segunda-feira, 30 de março de 2015

O segredo dentro dessa estátua chinesa de mil anos é torturante


Um colecionador de antiguidades comprou essa antiga estátua que representava um monge budista em posição de meditação. Mas ele jamais poderia imaginar que sua inocente estátua não era apenas uma escultura ou uma simples representação, e sim uma múmia de verdade, lacrada em madeira, resina e metal há mais de mil anos!


Estátua era na verdade uma Múmia de Monge budista


Pesquisadores do Centro Médico Meander, na Holanda, fizeram essa sombria descoberta após submeter a antiga relíquia a uma tomografia computadorizada. Não é apenas um esqueleto: trata-se de uma múmia completa, com pele, músculos, e muito bem preservada. Mais estranho ainda, é que a múmia no interior da estátua teve alguns de seus órgãos internos substituídos por chumaços de papel com inscrições em chinês.


Múmia encontrada dentro de estátua de monge budista


Os cientistas acreditam que o monge budista tenha sido um mestre conhecido como 'Liquian', da Escola Chinesa de Meditação. Esses monges não eram considerados mortos, mas sim como se estivessem "em estado de meditação suprema".


Segundo os pesquisadores, não era incomum os monges praticarem a "auto-mumificação", e eles costumavam fazer isso da forma mais tenebrosa possível:


  • Durante mil dias o monge comia apenas nozes, sementes e frutas, e se exercitava intensamente para se livrar de toda a gordura corporal; 
  • Depois dos primeiros mil dias, o monge passava por uma terrível dieta de raízes e chás tóxicos, para começar o processo de preservação do corpo e expelir parasitas;
  • Cinco anos depois (que era o tempo médio desse processo), o monge se colocava na posição de lótus, dentro de uma tumba de pedra lacrada, onde havia apenas um pequeno tubo pelo qual ele respirava. E para sinalizar que ainda estava vivo, ele tocava um sino de tempos em tempo;
  • Quando o sino parava de tocar significava que o monge havia finalmente morrido (ou entrado em "suprema meditação", como eles acreditavam), e mais mil dias se passavam antes que a tumba fosse aberta, para que os outros monges verificassem se o corpo estava mumificado. Caso estivesse, considerava-se que o monge tinha atingido um estado de graça suprema e ele era transformado em estátua e colocado em exposição no templo.


Estátua Múmia de monge

Esses monges mumificados eram foco de devoção religiosa, e também contribuíam para a economia do mosteiro, pois atraiam peregrinos e devotos que ofereciam doações.

A descoberta dessa múmia em forma de estátua é de grande importância arqueológica. Ela é a única múmia budista chinesa que pode ser estudada no Ocidente. E já que essas múmias não eram consideradas mortas pelos seus devotos, podemos até considerar que sua "pós-vida" ainda não acabou, afinal ela deve ainda participar de inúmeras exposições em vários museus mundo afora...
http://www.curtoecurioso.com/2015/03/o-segredo-dentro-dessa-estatua-chinesa.html

quinta-feira, 26 de março de 2015

A imunda história do Banho Medieval é de assustar

História e curiosidades do Banho Medieval


Reis, rainhas, princesas, contos de fada, romantismo... A Idade Médiacompreende o período entre os Séculos V e XV, ou seja, entre os anos 400 até 1500. E quando se fala na Era Medieval logo imaginamos algo lúdico, como estamos acostumados a ver nos contos da Disney e nos filmes. Mas na realidade, as coisas eram muito, muito diferentes mesmo! 

Conseguimos compilar uma lista de curiosidades sobre o banho, daquelas que você sempre quis saber e nunca conseguiu descobrir! E alguns fatos são tão inacreditáveis, que você vai até duvidar, mas garantimos: todas as informações são baseadas em documentos históricos e relatos da época.

São fatos absurdamente (e às vezes miseravelmente) curiosos, e você vai se surpreender com costumes e ditados que ainda são muito comuns hoje em dia, mas que vem desde a antiguidade!


Banho uma vez por ano

Banho uma vez por ano

Naquele tempo, a maior parte da população tomava o primeiro banho do ano (!) em maio, que é o início do verão na Europa. Depois, em junho, era a época dos casamentos, inclusive pra aproveitarem que ainda estavam "bem cheirosos" do banho do mês passado... Mas pra garantir que estariam cheirosos mesmo, inventaram o buque da noiva, pra disfarçar algum possível odor "inesperado"!


Banheiras compartilhadas

Banho Medieval - Banheira Compartilhada

O tal banho anual era um verdadeiro ritual em família (e as famílias eram bem grandes naquela época). Todos tomavam banho em uma única banheira (que era mais um tonel rudimentar), e seguiam uma ordem rígida: O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa; depois (sem trocar a água, claro!), era a vez dos outros homens da casa, por ordem de idade; em seguida as mulheres, também por idade e, finalmente, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho, e quando chegava a vez deles, a água já estava tão suja que era possível perder um bebê lá dentro. É por isso que existe a famosa expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water" ("não jogue fora o bebê junto com a água do banho"), que hoje em dia é usada para os mais apressadinhos...


Realeza higiênica

Banho Medieval - Realeza

Depois de tanta porcalhada, você vai ficar feliz em descobrir que no palácio as coisas eram bem diferentes! Eles não tomavam apenas um banho por ano, como os pobres súditos imundos!... A realeza era considerada um exemplo de higiene e cuidados pessoais: segundo vários registros históricos, "eles tomavam banho, precisassem ou não, uma vez por mês"! Ou seja, às vezes, eles estavam até "muito limpinhos" desde o banho do mês passado, nem precisavam de outro, mas pra dar o exemplo, tomavam banho novamente mesmo assim (!)...


Qual a razão pra tanto medo de banho?

Roman Bath
Dentre muitas explicações, podemos citar algumas: Algo que é muito simples hoje em dia com o chuveiro, era muito mais complicado naquela época, quando a água tinha que ser aquecida em caldeirões, gastando lenha, que era um recurso valioso que deveria ser poupado para o inverno. Tomar banho dava muito trabalho mesmo, além do clima frio da Europa não ajudar nem um pouco. Outro forte motivo era a aversão cristã aos costumes romanos, para os quais o banho era uma atividade diária nas famosas termas ou saunas. Como os romanos tinham uma cultura muito mais permissiva em relação a sexualidade, acabou surgindo um "tabu" envolvendo a luxúria, o corpo, a libido, a vaidade, etc.

http://www.curtoecurioso.com/2015/03/a-imunda-historia-do-banho-medieval-e.html

segunda-feira, 23 de março de 2015

Os 10 mais assustadores desastres ecológicos da história – Parte 2

Por Fabio Marton
5. O deserto que a burocracia criou
Mar de Aral (Cazaquistão e Uzbequistão, 1960 até hoje)
mar-aral
Tudo isso já foi mar
O mar virou sertão. No início da década de 60, o Aral era o quarto maior lago do mundo – tanto que ganhava o nome de “mar”, ainda que fosse só uma enorme lagoa de água salgada. Cidades em volta floresciam com a indústria da pesca, fornecendo 1/6 de todos os peixes que iam parar às mesas soviéticas.
Então veio o algodão. Em 1960, como parte de um dos planos de cinco anos, o governo soviético desviou o curso de dois rios que abasteciam o Mar de Aral para plantações no deserto. O impacto não foi sentido imediatamente: o mar começou a descer uma média de 20 cm por ano na década de 60, que passou a 60 cm nos 70, e 90 cm nos anos 80. O mar deu lugar a um deserto salino e poluído com agrotóxicos das tais plantações. A salinidade matou os peixes, e os navios pesqueiros foram encalhados e abandonados no lugar.
Os engenheiros soviéticos sabiam no que estavam se metendo quando divergiram o curso dos rios. Mas ninguém teve coragem em contestar os planos do Politburo, o comitê central do Partido Comunista. Era, afinal, a União Soviética.
O fim do comunismo não mudou em nada a situação. Durante os anos 90, enquanto ainda era possível se falar em Mar de Aral, o governo do Uzbequistão continuou investindo firme em algodão no deserto. Em 2014, pela primeira vez, a planície do Mar de Aral tornou-se completamente seca.
O Mar de Aral prova que desastres ambientais não nascem sempre do capitalismo. Eles também podem surgir de burocracia estúpida e autoritária. O caso é que burocracia estúpida não precisa de comunismo para surgir. Voltando ao país que ocupa o maior número de posições nessa lista…

4. Segredo macabroContaminação química em Love Canal (Niagara Falls, EUA, 1955-1978)
canais
Barris de lixo tóxico ficavam embaixo de escolinha
Com um nome tão adorável assim (“Canal do Amor”), não é difícil entender porque muita gente se interessou em mudar para o loteamento criado na cidade de Niagara Falls – aquela das cataratas – em 1955.
A primeira construção foi uma escola primária, que atraiu trabalhadores a se instalarem em volta. Logo nos primeiros anos, os moradores começaram a notar coisas esquisitas: das paredes do porão, vazava um líquido preto e viscoso. O lugar inteiro tinha um cheiro químico e uma cabeleireira teve de abandonar seu trabalho, num salão no subsolo, após desenvolver uma doença misteriosa. As árvores morriam. As crianças tinham uma brincadeira que só existia em Love Canal: jogavam lama no chão. Que explodia como um traque.
Isso acontecia porque a lama era rica em fósforo. O solo inteiro de Love Canal estava contaminado por milhões de barris de lixo tóxico, cortesia da Hooker Chemical, que usou o local como aterro entre 1942 e 1953.
A ficha só caiu mesmo em 21 de novembro de 1968, quando Karen Schoreder, criada em Love Canal, deu à luz a um bebê chamado Sherri. A criança era parcialmente surda, com buraco no septo do coração, ossos bloqueando a cavidade do nariz, orelhas deformadas e lábios leporinos. Quando começou a crescer, seus dentes se desenvolveram em duas linhas, como um tubarão, e a mãe percebeu que ela tinha deficiência mental.
Apôs inúmeros protestos e um grande escândalo na imprensa, a vizinhança de Love Canal acabou evacuada em 1978. Nisso foi descoberto que a indústria química nem era a maior vilã. Em 1953, ela foi procurada pelo Comitê Escolar de Niagara Falls, interessada em comprar o aterro. Apesar da recusa insistente da empresa, que deixou clara a situação do local, o comitê ameaçou com processo, e o negócio foi fechado por um dólar. Lá foi construída a escola primária, ao que se seguiu o loteamento. A empresa teve de pagar 129 milhões de dólares em 1995. Nenhuma autoridade municipal foi a julgamento.
Se você achou a história medonha, se prepare, que só piora daqui para a frente. A próxima aconteceu bem ao ladinho de casa…

3. Terror tupiniquim
Acidente do césio 137 (Goiânia, Brasil, 1987)
Mosdecsio2
Via / Vítimas tiveram de ser enterradas em caixões de chumbo
O pior desastre ecológico do Brasil um caráter amargamente tupiniquim: surgiu de uma mistura de miséria, ignorância e descaso.
Tudo começou quando dois catadores de sucata invadiram um prédio em ruínas, sem janelas, telhas ou portas, no centro da cidade. Até onde dois anos antes, lá funcionava o Instituto Radiológico de Goiânia. Levaram do local o núcleo de um aparelho de radioterapia – um feixe focado de radiação usado para matar células cancerígenas.
A cápsula foi parar no ferro-velho de Devair Ferreira, que a abriu a marretadas, para revender o que encontrasse dentro. O que achou foi o pó de césio 137, fonte da radiação. O pó brilhava no escuro com uma luz azul, o que deixou o sucateiro encantado. Devair decidiu mostrar para todo mundo o achado. Ele até mesmo deu um pouquinho do pó para seus amigos e família.
Todo mundo exposto ao césio começou a apresentar náuseas, tonturas e vômitos – os primeiros sintomas que o DNA das células foi destruído pela radiação, e elas não podem mais se reproduzir. Os médicos levaram 16 dias para entender.
Oficialmente, 4 pessoas morreram de exposição aguda à radioatividade: a mulher e a sobrinha do sucateiro, que sobreviveu, e dois funcionários.Segundo a Associação das Vítimas do Césio 137, foram 104. 13,4 toneladas de lixo atômico, como roupas, plantas, corpos de animais e objetos tocados pelas vítimas foram enterradas num depósito a 24 quilômetros de Goiânia, e devempermanecer lá por pelo menos 180 anos.
Isso dá ao Brasil a duvidosa medalha de prata em matéria de catástrofes radiológicas, perdendo apenas para Chernobyl. Falando no diabo…

2. Tragédia popCentral Nuclear Chernobyl (Pripyat, Ucrânia, 1986)
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Máquinas abandonadas na zona de exclusão
Claro, não podia faltar na lista o desastre número um na memória coletiva. É provável que o leitor tenha uma ideia do que aconteceu: em 26 de abril de 1986, explodiu um dos reatores da Usina Nuclear Chernobyl, na Ucrânia. O incêndio que se seguiu liberou uma nuvem radioativa que atingiu países tão distantes quanto a Itália e Finlândia. A cidade de Pripyat foi evacuada, e a zona de exclusão permanece até hoje. Atraindo turistas.
O total de mortes é extremamente controverso, e nunca vai ser conhecido exatamente. Simplesmente não dá pra dizer com certeza que alguém que morreu de leucemia na Bielorússia em 2015 só teve a doença por causa da nuvem radioativa em 1986. 31 bombeiros e funcionários da usina, que trabalharam na contenção do fogo, morreram de exposição aguda à radiação. Outros 246 trabalhadores morreram entre 1991 e 1998 de doenças circulatórias e leucemia. Quanto ao resto da população afetada, aí começa a controvérsia: relatórios das Nações Unidas estimam que, descontados os sobreviventes, 4 mil pessoas morreram ou vão morrer pela exposição. O Greenpeace fala em 200 mil – mas não é, vamos convir, uma fonte neutra.
Vamos falar de algumas coisas que talvez você não saiba de Chernobyl. A mais surpreendente: a usina continuou operando com seus outros reatores (eram quatro)… até 2000. E isso só após a Ucrânia receber dinheiro dos países ocidentais para construir outros geradores de energia.
Outra: o desastre talvez tenha um lado positivo para a natureza. Apesar da contaminação, plantas e animais tomaram conta da paisagem antes dominada pela cidade. Isto é, a contaminação radioativa não é tão ruim quanto a presença humana. Faz pensar.
Chernobyl é o número um na memória popular, mas apenas o dois na nossa lista. Porque nada se compara ao pior desastre industrial da história. Cuidado, imagem forte a seguir…

Pior que a Primeira GuerraVazamento de gás industrial (Bhopal, India, 1984)
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Via Bebê morto no desastre
Válvula de segurança. Saída de lições como o desastre do melado, ela está lá para impedir que um tanque com produtos químicos exploda com a pressão. Mas “segurança” talvez seja um pouquinho de otimismo. Na fábrica de pesticidas Union Carbide India, madrugada de 2 para 3 de dezembro de 1984, uma falha de manutenção fez com que um tanque com isocianato de metila começasse a ser enchido de água. Isso causou uma reação química descontrolada, que elevou a temperatura interna a 200o C. O tanque começou a acumular pressão e a válvula de segurança fez seu trabalho, abrindo-se automaticamente. Liberando 30 toneladas de veneno no ar.
O isocianato de metila é altamente tóxico, destrói olhos, pele e as vias respiratórias. A nuvem de destruição foi levada pelo vento para uma favela próxima, onde a maioria já estava no sétimo sono. Quem foi acordado tratou de correr, o que só piorou a situação: eles inalaram mais veneno do que quem ficou parado em casa. As crianças eram particularmente susceptíveis, porque os gases eram mais pesados que o ar, e eram mais densos próximos ao chão. No dia seguinte, as vítimas cobriram as ruas da cidade, numa cena de guerra.
Literalmente guerra. Durante os quatro anos da Primeira Guerra Mundial, 90 mil pessoas morreram por ataques com armas químicas. Em Bhopal, apenas um dia, 25 mil pereceram, segundo as estimativas mais altas. Isso é seis vezes mais que Chernobyl e mais que todos os franceses, alemães e ingleses somados na Grande Guerra. O governo indiano ressarciu apenas 5.295, o número oficial.
O tamanho da desgraça em Bhopal não cabe nas palavras de um post. Imagens dizem mais, e – esteja avisado, é coisa forte – podem ser vistas aqui.
Depois dessa, vamos terminar com um refresco. De bônus, um desastre sem vítimas, que entra só pela foto…

Bônus: A Porta do InfernoIncêndio de gás natural (Turcomenistão, 1971 até hoje)
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No deserto de Karakum, no Turcomenistão, a temperatura chega a 50 graus. Mas isso é fichinha para quem chega perto da Porta do Inferno. Há 43 anos, uma cratera com 60 metros de largura e 20 de profundidade queima perto da vila de Darweze.
A coisa começou em 1971, quando engenheiros soviéticos (sempre eles) descobriam que havia um depósito de gás natural no local. Isso geralmente é indício de petróleo, e puseram-se a furar o chão, fazendo alojamentos e armazenando o gás em grandes botijões perto da perfuratriz. Após alguns dias, o solo cedeu e todo o material foi ao fundo – sem causar vítimas. Preocupados com os gases tóxicos subindo do buraco, com a típica sutileza da engenharia soviética, atearam fogo, achando que a reserva se extinguiria em algumas semanas.
Grande erro: a Porta do Inferno se situa sobre uma das maiores reservas de gás natural do mundo. Assim como a vila abandonada de Chernobyl, acabou se tornando atração turística. Ano passado, o explorador canadense George Korounis deu uma descidinha para ver o que tinha lá em baixo. Incrivelmente, achou bactérias.
Ao menos sabemos quem herdará o mundo.
Fonte:http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/os-10-mais-assustadores-desastres-ecologicos-da-historia-parte-2/

terça-feira, 17 de março de 2015

Os 10 mais assustadores desastres ecológicos da história – Parte 1

Por Fabio Marton
Houve uma época em que jogar lixo tóxico no subsolo e nos rios parecia tão inofensivo quanto plantar batatinha ou fazer xixi no mar. Nesse mesmo período, fumar no elevador também era permitido. Não existiam ainda as leis ambientais nem controles adequados de segurança. Foi pelo método traumático que a humanidade aprendeu que empurrar o lixo para (quase literalmente) debaixo do tapete pode gerar consequências terríveis.
A seguir, uma lista ilustrada com os piores desastres ambientais da história. Começando pelo mais antigo…

10. Rio de SangueContaminação mineral (Espanha, 3000 a.C. até hoje)
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Bactérias “marcianas” vivem no rio poluído / via
Na Andaluzia, na Espanha, corre um rio que lembra uma das pragas bíblicas contra o Egito. Vermelho como sangue, o Rio Tinto é talvez o caso mais antigo de poluição conhecido.
Quase dois mil anos mais antigo, aliás, que as pragas do Egito (que a Bíblia diz que aconteceram durante o reinado de Ramsés II, entre 1279 e 1213 a.C.). Em 3000 a.C., os íberos e tartessos começaram a explorar minerais na cabeceira do rio, extraindo ouro, prata, cobre, ferro e manganês, no que talvez seja a mina mais antiga do mundo. Seguiram-se fenícios, romanos, visigodos e mouros, por fim os espanhóis, no século 16, e uma corporação britânica, a partir do 19. A mineração – e a poluição – segue ainda hoje.
A assustadora coloração vem do ferro diluído na água. Com um pH igual a 2, ela é tão ácida quanto o vinagre ou suco de limão. Também há, por ali, uma grande concentração de metais pesados letais. Obviamente, não é exatamente um santuário para a vida. Mas algumas bactérias ainda assim prosperam. O que é tão bizarro que Nasa conduziu um estudo com esses seres para avaliar a possibilidade de vida em Marte.
Falando em paisagens extraterrestres…

9. Silent Hill da vida realFogo subterrâneo (Centralia, Estados Unidos, 1962 até hoje)
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Em Centralia, Pensilvânia, o asfalto das ruas racha com o calor do subsolo, deixando sair vapor e fumaça tóxica. A cidade é tão tétrica que se tornou modelo para a série de games e filmes Silent Hill.
Para dizer a verdade, Centralia nunca foi grande coisa. O ápice da população foi em 1890, com 2.791 habitantes. A maioria eram funcionários das minas de antracite, carvão mineral muito valorizado.
A economia sofreu um baque imenso com a crise econômica de 1932, da qual nunca se recuperou. A maioria das minas fechou, e em seu lugar, entraram escavadores irregulares, que extraíam o mineral de colunas de carvão, deixadas de propósito pelos engenheiros para agirem como sustentação. Isso fez com que o teto das minas desabasse, impedindo o acesso.
Em 1962, as minas já estavam inativas quando o conselho da cidade teve a brilhante ideia de incinerar o lixo que atulhava o depósito municipal. O calor ou uma fagulha atingiu o subsolo, atingindo um veio de carvão.
O fogo foi se alastrando lentamente, por décadas, atingindo as áreas residenciais. Em 1979, o dono de um posto de gasolina (que vinha também a ser prefeito) mediu a temperatura em um de seus tanques. O combustível estava a 77,8 graus. Dois anos depois, um menino de 12 anos caiu num buraco de 46 metros de profundidade que se abriu sob seus pés. Sobreviveu porque se agarrou em uma raiz, e foi resgatado depressa pelo irmão. Se não fosse isso, ele não teria durado muito lá embaixo, porque o buraco tinha uma quantidade letal de monóxido de carbono.
Em 1984, o Congresso Nacional americano alocou 42 milhões de dólares para transferir todo mundo para longe de Centralia. Mas algumas famílias insistiram em permanecer. No último censo, em 2010, a cidade quase fantasma contou 10 valentes (ou estúpidos?) moradores.
A terra do Sr. Burns é arroz-de-festa em nossa lista. Vejamos o próximo caso…

8. Tsunami de Melado 
Explosão de tanque na Destilaria Purity (Boston, EUA, 1919)
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Centro de Boston coberto por melado
Era uma quarta-feira até agradável no inverno de 1919. A temperatura tinha subido de trincantes 17 abaixo de zero para quase toleráveis 5 graus. Ao meio dia e meia, ouviu-se um som de metralhadora.
Fazia pouco mais de um ano desde o fim da Primeira Guerra, mas ninguém teve tempo de pensar se os alemães não tinham voltado. Nem fazer nada. A 56 km/h, uma onda de quase 8 metros de altura destruiu prédios, uma estação de metrô, cavalos e pessoas. Se fosse uma tsunami, talvez tivesse acabado melhor: a onda era feita de melado de cana de açúcar. Quem afundava na gosma não tinha a menor chance. Corpos despedaçados de pessoas e cavalos seriam encontrados no caos grudento, que levaria meses para ser limpo.
A onda veio de um tanque cilíndrico de 15 metros de altura por 27 de diâmetro, na Destilaria Purity, que fazia rum e álcool industrial com melado importado do Caribe. Com as temperaturas subindo, o produto começou a fermentar, liberando gás carbônico e aumentando a pressão no tanque. Até que os rebites se soltaram violentamente – daí o som de metralhadora – e as placas voaram, com o melado voando para todos os lados. 21 pessoas morreram.
A equipe de limpeza acabou espalhando o melado pela cidade, pelo metrô, telefones públicos, casas e ruas. Por meses, tudo o que os bostonianos tocavam era grudento, e por anos o cheiro de melado tomava a cidade em dias de verão.
E você aí achando que sua cozinha é bagunçada. Já que mencionamos tsunami…

7.  A morte veio do marCentral Nuclear Fukushima I (Okuma, Japão, 2011)
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O Japão é provavelmente o país mais preparado do mundo no quesito prevenção de terremotos. Nas escolas, crianças passam por simulações, que incluem máquinas que imitam a sensação de terra chacoalhando. Os prédios usam a mais avançada tecnologia para evitar que tombem com os constantes tremores da ilha.
Mas nem o Japão poderia estar preparado para o terremoto de 11 de março de 2011. Foi o pior da história do país e o quarto pior da humanidade. A tsunami causada pelo tremor, que chegou a 40 metros de altura, invadiu a Usina Nuclear Fukushima I. Com a destruição do equipamento de refrigeração e contenção, três de seus reatores sofreram derretimento nuclear, contaminando a região com cerca de 24 quilos de césio 137, 20% do que foi emitido pelo acidente de Chernobyl.
Oficialmente, não houve nenhuma morte por exposição à radioatividade. Locais próximos à usina foram evacuados – mas não Fukushima, que é a capital da região e fica a 40 quilômetros dali. Segundo dados do governo japonês, 1656 pessoas morreram após o incidente, por “estresse” causado pela relocação (possivelmente, codinome para suicídio).
A maior vítima de Fukushima foi provavelmente a energia atômica. Protestos antinucleares, que não eram vistos há décadas, eclodiram em vários países. A Alemanha decidiu extinguir completamente sua capacidade nuclear. Isso é provavelmente para mal, porque usinas atômicas eram vistas como uma alternativa a combustíveis fósseis, pois não contribuem para o aquecimento global.
Por falar em combustíveis fósseis…

6. 87 dias de devastaçãoPlataforma Deepwater Horizon (Golfo do México, 2010)
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A Guarda Costeira Americana tentou apagar o fogo na plataforma. Não deu.
Qualquer um que conheça o verbete “meio ambiente” sabe que seu antônimo é “indústria petrolífera” (ou ao menos seria em nosso dicionário). Poderíamos fazer outro post só com a destruição causada por eventos, como a queima dos campos de petróleo por Saddam Hussein durante as invasões de 1991 e 2003, o Acidente do Exxon Valdez em 1989, e (vai Brasil!) a destruição da plataforma P-36 em 2001.
Então falemos do pior, para representar todos. Em 20 de abril de 2010, um jato inesperado de metano subiu pelos canos da plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, e se incendiou imediatamente, engolfando toda a construção, que foi ao fundo dois dias depois. Os corpos de 11 dos trabalhadores nunca foram encontrados. E era só o começo.
Por 87 dias, o poço destruído deixou vazar petróleo livremente no mar, afetando a vida marinha num raio de 80 quilômetros, do qual 80% não pôde ser limpo. Coral, golfinhos, peixes e aves marinhas morreram em massa. Milhões de litros de petróleo ainda estão no fundo do mar, e não se sabe se e quando a situação vai se normalizar.
Já mencionamos 3 vezes as agruras da terra do Tio Sam. Está na hora de passar ao outro lado do muro…
Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/os-10-mais-assustadores-desastres-ecologicos-da-historia-parte-1/