sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Crânios de Paracas: modificação corporal ou intervenção alienígena?

Conhecida como “deformidade de Toulouse”, essa modificação craniana artificial era praticada na França até o início do século 20 (Foto: Wikimedia Commons)
CONHECIDA COMO “DEFORMIDADE DE TOULOUSE”,
ESSA MODIFICAÇÃO CRANIANA ARTIFICIAL
ERA PRATICADA NA FRANÇA ATÉ O
INÍCIO DO SÉCULO 20 (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
Se você tem acesso à internet – o que é bem provável, já que está lendo este artigo – é quase certo que já tenha esbarrado na “fantástica” descoberta de DNA alienígena em estranhos crânios humanos, deformados e pré-históricos, encontrados na região de Paracas, no Peru. E talvez esteja se perguntando, afinal, que história é essa? Se é verdade, por que não está nas manchetes dos jornais? Se não é, então o que são essas cabeças esquisitas?

Os crânios de Paracas foram descobertos em 1928, pelo arqueólogo peruano Julio Cesar Trello, que faleceu em 1947. Ao todo, foram encontradas mais de 400 múmias na chamada necrópole de Wari Kayan, localizada na região de Ica, no sudoeste do Peru.

As múmias, as cerâmicas e os tecidos encontrados em Wari Kayan pertencem à Cultura de Paracas, uma sociedade que floresceu nos Andes no primeiro milênio antes da era comum. Trata-se de um povo bem conhecido e estudado. “A Cultura da Necrópole de Paracas não é o produto de um grupo misterioso e isolado de criaturas não-humanas”, resume o arqueólogo britânico Keith Fitzpatrick-Matthews, em seu site Bad Archaeology. “Sua posição no cenário do desenvolvimento do Peru pré-histórico é bem compreendida”.

Fitzpatrick-Matthews explica, ainda, que os homens de alto status social sepultados na necrópole apresentam um tipo de deformação craniana artificial que não era incomum no mundo pré-colombiano.

Modificação corporal é algo que sociedades humanas sempre praticaram. Podem ser discretas, como furos para brincos nas orelhas, ou vistosas, como tatuagens coloridas. Deformação artificial do crânio é apenas mais uma modalidade, na qual o desenvolvimento natural da cabeça da criança é alterado pela aplicação de força – exercida por faixas de tecido ou pedaços de madeira.

A ideia de que os crânios de Paracas seriam fruto de intervenção alienígena, e não de “meras” práticas culturais humanas, tem como principal defensor David Hatcher Childress, figurinha fácil nos programas de deuses astronautas da TV a cabo. Em 2012, ele publicou um livro sobre múmias de crânio alongado, em coautoria com o guia turístico Brien Foerster, que promove, entre outros passeios, um roteiro andino chamado “Incas Ocultos”. Agora em 2014, Foerster fez um anúncio bombástico: ele diz estar de posse de resultados de “análises de DNA” que revelam que os crânios de Paracas não são humanos.

Há vários problemas com esse pronunciamento. Para citar apenas o mais óbvio, o nome dos cientistas envolvidos não é mencionado em momento algum. E o resultado é classificado como “inicial”. Uma nota divulgada por Foerster no Facebook, em 12 de fevereiro, e que segundo ele vem diretamente do “geneticista” envolvido na análise, diz que “os dados são muito incompletos, e muito sequenciamento ainda precisa ser feito”.

De minha parte, desconfio que a espera pelos dados completos, claramente expostos num artigo científico assinado por pesquisadores competentes, revisado pelos pares e publicado num periódico respeitável, será longa. Talvez mais longa que o sono das múmias de Wari Kayan.

Fonte:http://revistagalileu.globo.com/blogs/olhar-cetico/noticia/2014/02/cranios-de-paracas-modificacao-corporal-ou-intervencao-alienigena.html?fb_action_ids=735555469801748&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1443295235906895%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Derretimento do gelo nos Alpes Italianos revela múmias de soldados mortos na Primeira Guerra Mundial - [Vídeo]

Múmias da Segunda Guerra Mundial | Notícias | The History Channel

As mudanças climáticas estão provocando o derretimento da neve dos Alpes italianos fato que, por sua vez, revelou uma curiosa descoberta: o surgimento de diversos cadáveres da Primeira Guerra Mundial, na maioria, mumificados. O fenômeno trouxe à tona incontáveis restos humanos de batalhas travadas entre a Itália e o Império Austro-húngaro, durante a Primeira Guerra.

A descoberta aconteceu nas áreas de Presena e Ortles-Cevedale, na pequena cidade italiana de Peio. No local, milícias de ambos os lados construíram uma fortaleza bélica no topo das montanhas geladas, uma área estratégica para guardar as armas pelo seu difícil acesso. Entretanto, o gelo se transformou no verdadeiro e cruel inimigo comum, já que muitos morreram em decorrência da temperatura (abaixo dos 30°C negativos) e avalanches. 


Durante a década de 90, diários, cartas e fragmentos de jornais russos começaram a aparecer. A quantidade de objetos encontrada fez com que residentes da área construíssem um local para guardá-los, que hoje é o atual Museu da Guerra de Peio. Depois disso, em 2004, um guia da montanha achou três corpos mumificados em uma parede congelada, próximo ao pico San Matteo. Os cadáveres eram de soldados austríacos, estavam desarmados e traziam pacotes de ataduras nos bolsos, uma indicação de que poderiam ser enfermeiros austríacos mortos durante a Batalha de San Matteo, de 3 de setembro de 1918.

Desde então, mais de 80 corpos foram encontrados e todos, naturalmente, acabaram mumificados em função do tempo e das condições climáticas. A última cerimônia para as vítimas encontradas ocorreu no final do ano passado. Os corpos eram de dois soldados austríacos, de 17 e 18 anos de idade. Eles morreram nas montanhas e foram enterrados em uma fenda, na geleira, por seus companheiros. A previsão de alguns arqueólogos é que muitos outros corpos ainda serão encontrados. 



Assista ao vídeo das tropa italianas marchando nos Alpes



Fonte:http://noticias.seuhistory.com/derretimento-do-gelo-nos-alpes-italianos-revela-mumias-de-soldados-mortos-na-primeira-guerra-mundial

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Os sapatos na mira da Revolução Francesa

Márcia Pinna Raspanti

saprevol   saprev2
Modelos pós-Revolução Francesa: sem detalhes e com saltos modestos (In: “Shoes”, de Lucy Pratt e Linda Woolley, V&A Publishing)


A Revolução Francesa (1789) teve efeitos também na moda da Europa: linhas mais simples, vestidos tipo império e inspiração na tradição greco-romana – até os cabelos se tornaram mais curtos com a onda anti-monárquica e anti-nobreza. Ainda mais interessante é o efeito das ideias revolucionárias nos calçados femininos e masculinos.

A proposta era se vestir de maneira mais despojada e sem luxo (já vimos como isto durou pouco) e os saltos altos passaram a ser mal vistos pelos revolucionários. A moda na corte de Maria Antonieta era usar sapatos ricamente ornamentados com bordados e pedrarias, sempre com saltos altíssimos, tanto para mulheres quanto para homens (estes usavam saltos um pouco mais discretos). Com a Revolução, os sapatos se tornaram menos enfeitados, mais sóbrios, e os saltos abaixaram muito. Algumas mulheres usavam um saltinho de poucos centímetros, só para não perder o hábito.

Maria Antonieta, por exemplo, foi decapitada usando um modelo de salto modesto e sem detalhes – muito diferente dos modelos extravagantes que escolhia nos seus tempos de rainha. Como ninguém queria perder a cabeça, as damas e cavalheiros abriram mão dos calçados mais glamorosos. E este modismo não ficou só na França, os ingleses e italianos também aderiram e desceram dos saltos – como dizemos hoje.-

Fonte: http://historiahoje.com/?p=1467

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A escravidão como ela foi

O filme '12 anos de escravidão', baseado num relato histórico, mostra o martírio de um homem livre que vira escravo numa fazenda de Louisiana e é um libelo contra a chaga escravagista

LUÍS ANTÔNIO GIRON, COM NINA FINCO
21/02/2014 07h00 - Atualizado em 21/02/2014 07h47
O diretor inglês Steve MacQueen, de 44 anos, descendente de escravos do Caribe, planejava contar a história da escravidão nos Estados Unidos a partir de um personagem com que os espectadores se identificassem: um homem livre capturado e mantido em cativeiro contra sua vontade. Tentou insistentemente escrever esse roteiro, mas não conseguia levá-lo adiante. Diante do impasse, sua mulher, a historiadora Bianca Stigter, sugeriu que ele pesquisasse os relatos dos próprios escravos e lhe trouxe o livro de memórias de Solomon Northup, 12 anos de escravidão, publicado em 1853. Casado e pai de dois filhos, culto, Northup nascera livre e vivia no Estado de Nova York, onde a escravidão era proibida. Trabalhava como violinista clássico. Em 1841, foi sequestrado, contrabandeado para o Estado escravagista da Louisiana e vendido como mercadoria. Passou mais de uma década em diferentes fazendas, nas plantações de cana e algodão. Seu relato contém os detalhes dessa história apavorante.

“O livro me encantou. Havia a dimensão épica, o detalhamento, a aventura, o horror, a humanidade”, diz MacQueen. “Parecia um roteiro de cinema, pronto para ser filmado. Não podia acreditar que nunca ouvira falar de Northup. Seu livro é tão importante quanto O diário de Anne Frank, mas foi publicado 100 anos antes.” Os dois livros se assemelham com história de pessoas que tentam resistir e defender sua humanidade em tempos terrivelmente sombrios.


“Meu objetivo é dar uma declaração simples e verdadeira dos fatos: repetir a história de minha vida sem exageros, deixando para outros determinarem se as páginas da ficção apresentam um retrato de uma maldade mais cruel ou de uma servidão mais severa”, diz Northup. Ao ser libertado, ele processou seus sequestradores. Eles nunca foram condenados. Das 101 memórias de escravos publicadas nos Estados Unidos até 1865, a de Northup é a única que conta a história de um homem livre que foi escravizado. O livro não foi escrito diretamente por ele. A história foi narrada a um redator – David Wilson – que lhe deu forma final. Depois do livro, Northup se tornou militante abolicionista e morreu em circunstâncias desconhecidas por volta de 1865 – no período final da Guerra da Secessão, quando ocorreu a abolição da escravatura nos EUA. O livro 12 anos de escravidão foi lançado no Brasil ao mesmo tempo que o filme de MacQueen, por duas editoras: Penguin/Companhia das Letras (264 páginas, R$ 22,50, tradução de Caroline Chang) e Seoman (232 páginas, R$ 24,90, tradução de Drago).
 

DRAMA REAL Em cena do filme, Solomon Northup (interpretado por Chiwetel Ejiofor) é o último da direita (Foto: Francois Duhamel)
O diretor Steve MacQueen no set de filmagem (Foto: Jaap Buitendijk/divulgação)
Se o livro de Northup não foi um best-seller a seu tempo, o filme de MacQueen, que entra em cartaz na sexta-feira, parece destinado a fazer história. Ele retrata pela primeira vez, com minúcia e crueldade, o cotidiano da escravidão em solo americano. Não é um retrato adocicado ao estilo do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987). Tampouco se parece com o épico Raízes, a série de TV de 1977 que contava a saga do guerreiro Kunta  Kintê.  MacQueen fez um filme torturante, cujo narrador e protagonista perfeito é Northup. Não tendo experiência prévia da servidão, ele mantém um olhar de espanto e indignação sobre tudo o que enxerga: as atitudes vis dos senhores com os escravos, o regime insuportável de trabalho a que eram submetidos e até mesmo a terrível desagregação moral entre os prisioneiros. Para sobreviver num regime de total subordinação, eles aprendiam a sufocar a solidariedade e a cuidar, por todos os meios, da própria sobrevivência. Os espectadores sofrem ao testemunhar, por quase três horas, o trabalho de colheita da cana e do algodão, os métodos de punição selvagens e os dramas por que passavam os escravos. Além da exploração da mão de obra, havia espancamentos e humilhações diárias. As mulheres eram estupradas por senhores e capatazes indistintamente e afastadas de seus filhos. “Logo você se esquecerá deles”, diz a senhora de uma das fazendas, gentilmente, à escrava que soluça pela venda de seus dois filhos quase adolescentes.

O filme fez boa bilheteria desde a estreia em outubro, nos Estados Unidos. Já são US$ 100 milhões no mundo todo, para um orçamento que não chegou a US$ 10 milhões. Pelo bom desempenho e pelo impacto do ineditismo, é um dos concorrentes mais fortes ao Oscar. Recebeu nove indicações, entre elas as categorias principais de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (para Chiwetel Ejiofor, como Solomon) e Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong’o, como a escrava Patsy). Se vencer em algumas delas, como se espera, 12 anos marcará uma virada na carreira de MacQueen. Até agora, ele fizera um filme político – Fome, de 2008, sobre nacionalistas irlandeses na prisão – e Shame, de 2011, em que descreve o cotidiano de um homem viciado em sexo. Nada nesse currículo sugeria que fosse capaz de atravessar o Atlântico e abraçar um drama histórico de grandes proporções.

No Brasil, onde a herança da escravidão permanece viva, o filme pode causar impacto emocional. Inevitavelmente, haverá comparações entre as realidades brasileira e americana. “Descobri que a escravidão americana foi parecida com a que nossos antepassados viveram no Brasil”, diz a professora do ensino médio Maria Alice Santos, que estava na sessão de apresentação do filme. “Os maus-tratos e as chibatadas eram os mesmos que nossos tataravós contavam ter sofrido. Mas, aqui no Brasil, era quase impossível um escravo ser alfabetizado e ter cultura, como acontece com o herói do filme.” Vários espectadores – entre eles, negros – saíram da sessão emocionados, alguns aos prantos. Obviamente, não há escravidão melhor ou pior do que outra. Mas houve diferenças entre a brasileira e a americana.
 

CENA BRASILEIRA Luís Gama, acima, que nasceu livre e foi vendido como escravo. Ao alto, uma cena da escravidão brasileira. Aqui, os escravos viviam menos que nos EUA (Foto: Gianni Dagli Orti/AFP e reprodução)
O tráfico de africanos para o Brasil foi muito maior que aquele dirigido aos Estados Unidos. Aqui, em quase quatro séculos de escravatura, desembarcaram 4,8 milhões de prisioneiros. Nos Estados Unidos, o sistema durou 240 anos e recebeu o total de 389 mil cativos. A abundância ou escassez de novos escravos produziu formas de tratamento e de vida diferentes. No Brasil, que repunha a mão de obra com a importação, as condições de nutrição eram piores que nos Estados Unidos, e a taxa de mortalidade entre os escravos mais alta. “Desde o início do século XIX, a mão de obra escrava nos Estados Unidos cresceu, fundamentalmente, pela reprodução natural”, afirma o professor de história Sidney Chalhoub, da Universidade de Campinas, autor do livro A força da escravidão – Ilegalidade e costume no Brasil oitocentista(Companhia das Letras, 2012). Nos Estados Unidos, as condições materiais de existência do escravo eram melhores que no Brasil.

Outra diferença importante era a possibilidade de alforria no Brasil. Segundo o censo de 1872, o primeiro realizado no Brasil, de cada quatro negros, três eram homens livres. Nos EUA, até a véspera da Guerra da Secessão, 90% dos negros ainda eram escravos. “A liberdade nunca foi fácil no Brasil, mas nos EUA era quase impossível”, diz Chalhoub.  Se a alforria aqui era comum, as condições de vida dos libertos eram piores. Chalhoub diz que essas pessoas viviam numa espécie de fronteira entre liberdade e escravidão. A vida era muito precária, ninguém sabia ler. Quase 70% das alforrias brasileiras eram condicionais. “Havia a possibilidade de voltar a ser escravo a qualquer momento”, afirma. Como a polícia poderia prender negros suspeitos de fuga, era preciso ter cautela para não ser confundido. “Quem não pudesse comprovar sua liberdade, era leiloado.” A experiência de ser tratado como escravo, mesmo sendo livre, era frequente – um ambiente que lembra muito o filme de McQueen.

No Brasil, um caso lembra a história de Solomon Northup. Luís Gonzaga Pinto da Gama, ou Luís Gama, nasceu livre em 1830, da relação entre uma negra liberta e seu senhor. Segundo seu relato, seu pai o vendeu como escravo quando completou 10 anos. Em São Paulo, ele foi comprado por uma família que o ensinou a ler e a escrever e, com isso, ele conseguiu sua liberdade. Tornou-se um dos abolicionistas mais importantes do país. Como advogado, atuou na Justiça para conseguir a liberdade de centena de escravos.

Parte da dramaturgia brasileira retrata a escravidão brasileira com olhar róseo. Ainda não apareceu um Steve MacQueen no Brasil, disposto a contar como se deve a história como de Luís Gama – e mostrar, por meio dela, a tragédia da escravidão brasileira como ela precisaria ser mostrada.

Fonte: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2014/02/b-escravidaob-como-ela-foi.html

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Nazistas queriam usar mosquitos com malária como arma biológica

Mosquito da malária
Pesquisa revela que cientistas alemães chegaram a cogitar usar mosquitos como 'arma biológica'
Cientistas alemães no campo de concentração de Dachau fizeram pesquisas sobre a possibilidade de usar mosquitos infectados com malária como arma biológica durante a Segunda Guerra Mundial, segundo uma nova pesquisa.
O responsável pelo estudo é o pesquisador Klaus Reinhardt, da Universidade de Tuebingen (Alemanha), que examinou os arquivos do Instituto de Entomologia de Dachau.
Ele descobriu que biólogos fizeram estudos sobre quais mosquitos seriam capazes de sobreviver fora de seu habitat.
Reinhardt acredita que esses insetos seriam lançados sobre território inimigo.
O instituto no campo de concentração de Dachau foi criado por Heinrich Himmler, líder da SS, em 1942.

Cobaias humanas

Acredita-se que o foco de pesquisa do local eram doenças transmitidas por insetos, como tifo epidêmico, que afetou muitos pacientes.
Em um estudo divulgado na publicação especializadaEndeavour, Reinhardt explica que encontrou evidências de que os pesquisadores nazistas investigavam um tipo específico do mosquito, que podia sobreviver sem água e comida por quatro dias.
Isso significa que o inseto podia ser infectado com malária, despejado de aviões em solo inimigo e, ainda assim, sobreviver tempo o suficiente para contaminar um grande número de pessoas.
Segundo o pesquisador, ainda não foi esclarecida a conexão entre o trabalho do Instituto de Entomologia de Dachau e os experimentos feitos pelo Dr. Claus Schilling no campo de concentração.
Schilling usava prisioneiros como cobaias para suas psequisas sobre malária, os infectando deliberadamente.

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140216_nazistas_malaria_mdb.shtml

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Ex-escravos lembram rotina em fazenda nazista no interior de SP

Em uma fazenda no interior de São Paulo, 160 km a oeste da capital, um time de futebol posa para uma foto comemorativa. Mas o que torna a imagem extraordinária é o símbolo na bandeira do time - uma suástica.

A foto, provavelmente, foi tirada após a ascensão nazista na Alemanha, na década de 1930.
"Nada explicava a presença dessa suástica aqui", conta José Ricardo Rosa Maciel, ex-dono da remota fazenda Cruzeiro do Sul, perto de Campina do Monte Alegre, que encontrou a foto, por acaso, um dia.
Mas essa foi, na verdade, sua segunda e intrigante descoberta. A primeira tinha ocorrido no chiqueiro.
"Um dia, os porcos quebraram uma parede e fugiram para o campo", ele disse. "Notei que os tijolos tinham caído. Achei que estava tendo alucinações".
Na parte debaixo de cada tijolo estava gravada uma suástica.
É sabido que no período que antecedeu a Segunda Guerra, o Brasil tinha fortes vínculos com a Alemanha Nazista. Os dois países eram parceiros comerciais e o Brasil tinha o maior partido fascista fora da Europa, com mais de 40 mil integrantes.
Mas levou anos para que Maciel, com o auxílio do historiador Sidney Aguillar Filho, conhecesse a terrível história que conectava sua fazenda aos fascistas brasileiros.

Ação Integralista

Filho descobriu que a fazenda tinha pertencido aos Rocha Miranda, uma família de industriais ricos do Rio de Janeiro. Três deles - o pai, Renato, e dois filhos, Otávio e Osvaldo - eram membros da Ação Integralista Brasileira (AIB), organização de extrema direita simpatizante do Nazismo.
A família às vezes organizava eventos na fazenda, recebendo milhares de membros do partido. Mas também existia no lugar um campo brutal de trabalhos forçados para crianças negras abandonadas.
"Descobri a história de 50 meninos com idades em torno de 10 anos que tinham sido tirados de um orfanato no Rio", conta o historiador. "Foram três levas. O primeiro grupo, em 1933, tinha dez (crianças)".
Osvaldo Rocha Miranda solicitou a guarda legal dos órfãos, segundo documentos encontrados por Filho. O pedido foi atendido.
"Ele enviou seu motorista, que nos colocou em um canto", conta Aloysio da Silva, um dos primeiros meninos levados para trabalhar na fazenda, hoje com 90 anos de idade.
"Osvaldo apontava com uma bengala - 'Coloca aquele no canto de lá, esse no de cá'. De 20 meninos, ele pegou dez".
"Ele prometeu o mundo - que iríamos jogar futebol, andar a cavalo. Mas não tinha nada disso. Todos os dez tinham de arrancar ervas daninhas com um ancinho e limpar a fazenda. Fui enganado".
As crianças eram espancadas regularmente com uma palmatória. Não eram chamadas pelo nome, mas por números. Silva era o número 23.
Cães de guarda mantinham as crianças na linha.
"Um se chamava Veneno, o macho. A fêmea se chamava Confiança", conta Silva, que ainda mora na região. "Evito falar sobre esse assunto".
Até as vacas da fazenda recebiam a suástica
Argemiro dos Santos é outro dos sobreviventes. Quando menino, foi encontrado nas ruas e levado para um orfanato. Um dia, Rocha Miranda veio buscá-lo.

Integralismo Brasileiro

O Integralismo brasileiro foi um movimento político fascista fundado no país em 1932.
Adotou alguns dos conceitos básicos do Fascismo europeu - uma ala paramilitar uniformizada, demonstrações de rua e retórica anti-Marxista.
Pregava o nacionalismo como identidade espiritual compartilhada.
Apesar de seu slogan - "União de todas as raças e povos" - muitos dos seus integrantes eram antisemitas.
O movimento foi incorporado pelo presidente Getúlio Vargas, que instaurou uma ditadura no Brasil em 1937.
Inicialmente, o Brasil adotou posição de neutralidade na Segunda Guerra Mundial, mas em 1942 se uniu aos Aliados. Vargas foi afastado do poder em 1945.
Após a Segunda Guerra, vários nazistas fugiram para a América do Sul - o notório Josef Mengele conseguiu evitar captura durante décadas e morreu no Brasil em 1979.
"Eles não gostavam de negros", conta Santos, hoje com 89 anos.
"Havia castigos, deixavam a gente sem comida ou nos batiam com a palmatória. Doía muito. Duas batidas, às vezes. O máximo eram cinco, porque uma pessoa não aguentava".
"Eles tinham fotografias de Hitler e você era obrigado a fazer uma saudação. Eu não entendia nada daquilo".
Alguns dos descendentes da família Rocha Miranda dizem que seus antepassados deixaram de apoiar o Nazismo antes da Segunda Guerra Mundial.
Maurice Rocha Miranda, sobrinho-bisneto de Otávio e Osvaldo, também nega que as crianças eram mantidas na fazenda como "escravos".
Em entrevista à Folha de São Paulo, ele disse que os órfãos na fazenda "tinham de ser controlados mas nunca foram punidos ou escravizados".
O historiador Sidney Aguillar Filho, no entanto, acredita nas histórias dos sobreviventes. E apesar da passagem do tempo, ambos Silva e Santos - que nunca mais se encontraram desde o tempo em que viveram na fazenda - fazem relatos muito parecidos e perturbadores de suas experiências.
Para os órfãos, os únicos momentos de alegria eram os jogos de futebol contra times de trabalhadores das fazendas locais, como aquele em que foi tirada a foto onde se vê a bandeira com a suástica. (O futebol tinha papel fundamental na ideologia integralista.)
Argemiro Santos ainda guarda a medalha de ouro que ganhou
"A gente se reunia para bater bola e a coisa foi crescendo", diz Santos. "Tínhamos campeonatos, éramos bons de futebol."
Mas depois de vários anos, ele não aguentava mais.
"Tinha um portão (na fazenda) e um dia eu o deixei aberto", ele conta. "Naquela noite, eu fugi. Ninguém viu".
Santos voltou ao Rio onde, aos 14 anos de idade, passou a dormir na rua e trabalhar como vendedor de jornais. Em 1942, quando Brasil declarou guerra contra a Alemanha, Santos se alistou na Marinha como taifeiro, servindo mesas e lavando louça.
Depois de trabalhar para nazistas, Santos passou a lutar contra eles.
"Estava apenas prestando um serviço para o Brasil", explica. "Não sentia ódio por Hitler, não sabia quem ele era".
Santos saiu em patrulha pela Europa e depois passou um período, ainda durante a guerra, trabalhando em navios que caçavam submarinos na costa brasileira.
Hoje, Santos é conhecido, na comunidade onde vive, pelo apelido de Marujo. E se orgulha de um certificado e uma medalha que recebeu em reconhecimento por seus serviços durante a guerra.
Mas ele também é famoso por suas proezas futebolísticas, jogando como meio de campo em vários grandes times brasileiros na década de 1940.
"Naquela época, não existiam jogadores profissionais, éramos todos amadores", diz. "Joguei para o Fluminense, Botafogo, Vasco da Gama... Os jogadores eram todos vendedores de jornais e lustradores de sapatos".
Hoje, Santos vive uma vida tranquila com a esposa, Guilhermina, no sudoeste do Brasil. Eles estão casados há 61 anos.
"Eu gosto de tocar meu trompete, de sentar na varanda e tomar uma cerveja gelada. Tenho muitos amigos e eles sempre aparecem para bater papo", conta.
As lembranças do tempo difícil que passou na fazenda, no entanto, são difíceis de apagar.
"Quem diz que sempre teve uma vida boa desde que nasceu está mentindo", diz Santos. "Na vida de todo mundo acontecem coisas ruins".

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140121_fazenda_nazista_sp_mv.shtml

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Padrões de beleza: duas pessoas descrevem a mesma mulher para um artista


Experimento realizado por uma marca de beleza coloca em discussão a fragilidade da auto-estima feminina e demonstra como as mulheres acabam se auto-avaliando duramente.






Questionar padrões de beleza é essencial para a autoimagem



É preciso ficar atenta aos objetivos estéticos: eles são mesmo um desejo pessoal ou uma forma de seguir tendência ou agradar ao outro?
É preciso ficar atenta aos objetivos estéticos: eles são mesmo um desejo pessoal ou uma forma de seguir tendência ou agradar ao outro?


As mulheres de proporções ideais, sorriso branquinho, cabelo liso e roupa impecável estão em todos os cantos. Estampam capas de revista, vendem produtos na TV e se exibem em catálogos de moda. Por isso, carregam o status de perfeitas e viram exemplo a ser seguido pelas outras mulheres, as que habitam o único lugar onde as "perfeitas" não se encaixam, a tal da vida real.



"As imagens publicitárias exibem um corpo que deve despertar desejo e paixão, portanto, as mulheres refletidas ali estão estrategicamente alinhadas aos padrões estéticos de cada época", explica a historiadora e socióloga Rosana Schwartz, professora da PUC e do Mackenzie, ambos de São Paulo. É assim há muito tempo, mas a aparência vem se tornando cada vez mais prioridade.




A superexposição da imagem, antes restrita a poucos, foi disseminada pelas redes sociais e o resultado é que, com tanta pressão social, a insatisfação com o corpo se generalizou. "Muitas mulheres acreditam que só poderão ser valorizadas pela sua imagem. Vivemos uma dependência da aparência", analisa a filósofa Marcia Tiburi, autora do livro "Olho de Vidro" (Editora Record).




Não sofrem só as mulheres com sobrepeso, mas também as que têm cabelo ondulado, as de seios pequenos, entre tantas que, por um motivo ou outro, fogem um pouco do tido como ideal. "As imagens atuam no inconsciente da mulher e estabelecem um padrão a ser seguido e adorado. Assim, muitas vezes sem perceber, as mulheres começam a comparar o corpo que têm com o que deveriam ter, pensando no que foi estabelecido como padrão", explica Marcelo Quirino, psicólogo clínico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.




O veneno está na dose

Na esteira desse processo, encontrar uma mulher completamente bem resolvida com o próprio corpo é cada vez mais raro, mas não necessariamente de todo mau. "Muitas vezes, os modelos colocados pela mídia transmitem também um padrão de saúde. É comum que as pessoas passem a se alimentar melhor e busquem alternativas mais saudáveis para se adequar. Nesse caso, a insatisfação pessoal acaba colaborando para melhorar a qualidade de vida", pondera a psicóloga e professora Ana Cristina Nassif Soares.



O problema começa quando o ideal de perfeição vira parâmetro de realização individual, uma meta que precisa ser conquistada a qualquer custo. Nesse cenário começam a surgir os exageros. Regimes de abstinência, inúmeras cirurgias plásticas, vício por atividades físicas e uso de produtos proibidos para alisar o cabelo são só alguns dos sacrifícios comuns a quem quer se encaixar no padrão de estrela de TV e capa de revista.




Quando o bom senso sai de cena, quem paga um preço alto é a saúde. A insatisfação com o próprio corpo também pode se tornar crônica, caracterizando um transtorno psíquico chamado de dismorfofobia. "O problema é fruto de uma preocupação obsessiva com a aparência física. Mesmo que a pessoa invista nas mudanças que julga necessárias, recorrendo a plásticas ou exercícios, ela não consegue se sentir bonita", explica Quirino. Bulimia e anorexia são alguns dos sintomas desse distúrbio que, além de ser de difícil tratamento, pode desencadear depressão e compulsão.




Perfeita pra quem?

Para fugir dessa neura, o primeiro passo é questionar os padrões estabelecidos, para ver se eles realmente estão de acordo com a sua realidade, suas necessidades e seu estilo de vida. "Muitas vezes fazemos sem nem perceber. É essencial perguntar a si mesma se determinado objetivo estético realmente responde a um desejo pessoal ou se é apenas uma forma de seguir tendência ou agradar ao outro", recomenda Ana. Se não for desejo pessoal, a orientação é repensar, pois o resultado pode não ser o esperado.



A realização em diferentes setores da vida também colabora para diminuir a importância dada à estética. "Mulheres realizadas em outras áreas conseguem romper esse padrão mais facilmente", declara Ana. Daí a importância de buscar satisfação na convivência social, nos relacionamentos amorosos, no trabalho, nos estudos e outras áreas da vida. Tudo isso traz segurança. "Quanto mais segura a pessoa, menos vai se importar com esses modelos impostos", garante.




*Com colaboração de Thais Macena


Fontes:
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/02/04/questionar-padroes-de-beleza-e-essencial-para-a-autoimagem.htm
http://www.socialfly.com.br/videos/18-2-pessoas-descrevem-a-mesma-mulher-para-um-artista-o-resultado-final-vai-te-fazer-refletir-eu-prometo?fb_action_ids=695180903846509&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1378861005689077%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Crânio de 1,8 milhão de anos pode reescrever história da evolução humana

Crânio descoberto na Geórgia. Foto: AFP
Crânio descoberto na Geórgia levou a nova hipótese de
cientistas sobre espécies humanas
Muitos cientistas consideravam a possibilidade de que havia várias espécies humanas vivendo na Terra há dois milhões de anos, no entanto uma nova pesquisa sugere que isso pode não ser verdade.


Cientistas trabalhando na Geórgia acreditam que fósseis humanos encontrados na África e na Eurásia podem ter sido parte da mesma espécie, reduzindo os "galhos" de nossa árvore genealógica.
Em artigo para a revista científica Science, a equipe diz que as espécies Homo habilisHomo rudolfensis e Homo erectussão todos parte de uma linhagem única que evoluiu para o homem moderno.
Uma equipe analisou o crânio mais completo já achado de um hominídeo. A descoberta foi feita em Dmanisi, na Geórgia.
O crânio possui dentes grandes, um rosto comprido e sugere que o cérebro era menor. Estas características são semelhantes às do Homo habilis. No entanto, outros traços também são exclusivos do Homo erectus.
O fóssil faz parte da coleção Dmanisi, de 1,8 milhão de anos, uma das mais antigas fora do continente africano. Esse grupo de humanos surgiu pouco depois que as espécies de Homo evoluíram dos australophitecus (da famosa "Lucy").
"Agora temos a melhor pista para entender o que o Homo realmente é", disse o pesquisador David Lordkipanidze, do Museu Nacional da Geórgia.
Para Lordkipanidze, as grandes variações verificadas neste crânio não são sinais de espécies diferentes, mas sim de diferenças dentro de uma mesma espécie.
"Quando olhamos para essas variações e comparamos com humanos modernos, você pode ver que é uma variação normal", disse o pesquisador à BBC.
O crânio foi descoberto há oito anos e desde então tem sido comparado a fósseis de outras espécies Homo achados na África – de até 2,4 milhões de anos.
Segundo os pesquisadores na Geórgia, a análise revela pontos de coincidência suficientes para classificar os fósseis do Homo africano na mesma categoria dos hominídeos de Dmanisi.
No entanto, outros paleoantropólogos discordam. Fred Spoor, da University College London, acredita que pelo menos três espécies distintas de humanos coexistiram na África.
Para ele, os métodos de análise usados no artigo da Science não são suficientes para concluir que se tratava de uma espécie única.
"Eles fazem uma análise muito generalista do formato do crânio", disse Spoor à BBC.
Para Chris Stringer, do Natural History Museum de Londres, o novo trabalho argumenta de forma sólida "que este novo crânio, com sua mandíbula gigante", era parte de uma variação natural da população Dmanisi.
No entanto ele ainda tem dúvidas sobre a tentativa de enquadrar todas as diferentes características dos fósseis em uma mesma linhagem evolutiva de Homo erectus.
"Apenas o Homo erectus sobreviveu e se tornou bem-sucedido, mas naquele momento a natureza estava experimentando sobre como os humanos evoluem em termos de tamanho crescente do cérebro", disse Stringer à BBC.
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131018_cranio_georgia_dg.shtml

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Arqueólogos descobrem ‘lar’ que abrigou a primeira fogueira da história há 300 mil anos


Cientistas investigam antiga caverna de pedra calcária que abrigava a fogueira
Foto: Weizmann Institute
Cientistas investigam antiga caverna de pedra
calcária que abrigava a fogueira 
Weizmann Institute
TEL AVIV (ISRAEL) - Uma antiga caverna de pedra calcária em uma zona rural que fica a leste de Tel Aviv, em Israel, proporcionou a um grupo de cientistas uma visão remota e fascinante do passado. Eles acreditam que naquele espaço tenha sido criada a mais antiga fogueira da Humanidade. Ao redor dela, famílias cozinharam periodicamente suas refeições há mais de 300 mil anos.

Para o arqueólogo da Universidade de Tel Aviv Ran Barkai, esta é a mais antiga evidência que se tem a respeito da domesticação do fogo.
- Trazer um pedaço de carne para casa e assá-lo parece algo extremamente natural para nós, mas não é. O momento em que isso passou a ser feito representa uma etapa crucial na evolução biológica e cultural humana - explica o cientista.
A fogueira foi localizada dento da caverna Qesem, que fica em uma região conhecida com “Levant”, ao sul da Turquia, Síria, Jordânia, Líbano e Israel. A identidade de quem usava o espaço ainda é um mistério. Especula-se, inclusive, uma nova linhagem de hominídeo.
- Parece evidente que os moradores daquele espaço apresentavam características diferentes das dos Homo erectus. Pode haver uma nova linhagem que apresenta certa afinidade com os sapiens e os neandertais - aponta o arqueólogo.

A Caverna Qesem foi originalmente descoberta em outubro de 2000 por uma equipe que estava construído uma estrada próximo à região. As escavações e análises, no entanto, levaram anos para serem concluídas.

Os cientistas descobriram uma espessa camada de cinzas no centro do espaço. Utilizando espectroscopia de infravermelho, eles perceberam que os pequenos pedaços de osso fragmentos e misturados às cinzas haviam sido aquecidos a temperaturas elevadas. Este resultado sugere que a fogueira tenha sido usada para cozinhar.

Foi esclarecido também que o material era fruto de uma queimada continua, já que havia várias camadas. Isso afasta a hipótese de que o local tenha sido palco para um fogo efêmero, de apenas uma noite, por exemplo. Restos carbonizados de ossos de animais e ferramentas de pedra usados ​​para partir carne também foram as evidências adicionais que concluíram a grande descoberta.

A fogueira deve ter representado o centro da vida doméstica de várias gerações de famílias de caçadores-coletores que percorriam a região, diz Barkai. Além do fogo, a região também oferecia em suas proximidades água doce e bons afloramentos de pedra, além de madeira em abundância.
- Nós acreditamos que um grupo relativamente pequeno viveu ali. Talvez duas famílias, num total de 15 a 20 pessoas - apontou Barkai.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ciencia/arqueologos-descobrem-lar-que-abrigou-primeira-fogueira-da-historia-ha-300-mil-anos-11454645

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Conheça os 5 maiores buracos do mundo

Publicado no Catraca Livre
Você está caminhando tranquilamente, de repente sente pisar em falso, e pronto: cai estatelado no chão. Ou mesmo dirigindo, quando a roda do seu carro faz um movimento brusco e surge aquela vontade de exclamar um “Ai!”, seguido de uma cara de dor e certa piedade pelo veículo.
Todo mundo, ao menos uma vez na vida, já sentiu isso – afinal, tropeçar é tão comum que já praticamente faz parte do dia a dia do ser humano. Se os pequenos obstáculos das ruas e calçadas já irritam, imagine “trupicar” em um dos maiores buracos do mundo. Digamos que o seu maior problema não vai ser só a famosa “topada de dedo”.
Acredite, depois de ver isso você vai ficar feliz em ter caído naquele último buraco, e não em certos outros. Veja aqui a lista dos 5 maiores buracos do mundo. Confira!
Cratera de Darvaz: Diâmetro de 70 metros.
Cratera de Darvaz: Diâmetro de 70 metros.
Mina de Diavik: 240 metros de profundidade
Mina de Diavik: 240 metros de profundidade
Buraco de Belize: 125 metros de profundidade e 300 metros de diâmetro.
Buraco de Belize: 125 metros de profundidade e 300 metros de diâmetro.
Cratera de Guatemala: 30 metros de profundidade.
Cratera de Guatemala: 30 metros de profundidade.
Mina de Kimberley Diamond: 1095 metros de profundidade.
Mina de Kimberley Diamond: 1095 metros de profundidade.
Fonte:http://www.pavablog.com/2014/02/02/conheca-os-5-maiores-buracos-do-mundo/