um símbolo do ser humano no drama universal da redenção, salvação e libertação. Sidharta Gautama, o Buda, no século 5 a.C., dizia que a flor do lótus simbolizava o homem liberto das paixões. “É a mais bela dentre as flores, mas só nasce no lodo”, diz ele em um de seus famosos comentários. O lodo seria a condição humana; e a flor, a transcendência desse estado. Já a rosa não teve a princípio uma carreira muito fácil na Europa da Idade Média. Os primeiros cristãos viam nela um símbolo pagão greco-romano, uma lembrança das farras monumentais da elite de Roma – as gastronômicas e as sexuais. Curiosamente, a aceitação da rosa na vida cristã se deu com o crescente papel da Virgem Maria na religião a partir do século 4, após muitos embates entre os teólogos – que costumavam menosprezar a importância da mãe de Jesus no cristianismo. Foi só depois que Maria ganhou o título de intercessora entre Deus e o fiel que a rosa teve um lugar de honra nos altares e cortejos, funcionando como um símbolo da mãe de Jesus. O termo “Rosa Mística” foi cunhado, aliás, para descrever Maria.
Mas a rosa só seria perfeitamente “cristianizada” na época do imperador Carlos Magno, no século 9. O imperador franco mandou plantá-la em todo o território francês, já então conhecido como o coração da Europa. Bem que dizia o ditado, gesta Dei per francos (“a obra de Deus feita por mãos francesas”), e a rosa pegou no Velho Continente: na época de são Bernardo de Claraval, no século 11, já tinha entrado para o cânone da Igreja como símbolo religioso. O binômio Rosa-Cruz, que mais tarde inspirou a criação de uma ordem iniciática (e sociedade secreta) na Europa medieval, sintetizava as respectivas qualidades de Maria e Jesus – a beleza (Maria) e a majestade divina (Jesus).
Apesar da influência mística, o homem medieval não era lá muito chegado à jardinagem, e a Europa só foi redescobrir plenamente a paixão estética pela flor – e pelo jardim – no século 16. Em 1554, um embaixador austríaco descobriu em Istambul, na Turquia, a flor que iria enlouquecer os europeus: a tulipa. Ela foi levada para o Jardim Botânico Imperial de Viena. Os austríacos eram tão ciumentos de sua descoberta que ela acabou despertando a cobiça do resto da Europa. Certa noite, em 1593, uma quantidade considerável de mudas de tulipa de um famoso jardineiro austríaco, Karl Clusius, foi roubada por espertos comerciantes da Holanda. O fascínio holandês pelas tulipas começou aí, num ousado roubo (veja boxe sobre a febre da tulipa abaixo).
Ainda em Istambul, em 1718, impressionada com os conhecimentos dos turcos sobre flores, a esposa de um embaixador inglês, lady Mary Wortley, escreveu A Linguagem Secreta das Flores. Com esse livro, nasceu um subgênero literário, por assim dizer, o do código secreto da etiqueta das flores (o que cada flor significa – uma proposta de casamento ou a renovação de laços de amizade). O livro de madame Wortley ainda era bem-comportado, mas em 1818 apareceu em Paris um opúsculo que iria incendiar a imaginação européia: o apimentado La Language des Fleurs (“A Linguagem das Flores”), escrito por Louise Cortambert, mais conhecida como Madame de la Tour. “A apresentação do buquê era tão importante quanto a escolha da flor presenteada. Uma tulipa dada com o caule para cima, por exemplo, demonstrava a espalhafatosa rejeição do pretendente pela dama”, diz Sheila Pickles, historiadora inglesa. Durante o longo reinado da rainha Vitória na Inglaterra, entre 1837 e 1901, o livrinho de Madame de la Tour ajudou ingleses, e inglesas, a driblar a rígida moral vitoriana: impedidos de expressar seus desejos verbalmente, passaram a usar buquês como código. “Um buquê de 100 rosas vermelhas era um convite certeiro para um encontro furtivo ao luar”, comenta Sheila (veja boxe abaixo). Tanto que, reza a lenda, a atriz Sarah Bernhardt, uma das maiores celebridades do teatro do século 19, adorava ganhar um único botão de rosa de seus admiradores (o que significava expressão de admiração pela beleza feminina), porém ficava indiferente a um largo buquê de 25 rosas (um mero “parabéns”). Em 1913, a atriz, já idosa, recebia muitos buquês de respeitosa admiração, mas nada muito além disso. Isso a deixava uma fera.
Espinho não machuca a flor
No século 20, como disse a escritora Amy Stewart, a flor se tornou também um bom negócio. Em países como o Equador, grande exportador e produtor das mais finas rosas do mundo, de cada US$ 100 em circulação, US$ 1 vem da floricultura. Nos EUA, a Sociedade dos Floristas Americanos calculou que, no Valentine’s Day (equivalente ao Dia dos Namorados), em 14 de fevereiro, são vendidas 175 milhões de rosas, o que dá 60% das vendas de flores na data. Nesse dia, 80% do público masculino envia buquês para a namorada, amante ou esposa – e acredite: segundo a pesquisa, a maioria das americanas envia flores para si próprias.
Na Holanda, o mercado varejista da flor é calculado em US$ 11 bilhões. Empresas como a Terra Nigra fazem testes contínuos em laboratório sobre os solos, as temperaturas, umidade e pressão mais favoráveis ao cultivo de rosas e tulipas. Uma equipe de “olheiros” sai pelo mundo em busca de locais que se aproximem das condições criadas artificialmente em laboratório. Foi assim que empresas da Holanda resolveram investir pesado no Equador, de alturas andinas de clima próprio ao cultivo da rosa, e no Quênia, na região do lago Naivasha. Mas o maior mercado mundial de floricultura ainda está em terras holandesas, na pequena cidade de Aalsmeer, de 20 mil habitantes. “Ele emprega 10 mil pessoas e seu tamanho é o da Disney World e do Epcot Center juntos”, diz Amy Stewart.
Em vão, japoneses e americanos tentam quebrar a supremacia holandesa no ramo das flores. A empresa australiana Florigene (adquirida recentemente pelo grupo japonês Suntori), aposta na biotecnologia e na pesquisa genética para ganhar nacos de mercados inauditos no negócio da flor. A Florigene está empenhada na criação da primeira rosa azul do mundo. A empresa australiana – pioneira na pesquisa de flores transgênicas – nomeou uma equipe de pesquisa para tentar criar a nova rosa. Como a flor não possui uma substância chamada delfinoidina, responsável pela coloração azul de muitas flores, a Florigene tenta extrair o pigmento azul de petúnias – “uma flor facilmente manipulável. É o nosso ‘rato de laboratório’ ”, diz ­John Mason, diretor do projeto. Depois de extraído, o pigmento vira alimento para bactérias que, a seguir, são inseridas nas células das rosas. Parece simples, mas não é, tanto que a Florigene ainda não conseguiu fazer a rosa mudar de roupagem. O máximo que conseguiu até agora foi uma rosa de tom púrpura.
Vejo flores em você
Mas voltando à pergunta: por que a flor nos fascina? Comecemos pelo seu mítico perfume. O segredo, revelado pelos cientistas, não é nada romântico. Uma pesquisa recente da Universidade de Purdue, na Califórnia, mostra que ele não é nada mais, nada menos do que uma estratégia evolucionária das plantas. Natalia Dudareva, coordenadora da pesquisa, identificou recentemente o mecanismo molecular que diminui a produção dos compostos voláteis responsáveis pelo cheiro assim que a flor é polinizada por abelhas e outros insetos. “O perfume é como um sinal emitido pela flor: ‘Vem, me polinize’ ”, diz Dudareva. Em flores como a boca-de-leão – um dos objetos da pesquisa – a produção do odor é interrompida após 48 horas da polinização, quando o tubo polínico conduz os gametas masculinos para dentro do óvulo. “Eu acredito que as plantas querem ter certeza de que estão polinizadas antes de interromper o odor”, diz Dudareva.
Para a biologia evolucionária, a beleza da flor também foi útil à estratégia de sobrevivência humana. “Reconhecer uma árvore frutífera em floração, prevendo que as flores se tornariam frutos, era um diferencial que o homem primitivo possuía sobre os que reconheciam só as árvores com frutos”, escreve Michael Pollan em The Botany of Desire (“A Botânica do Desejo”, de 2001, inédito no Brasil).
Na filosofia, o tema da flor teria provavelmente passado em branco, não fosse por um obscuro filósofo do início do século 20, um nobre inglês esquisitão chamado lorde Northbourne, herdeiro de uma família de barões ingleses. Northbourne observou, num livrinho chamado O Simbolismo das Flores, que a flor atrai a psique humana pela sua própria natureza: ela é um órgão sexual, que, depois de polinizado, se tranforma em fruto. “Todo o conjunto da flor é exibido e ostentado com gozosa des­preocupação. A flor exemplifica mais do que qualquer outro organismo a inocência, beleza e naturalidade da função sexual”, afirmou o barão filósofo. Ele estava dizendo o óbvio, mas muitas vezes é na obviedade que se soluciona um mistério. Como a psicanálise já descobrira, as forças propulsoras do ser humano são o sexo e a morte. A flor, no seu ciclo de vida e fenecimento, é o espelho perfeito disso.
A bolha das tulipas
No século 17, a Holanda testemunhou uma verdadeira febre da tulipa. Entre 1634 e 1637, essas flores chegaram a valer tanto que muitos cidadãos holandeses hipotecaram suas casas e investiram sua poupança na compra de ações representando tulipas em floração. Uma variedade pulou de 46 para 515 florins no período. Muita gente hipotecava a casa para comprá-la e revendê-la. Quando a “bolha da tulipa” estourou (como todas bolhas algum dia estouram), houve uma onda de suicídios no país. A tulipa 100% negra, ao que se sabe, nunca existiu, mas virou mito quando Alexandre Dumas escreveu A Tulipa Negra, em 1850. Existem tulipas cujas pétalas são retintas e quase inteiramente pretas, como é o caso da famosa Rainha da Noite. Uma grande especialista em tulipas, Anna Pavord, acredita na hipótese de que pode ter havido tulipas mais negras do que a Rainha da Noite, pois é sabido que as tulipas até o início do século 20 tinham manchas de cor mais vivas do que as atuais – as manchas eram causadas por um vírus. Controlado o vírus, as tulipas atuais são pálidas amostras do que foram as tulipas do século 17.

O sentido das flores

Margarida
Sentido: Inocência.
Origem: Na França, durante a Idade Média. No ano 250, são Dionísio, então bispo de Paris, foi martirizado, tendo a cabeça decepada por pagãos. Reza a lenda que seu corpo levantou-se, apanhou a cabeça e andou por vários quilômetros, até tombar no norte de Paris. No local teriam nascido margaridas. A flor virou, então, sím­bolo do martírio inocente.
Orquídea
Sentido: Status.
Origem: Século 19. Nobres ingleses contratavam botânicos aventu­reiros para recolher espécimes da flor em regiões remotas do mundo, da selva peruana à Índia. Esses caras ficaram tão famosos que receberam inclusive nome, orchid hunters – “caçadores de orquídeas”.
Rosa
Sentido: A flor do amor por excelência.
Origem: Perde-se no tempo. Na mito­logia grega, ela é a metamorfose de uma ninfa encon­trada morta. A magia de Clóris, deusa das flores, foi a responsável pela transformação. Mas o resultado não ficou perfeito. Então Afrodite, a divindade do amor, lhe deu beleza e cores, e Dionísio, o deus do vinho, o perfume.
Cravo
Sentido: Dor-de-cotovelo.
Origem: A flor mais masculina (usada até hoje por noivos, pastores evangélicos e cantores român­ticos na lapela) está associada à mágoa e à decepção amorosa. A origem é medieval e bem difundida nos países ibéricos. Tanto que a modinha O Cravo e a Rosa, de compo­sição de data incerta, é muito popular em Portugal.

A liguagem das rosas

No século 19, os apaixonados ingleses usavam a quantidade de rosas para se comunicar. Veja o que o número de botões significava.
1 Sou louco por você.
3 Eu te amo.
7 Eu te amo loucamente.
13 Vamos ser amigos para sempre.
15 Me desculpe.
25 Parabéns!
50 Nosso amor é incondicional.
100 Sexo?
108 Quer casar comigo?

Para saber mais

Flower Confidential
Amy Stewart, Algonquin, EUA, 2007.
A Linguagem das Flores
Sheila Pickles, Melhoramentos, 1992.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Nazistas contra o Papa



Invadir o Vaticano, seqüestrar o papa Pio 12 e levá-lo para o norte. Foi por muito pouco que os nazistas não cumpriram essa missão

O telefone acordou Karl Wolff bem cedo na manhã de 13 de setembro de 1943. Do outro lado da linha, o aviso de que Adolf Hitler queria vê-lo imediatamente. O general vestiu o uniforme com pressa e tomou o caminho que separava seu quarto do bunker do führer. Enquanto percorria os extensos corredores, imaginava o que estava por vir. Três dias antes, as tropas alemãs haviam entrado em Roma. Hitler tinha sede de vingança contra os italianos desde junho, quando eles depuseram seu aliado Benito Mussolini. Quando Wolff chegou ao bunker, o ditador foi direto:
Uma das propagandas de Hitler. Note
a figura da Bíblia sendo furada e a
frase "Esse é o inimigo". 
“Tenho uma missão especial para você, Wolff”, teria dito Hitler, conforme o depoimento de Karl Wolff anos depois. “Suas tropas devem ocupar o Vaticano o mais rápido possível, proteger seus bens e levar o papa e a cúria para o norte. Não quero o pontífice nas mãos dos Aliados. O Vaticano já é um ninho de espiões­ e um centro de propaganda anti-nazista. Arranje os detalhes mais importantes e dê notícias a cada duas semanas.”
Comandante da SS na Itália, Karl Wolff saiu da sala decidido não a executar o plano de que Hitler lhe havia incumbido, mas a sabotá-lo. Essa é a tese do jornalista americano Dan Kurzman, especializado na 2ª Guerra Mundial e autor do livro Conspiração contra o Papa, recém-lançado no Brasil. Kurzman foi o primeiro jornalista a entrevistar o general Wolff logo depois de ele sair da prisão, em 1969. Baseado nessa e em outras entrevistas com embaixadores e generais nazistas, Kurzman tentou reconstituir os meses em que o führer quase invadiu o Vaticano. “O papa sempre soube que Hitler queria acabar com o cristianismo”, diz Kurzman. “Mas o perigo se tornou real apenas no fim de 1943, quando o ditador italiano Benito Mussolini foi deposto.” Para Hitler, era preciso acabar com a dupla ameaça que o papa representava. Ele temia, por um lado, uma declaração pública de Pio 12 contra o massacre dos judeus, que poderia levar quase metade dos soldados, alemães católicos, a se voltarem contra o führer. Por outro, o ditador sabia que o papa era um forte líder espiritual – que poderia influenciar as almas.
Para o general Karl Wolff, porém, raptar o papa era loucura. A invasão do Vaticano poderia causar um levante da Itália e de todos os católicos do mundo contra a Alemanha. Incumbir-se dessa missão era ainda pior. Ocupando um cargo no alto escalão da SS, organização por trás do Holocausto, Wolff temia ter seu nome associado ao rapto e, possivelmente, ao assassinato de Pio 12. A única maneira de esse plano insano ser útil era sabotá-lo. Se a Alemanha perdesse a guerra, a bênção de Sua Santidade poderia salvar a vida dele, que já tinha seu nome ligado à deportação e morte de milhões de judeus. Por isso, naquela manhã em que Hitler lhe passou a ordem, Wolff sabia exatamente com quem deveria falar.
Os sabotadores
A primeira atitude do general foi pedir ajuda aos colegas “anti-Hitler” de Roma. O primeiro a saber do projeto que deveria continuar em segredo foi Rudolf Rahn, o embaixador alemão na Itália. Os dois logo entraram em contato com Ernst von Weizsäcker, o embaixador alemão para o Vaticano. Todos concordavam que a invasão deveria ser cancelada. Mas, para isso, o próprio papa precisaria ajudar.
Em setembro de 1943, o Vaticano estava nas mãos dos nazistas. As saídas da sede da Igreja estavam fechadas pelo Exército alemão. No início do mês seguinte, Hitler ordenou a prisão dos judeus romanos. Os nazistas que tentavam salvar a vida de Pio 12 achavam que, se as prisões ocorressem, o papa não teria alternativa senão falar publicamente contra o massacre, provocando o próprio rapto. Por isso, para salvá-lo, era preciso mantê-lo quietinho.
A melhor forma de fazer isso era metendo medo no pontífice. Segundo Kurzman, o primeiro artifício que os nazistas da Itália usaram foi uma notícia sem muitos detalhes em uma rádio pirata fascista avisando sobre um suposto seqüestro do papa. A mensagem pipocou em alguns jornais e chegou até Pio 12. No dia seguinte, o secretário dele chamou o embaixador Weizsäcker para uma audiência. Sua Santidade havia mordido a isca.

Anos depois, o diplomata escreveria que, assim que entrou no escritório do líder católico, a primeira coisa que notou foi seu olhar sereno. Quando tocou no assunto do seqüestro, sua expressão não se alterou. “Ouvi rumores”, teria dito Pio 12. “Mas permanecerei em Roma a qualquer custo.” Weizsäcker, segundo instruções recebidas de Berlim, perguntou se ele faria um elogio público à boa conduta alemã. O papa teria garantido que sim, se os nazistas prometessem não tomar nenhuma atitude hostil contra o Vaticano. Em outras palavras, se o seqüestro fosse cancelado, o papa confirmaria o “bom tratamento” alemão.
O embaixador deixou o Vaticano com a promessa de que entraria em contato com Berlim sobre a troca de favores. E o pontífice entendeu que a ameaça alemã era real e próxima – mas não passaria disso se ele honrasse seu voto de silêncio. Mas mandou esconder todos os arquivos pessoais e documentos do Vaticano sob pisos falsos. Membros da cúria prepararam as malas para acompanhar seu líder em caso de uma fuga de emergência. Ele precisaria dessas garantias para os próximos dias. O chefão da SS, Heinrich Himmler, já havia ordenado que os cerca de 8 mil judeus de Roma fossem presos em 16 de outubro de 1943.
O dilema
O bairro judeu de Roma ainda dormia quando a SS tomou as ruas naquele 16 de outubro de 1943. A chuva desabava enquanto 365 soldados da polícia alemã abriam portas aos chutes, gritando o nome dos procurados. Antes das 6 horas, homens, mulheres e crianças estavam enfileirados e jogados em caminhões, sob a chuva sem trégua. Ao fim, 1 256 dos 8 mil judeus de Roma foram presos e 1 002 foram deportados naquele dia. Uma semana depois, morreram em Auschwitz. Pio 12, como nunca se pronunciou publicamente sobre a prisão dos judeus, entraria para a história como “o papa de Hitler”. Entre outros temores que o levaram a silenciar o massacre, estavam seu seqüestro e a aniquilação do Vaticano. “Além do mais, ninguém podia ter certeza de que o pronunciamento teria ajudado a salvar algum judeu”, diz Antônio Marchionni, professor de teologia da PUC-SP. “O mais provável é que não somente ninguém fosse salvo como também as instituições católicas que abrigavam milhares de judeus fossem retaliadas.”
Na época, esse também era o raciocínio da embaixada alemã no Vaticano. Em 1963, o embaixador alemão Albrecht von Kessel escreveu: “Estávamos convencidos de que um protesto do papa contra a perseguição dos judeus não teria salvado ninguém. Hitler reagiria com violência a qualquer ameaça que fosse enviada diretamente a ele”. Existe ainda a possibilidade de que mais judeus fossem mortos se o papa se pronunciasse. Sabe-se hoje que, dos cerca de 8 mil judeus que restavam em Roma, entre 4 mil e 7 mil foram abrigados em 180 edifícios católicos, entre igrejas, monastérios, instituições de assistência e também no próprio Vaticano.
No entanto, o dever moral de lutar contra o assassinato de milhares colocava o líder da Igreja em um dilema. “Pelo lado prático, o papa Pio 12 sabia que seu pronunciamento não apenas não barraria o assassínio dos judeus mas somaria ao Holocausto o ataque aos católicos e o provável fim da instituição que defendia”, afirma o jornalista Dan Kurzman. “Na verdade, Pio 12 não tinha escolha. Olhando pelo lado moral, porém, ele tinha a obrigação de se colocar contra o massacre.”
De um lado, atemorizado pelas próprias inseguranças, de outro, pela chantagem alemã, Pio 12 permaneceu mudo. Duas semanas depois daquele sangrento 16 de outubro, o papa cumpriu sua promessa ao embaixador alemão. Publicou no jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, um comunicado expressando sua gratidão às tropas alemãs por terem respeitado a Igreja. O artifício do embaixador Weinzsäcker havia funcionado. Mas o papa ainda teria que passar por cima de seus interesses mais uma vez até o fim da guerra para garantir sua segurança.
O encontro final
Em março de 1944, o Exército russo chegou a Roma. Uma bomba dos comunistas atingiu o exército alemão que marchava pela Via Rasella, em Roma. Os estilhaços mataram 32 soldados alemães. As ordens do führer foram expressas: para cada morto, 10 italianos deveriam ser sumariamente executados. Weizsäcker e Wolff haviam conseguido silenciar o papa durante a prisão dos judeus. Mas ele permaneceria calado frente a um massacre italiano? O plano do rapto, que estava dormente, voltou a assombrar a embaixada alemã.
Wolff havia chegado à cidade na noite do massacre com ordens expressas para levar a cabo a deportação dos romanos. E, diante desses fatos, tinha certeza, o papa não continuaria impassível. O único modo de evitar uma tragédia no Vaticano – e salvar o futuro de Wolff – era conversar pessoalmente com o pontífice. Como apenas o embaixador Weinzsäcker estava autorizado a entrar no Estado da Igreja, a reunião teve que ser secreta. O encontro clandestino entre o líder da Igreja e o comandante da SS na Itália aconteceu no dia 10 de maio de 1944.
O general Karl Wolff reservou ao papa a mesma deferência que tinha para Adolf Hitler. Recebeu seus protestos em silêncio e garantiu que faria o possível para impedir prisões e deportações, acalmando os ânimos do führer. No entanto, ainda temendo seu seqüestro, o pontífice deixou claro que não sairia do Vaticano de jeito nenhum, nem deixaria de lutar pelos princípios cristãos de sua Igreja. Wolff assegurou com veemência que tentaria cancelar qualquer projeto de seqüestro ou sabotagem de Roma. Acreditando no compromisso do general, o líder da Igreja Católica deu sua bênção ao amigo íntimo de Heinrich Himmler, e um dos executores do Holocausto. Wolff se despediu juntando os joelhos e erguendo o braço – o cumprimento nazista. Pouco mais de um mês depois do encontro, as tropas americanas entraram em Roma, expulsando os nazistas. A missão secreta de Karl Wolff nunca chegou a ser cumprida. Pio 12 deixou o Vaticano apenas em 1958, quando morreu.
Karl Wolff
Depois de evitar o seqüestro do papa Pio 12, Wolff foi um dos principais negociadores da Operação Sunrise, que articulou a rendição completa dos nazistas que ocupavam a Itália. Preso pelos aliados em 1945, foi condenado a 5 anos de prisão em 1947 acusado de ser membro da SS. Em 1962, foi condenado mais uma vez, por ter contribuído para mandar 300 mil judeus para o campo de Treblinka. Em 1969, foi posto em liberdade por causa de problemas de saúde. Morreu em 1984.
Ernst von Weizsäcker
Preso em 1947, foi condenado a 5 anos de prisão, morrendo em 1951. Sua condenação ocorreu sob protestos – alguns políticos, entre eles Winston Churchill, eram contrários à prisão de Weinzsäcker porque ele teria trabalhado contra a vontade de Hitler. Seu filho Richard von Weizsäcker foi chanceler da Alemanha entre 1984 e 1994.

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Para saber mais:

Conspiração contra o Papa
Dan Kurzman, Jorge Zahar, 2008.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

"25", último cangaceiro do bando de Lampião é sepultado em Maceió

Está sendo velado em uma das capelas do Cemitério Parque das Flores, no bairro do Farol, em Maceió, o corpo do último componente do bando de Virgulino Ferreira da Silva, o "Lampião", na manhã desta segunda-feira (16). Ele morreu neste domingo depois de ter complicações respiratórias em casa, no bairro do Salvador Lyra, região localizada na parte alta de Maceió.
José Alves de Matos era conhecido entre os companheiros como "25". Ele tinha 97 anos e estava na companhia dos netos quando sentiu falta de ar e foi socorrido imediatamente até um hospital particular da cidade, mas não resistiu e morreu.
Em entrevista ao TNH1, o neto de José Alves, Clayton Matos, disse que foi criado como filho por '25', e que a morte deixou toda a família abalada. "Meu avô fez parte da história do país e foi um grande pai para todos nós", lamentou Clayton. Ele deixa seis filhos e 16 netos.
No ano passado, um colega da 'volante', conhecido como "Candeeiro" também faleceu. Ainda segundo Clayton, '25' e Candeeiro eram muito chegados. "Meu avô vivia de memórias e merece ser homenageado por participar da história do Cangaço", concluiu o neto.
O cangaceiro compôs o grupo liderado por Lampião que atuou entre os anos de 1922 e 1938, quando a volante foi capturada e a maioria de seus componentes degolada. Eles costumavam invadir várias cidades do interior nordestino, praticar saques e enfrentar a polícia local. Conhecidos por sua valentia, até hoje os fatos geram polêmica. Enquanto alguns consideram Virgulino herói, para outros ele foi um vilão sanguinário. 
José Alves (lado esquerdo de Lampião) em registro da época do Cangaço (Créditos: Arquivo da família)
Fonte:http://tnh1.ne10.uol.com.br/noticia/geral/2014/06/16/302514/morre-em-maceio-aos-97-anos-ultimo-cangaceiro-do-bando-de-lampiao

sábado, 14 de junho de 2014

Crianças percebem quando adultos mentem ou omitem informações

No teste do MIT, os pequenos analisaram brinquedos em busca de atrativos que poderiam estar ‘ocultos’ - Stock Photos
No teste do MIT, os pequenos analisaram brinquedos em busca de atrativos que poderiam estar ‘ocultos’ – Stock Photos
A partir dos 6 anos, os pequenos desconfiados conseguem detectar sarcasmo e o que as pessoas pensam sobre eles
Renato Grandelle, em O Globo
RIO – A mentira tem perna curta, e o nariz de quem mente fica longo, longo. Qualquer criança costuma repetir isso, e a ciência agora prova que elas entendem do assunto: segundo um novo estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), os pequenos percebem quando um adulto quer enganá-las ou omitir alguma informação.
Os cientistas cognitivos destacam que identificar em quem confiar é uma habilidade importante para o aprendizado em uma idade precoce, porque muito de nosso conhecimento sobre o mundo vem de outras pessoas.
— Quando alguém nos fornece uma informação, nós não aprendemos apenas o que está sendo dito. Também aprendemos alguma coisa sobre aquela pessoa — destaca Hyowon Gweon, coautora da pesquisa, publicada na revista “Cognition”. — Se a informação for precisa e completa, então você pode confiar naquela pessoa no futuro. Se ela ensinou algo incorreto, ou se omitiu alguma coisa importante, você pode suspender sua confiança.
Desconfiança com professor
A equipe de Hyowon deu a 42 crianças, todas entre 6 e 7 anos de idade, um brinquedo em forma de pirâmide. Para um grupo, o brinquedo tinha apenas um recurso, que era puxar uma corda. Já o outro grupo recebeu um brinquedo idêntico, mas com quatro funções. Além da corda, ele poderia acender uma luz, girar um globo e reproduzir uma música.
Depois, as crianças assistiam a dois fantoches, que interpretavam um professor e um aluno. O “professor fantoche” mostrava o brinquedo, mas apresentava apenas a brincadeira com a corda.
As crianças, então, deveriam dar notas, em uma escala de 1 a 20, sobre sua confiança naquele professor. O grupo que tinha o brinquedo mais completo deu notas muito menores. Segundo os cientistas, essas crianças teriam pensado que o fantoche estava omitindo informações sobre os outros três atrativos.
O segundo experimento foi mais complexo. Nele, 75 crianças foram divididas em três grupos. Um recebeu o brinquedo mais simples — aquele que tinha apenas a brincadeira com a corda. O segundo grupo ganhou o brinquedo mais complexo, com quatro atividades, mas os professores só comentaram sobre a presença da corda.
A terceira equipe também recebeu o brinquedo complexo. Estas crianças, no entanto, foram orientadas a usar as quatro ferramentas.
Depois, todos ganhavam um brinquedo novo, e os cientistas contaram que um tubo amarelo, ao ser puxado, provocaria um som estridente.
As crianças que haviam brincado com as quatro tarefas do outro brinquedo cumpriram rapidamente as ordens do pesquisador. Os outros dois grupos, aos quais só se ensinou a brincar com a corda, demoraram até três minutos, o tempo limite da experiência, analisando o novo brinquedo e buscando ferramentas “ocultas”. Eles acreditavam que alguma informação fora omitida.
— Isso mostra que as crianças não são sensíveis apenas para identificar o que está certo ou errado — analisa Hyowon. — Elas podem avaliar os outros com base em quem dá a informação e se ela é precisa. E esse julgamento pode interferir em como será o seu aprendizado no futuro. Vai depender se o professor já cometeu o “pecado” da omissão.
Segundo Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio, o estudo do MIT mostra como a criança pode observar “o que uma pessoa diz sem dizer”.
Confiança é menor até os 4 anos
O grau de confiança da criança varia de acordo com sua idade. Ele é menor em crianças de até 4 anos — o que pode explicar o medo de se separar dos pais quando entram na escola. Com cerca de 5 anos, ela percebe que o professor a trata com afeto, mas não sabe o motivo.
— A partir dos 6 anos, a criança tem uma formação neurobiológica que lhe permite saber, por exemplo, o que outras pessoas pensam sobre ela, quando estão sendo sarcásticas e quando mentem — explica.
Com o cérebro ainda em desenvolvimento, estão sendo criadas as conexões. Nesse estágio, a criança tem mais chances de se recuperar de uma situação traumática do que o adulto e de recobrar a confiança.

Fonte:http://www.pavablog.com/2014/06/13/criancas-percebem-quando-adultos-mentem-ou-omitem-informacoes/

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sexta-Feira 13 faz 700 anos

Origem do mito do azar está relacionada aos cavaleiros templários.

Jason Voorhees, protagonista da série "Sexta-Feira 13", personagem que acabou por se tornar um ícone dos filmes de horror. (Wikipédia)
Felipe Van Deursen | 01/07/2007 00h00
Os dias de glória da Ordem dos Cavaleiros Templários, fundada no século 12 em Jerusalém, durante as Cruzadas, estavam próximos do fim no início do século 14. Rica e poderosa, sua influência na Europa começava a incomodar alguns monarcas, como Filipe IV, o Belo, da França, que resolveu dar cabo dos cavaleiros.
Em 14 de setembro de 1307, o rei enviou a seus oficiais ordens que só deveriam ser abertas dali a um mês. Reveladas as mensagens, numa sexta-feira, 13 de outubro, os templários que viviam na França começaram a ser presos, torturados, excomungados e queimados na fogueira.
Assim, o rei atacou uma instituição submetida ao Vaticano – e não à França. Por cinco anos, enquanto os cavaleiros templários eram perseguidos, o rei tentou convencer o papa Clemente V a extinguir a Ordem. Até que, em 1312, os templários deixaram de existir, acusados de heresia, traição a Jesus e homossexualismo.
“Não é de estranhar que a data da prisão tenha virado um dia de azar”, diz o historiador Bruno Salles, que defendeu sua tese de mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais baseado na Ordem. “Eles foram pegos pelo rei – que não tinha autoridade para isso –, acusados de crimes que não cometeram e acabaram abandonados pelo Vaticano.”

O rei e a ordem

Uma relação conflituosa
Contagem regressiva
Em março de 1314, o último grão-mestre da Ordem, Jacques de Molay, antes de ir para a fogueira, teria dito que em um ano todos os que o perseguiram prestariam contas a Deus. Clemente V morreu em abril, Filipe IV em novembro.
Belo e petulante
Filipe IV teve sérias crises com o papa Bonifácio VIII, que foi preso no fim do seu pontificado. O conflito levaria ao Cisma do Ocidente, que mudou a sede da Igreja para a França.
Fritura
Durante a perseguição aos templários, a tortura foi legitimada pelo rei. Havia métodos brutais de interrogar os presos: o sacerdote Bernardo Vado teve os pés tão queimados que seus ossos acabaram expostos. (Fonte: Aventuras na História)

A culpa é de quem?

Diferença elementar entre manifestantes e seus protestos:
Ignorância ou mau-caratismo?
CLIQUE AQUI para descobrir se você é coxinha.
E AQUI (ou AQUI) para descobrir de quem é a culpa de verdade.
- – -
Conheça as charges do fera Vitor Teixeira.
Fonte:http://www.treta.com.br/2014/06/a-culpa-e-de-quem-3.html

quinta-feira, 12 de junho de 2014

As origens históricas do Dia dos Namorados

Cartão do dia de São Valentim impresso em
1886 nos EUA.
Celebração em homenagem a São Valentim surgiu na Idade Média e por séculos foi uma festa que liberou mulheres casadas para trair seus maridos

O dia dos namorados, ou dia de São Valentim, como é chamado em alguns países, é uma das principais datas comemorativas do planeta. A troca de presentes e mensagens entre os casais aquece o comércio e gera cifras colossais em diversos países. No entanto, a celebração nem sempre foi ligada ao comércio. A festividade tem raízes históricas que remontam aos rituais pagãos da Roma antiga.

De acordo com a tradição, o dia 14 de fevereiro, data em que o dia dos namorados é comemorado em países como os Estados Unidos, relembra o aniversário de morte de São Valentim, mártir cristão que provavelmente viveu durante o século III. Nesse período, o imperador romano Claudio II proibira os casamentos, por acreditar que os homens solteiros e sem responsabilidades familiares eram melhores soldados. Valentim se opôs a essa decisão, concedendo as bênçãos matrimoniais a jovens noivos de forma clandestina.

A rebeldia do santo o levou à prisão e ele acabou decapitado no ano de 270. Durante o período em que esteve trancafiado, Valentim teria se apaixonado por uma jovem, filha do carcereiro, com quem manteve um romance secreto. Antes de sua morte, o religioso lhe escreveu uma mensagem em que assinou “do seu Valentim”, criando aquilo que se tornaria o primeiro cartão de dia dos namorados.

Dois séculos depois, no ano de 496, o papa Gelásio I escolheu Valentim como símbolo dos enamorados. No entanto, toda a saga do mártir é incerta. Há pelo menos três religiosos com o nome de Valentim, dois deles sepultados em Roma e um terceiro que teria sido morto na África. A própria Igreja Católica, em 1969, deixou de celebrar o aniversário do santo por considerar suas origens – e mesmo sua existência – incertas.

Apesar dessas dúvidas sobre a verdadeira história do mártir, a data que relembra sua morte se consolidou durante o período medieval, mas de uma maneira muito diferente da que conhecemos hoje. Ligadas a rituais de fertilidade e renovação da terra que remontam ao período romano, as comemorações do dia de São Valentim eram o momento em que as rígidas condutas morais impostas pela Igreja Católica eram quebradas. Nessas festividades, as mulheres casadas reconquistavam as liberdades do tempo de solteiras e ficavam livres para flertar com quem quisessem, podendo até cometer adultério com a tolerância de seus maridos.

Esse tipo de conduta, que desafiava o sagrado dever da fidelidade, foi duramente combatido pela Igreja, especialmente após o século XVII, durante a chamada Contra-Reforma. Essas tradições se mantiveram por algum tempo em regiões como Turim e Gênova, mas a partir do século XX já haviam desaparecido por completo. A partir de então, a comemoração do dia de São Valentim abandonou suas raízes libertinas e se tornou uma ocasião para as demonstrações de afeto entre casais de todo o planeta.

No Brasil, a história do dia dos namorados começou em 1949. Na época, o empresário João Dória trouxe do exterior a ideia de celebrar uma data em homenagem aos jovens casais. No entanto, a festa passou por algumas adaptações para se encaixar melhor nas tradições do país. Em primeiro lugar, a referência a São Valentim, santo nada popular na cultura brasileira, foi abandonada. Em seguida, trocou-se o dia 14 de fevereiro pelo 12 de junho. A nova data, véspera do dia do “santo casamenteiro”, Santo Antônio, foi escolhida para que a festividade pudesse animar o fraco comércio no sexto mês do ano. E deu certo.

Detalhe da obra A dança da noiva ao ar livre, de Pieter Brueghel
(1566). Os festivais medievais como o São Valentim era espaços de
quebra das regras morais
Fonte:http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/as_origens_historicas_do_dia_dos_namorados.html

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Infográfico: as pesquisas mais estranhas feitas no Google

Confira as dúvidas mais esquisitas que as pessoas tentam solucionar pelo site de buscas
Nathelie Kordova, no ZH
Infográfico: as pesquisas mais estranhas feitas no Google Reprodução/iinterativa
Foto: Reprodução / iinterativa
A internativa, unidade digital da Infobase - integradora de Tecnologia da Informação do Brasil -, fez um infográfico muito legal com as buscas mais estranhas que os internautas fazem no Google.
Veja o que a galera anda procurando na web e nos conte se você já teve algumas dessas dúvidas. Não vale mentir, hein?
16571524
Fonte:http://www.pavablog.com/2014/06/11/infografico-as-pesquisas-mais-estranhas-feitas-no-google/

terça-feira, 10 de junho de 2014

9 fantásticas imagens do Dia D... E agora

No fatídico dia 6 de junho de 1944, chamado o Dia-D, os aliados ocidentais desembarcaram na costa da francesa dando início ao fim da II Guerra Mundial, começada cinco anos antes pela invasão nazista à Polônia. Simultaneamente ao desembarque do lado ocidental, no Leste da Europa, a URSS lançou uma poderosa ofensiva contra os nazistas. Onze meses depois, a Alemanha nazista rendia-se para os vencedores. O Japão, aliado dos nazistas, a seguiu quatro meses depois. Em agosto de 1945, todas as ações militares haviam sido suspensas, terminara a maior e pior guerra que a humanidade jamais travara. 

Abaixo estão algumas fotografias famosas registradas na época, sobrepostas da forma como esses lugares estãp nos dias de hoje. Todas foram registradas na Normandia, exceto onde indicado.

Turistas passeiam por onde estava o corpo de um soldado alemão morto - na praça principal da Place du Marché, em Trevieres, após a cidade ser tomada pelas tropas americanas que desembarcaram na vizinha praia de Omaha em 1944.


Frequentadores da praia passam por um bunker alemão na praia de Omaha, perto de Saint Laurent sur ​​Mer.


O agricultor Raymond Bertot, que tinha 19 anos quando as tropas aliadas desembarcaram em 1944. Praia de Utah, em Les Dunes de Varreville.


As crianças andam sobre os restos de uma parede de concreto na antiga zona de desembarque do Dia D.


Um campo agrícola onde prisioneiros de guerra alemães, capturados após os desembarques do Dia D na Normandia, eram guardados por soldados norte-americanos em um acampamento em Nonant-le-Pin, França.


Em 2014, os turistas passeiam por onde o 2º Batalhão do Exército dos EUA marchava ao seu ofício de aterragem em Weymouth, Inglaterra, 05 de junho de 1944.


A zona de desembarque do Dia D, onde as forças canadenses chegavam em terra, em Saint-Aubin-sur-Mer, França. Uma vez cena de morte e destruição, agora é um paraíso turístico.


Onde as tropas canadenses patrulhavam em 1944 depois que as forças alemãs foram desalojadas de Caen. Os clientes agora caminham ao longo da reconstruída Rue Saint-Pierre, em Caen, que foi destruída após os desembarques do Dia D.


Turistas se bronzeam onde os membros de um grupo de desembarque americano teve seu barco afundado na praia de Omaha em 1944.


Fonte: http://www.blogblux.com.br/2014/06/8-fantasticas-imagens-do-dia-d-e-agora.html