Um colecionador de antiguidades comprou essa antiga estátua que representava um monge budista em posição de meditação. Mas ele jamais poderia imaginar que sua inocente estátua não era apenas uma escultura ou uma simples representação, e sim uma múmia de verdade, lacrada em madeira, resina e metal há mais de mil anos!
Pesquisadores do Centro Médico Meander, na Holanda, fizeram essa sombria descoberta após submeter a antiga relíquia a uma tomografia computadorizada. Não é apenas um esqueleto: trata-se de uma múmia completa, com pele, músculos, e muito bem preservada. Mais estranho ainda, é que a múmia no interior da estátua teve alguns de seus órgãos internos substituídos por chumaços de papel com inscrições em chinês.
Os cientistas acreditam que o monge budista tenha sido um mestre conhecido como 'Liquian', da Escola Chinesa de Meditação. Esses monges não eram considerados mortos, mas sim como se estivessem "em estado de meditação suprema".
Segundo os pesquisadores, não era incomum os monges praticarem a "auto-mumificação", e eles costumavam fazer isso da forma mais tenebrosa possível:
- Durante mil dias o monge comia apenas nozes, sementes e frutas, e se exercitava intensamente para se livrar de toda a gordura corporal;
- Depois dos primeiros mil dias, o monge passava por uma terrível dieta de raízes e chás tóxicos, para começar o processo de preservação do corpo e expelir parasitas;
- Cinco anos depois (que era o tempo médio desse processo), o monge se colocava na posição de lótus, dentro de uma tumba de pedra lacrada, onde havia apenas um pequeno tubo pelo qual ele respirava. E para sinalizar que ainda estava vivo, ele tocava um sino de tempos em tempo;
- Quando o sino parava de tocar significava que o monge havia finalmente morrido (ou entrado em "suprema meditação", como eles acreditavam), e mais mil dias se passavam antes que a tumba fosse aberta, para que os outros monges verificassem se o corpo estava mumificado. Caso estivesse, considerava-se que o monge tinha atingido um estado de graça suprema e ele era transformado em estátua e colocado em exposição no templo.
Esses monges mumificados eram foco de devoção religiosa, e também contribuíam para a economia do mosteiro, pois atraiam peregrinos e devotos que ofereciam doações.
A descoberta dessa múmia em forma de estátua é de grande importância arqueológica. Ela é a única múmia budista chinesa que pode ser estudada no Ocidente. E já que essas múmias não eram consideradas mortas pelos seus devotos, podemos até considerar que sua "pós-vida" ainda não acabou, afinal ela deve ainda participar de inúmeras exposições em vários museus mundo afora...
http://www.curtoecurioso.com/2015/03/o-segredo-dentro-dessa-estatua-chinesa.html
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