sexta-feira, 29 de maio de 2015

7 curiosidades históricas que vão surpreender você

Pois é, caro leitor. Se você gosta de História e sempre acreditou no que leu nos livros e no que aprendeu com os professores, sentimos informar que nem tudo é verdade. Isso sem falar em uma série de anedotas interessantes que ninguém conta para a gente. Foi pensando nisso que decidimos fazer esta matéria, na qual você pode conferir sete curiosidades históricas surpreendentes:

1 – Troca-troca

Fonte da imagem: pixabay
Em um único dia de intensos combates durante a Batalha de Stalingrado, que ocorreu na década de 40, uma estação de trens da região passou do controle dos soviéticos para o dos alemães e mais uma vez de volta para os soviéticos quatorze vezes no decorrer de seis horas!

2 – Briguentos

Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
De acordo com uma estimativa realizada por historiadores, nos últimos 3.500 anos da História do mundo civilizado, tivemos apenas 230 anos de paz na Terra.

3 – Os mais briguentos

Fonte da imagem: pixabay
Das 10 guerras mais sangrentas de todos os tempos, sete delas ocorreram na China. Só para que você tenha uma ideia, nos dois maiores combates dessas sete guerras chinesas, morreram mais pessoas do que na Primeira Guerra Mundial inteira, que envolveu — direta e indiretamente — mais de 100 países.

4 – 50 tons de cinza medieval

Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
O livro mais famoso do século 15 foi um romance erótico chamado Historia de duobus amantibus — ou História de Dois Amantes, em tradução livre —, e o autor desse “50 tons de cinza da era medieval”, um rapaz criativo chamado Aeneas Sylvius Piccolomini, que alguns anos mais tarde se tornou o Papa Pio II.

5 – Biblioteca itinerante

Fonte da imagem: pixabay
No século 10, Abdul Kassem Ismael, o Grão-vizir da Pérsia de então, cada vez que resolvia sair de viagem, fazia questão de levar com ele sua biblioteca inteira. E não pense que se tratava de meia dúzia de livros não! A coleção era composta por 117 mil volumes, que eram carregados por 400 camelos. Será que o homem não podia simplesmente escolher os seus favoritos?

6 – Escravos hollywoodianos

Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
Embora muitos acreditem que as pirâmides do Egito tenham sido construídas por escravos, na verdade elas foram erguidas por trabalhadores assalariados respeitados pela sociedade da época. Os arqueólogos chegaram a essa conclusão depois de descobrir várias tumbas desses trabalhadores próximo às estruturas que construíram, e, apesar de seus corpos não terem sido mumificados, eles foram sepultados acompanhados de pão e água, para o consumo “no além”.
Esse detalhe é um indício de que essas pessoas eram respeitadas e que sentiam muito orgulho de suas profissões. Segundo os arqueólogos, a ideia de que os construtores das pirâmides eram escravos chegou a ser aceita por algum tempo e foi consolidada graças aos filmes de Hollywood, que sempre retrataram os trabalhadores dessa forma.

7 – Juca da Silva

“Resposta de Tiradentes”, de Leopoldino de Faria Fonte da imagem:Reprodução/Wikipédia
E que tal uma curiosidade aqui da nossa terrinha? Apesar de muita gente acreditar que Tiradentes morreu com os cabelos compridos e barbudo — o que lhe dava um ar de revolucionário e vagamente parecido a Jesus Cristo —, Joaquim José da Silva Xavier, o mártir da Inconfidência Mineira, era militar, portanto, tinha os cabelos curtos e não usava barba.
Além disso, Tiradentes passou três anos na prisão, onde os condenados eram obrigados a raspar os cabelos e a barba para evitar a infestação por piolhos. Quando foi enforcado, o inconfidente estava careca e barbeado. Por certo, Tiradentes é retratado dessa forma, com a túnica e tudo mais, de propósito, pois, sendo o Brasil um país cristão, nada melhor do que relacionar as duas figuras para transformar o homem em mártir.
http://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/40079-7-curiosidades-historicas-que-vao-surpreender-voce.htm

quinta-feira, 28 de maio de 2015

5 segredos do jogo Pac-Man que você nem imaginava

5 segredos do jogo Pac-Man que você nem imaginava

Pac-Man foi simplesmente uma revolução no mundo dos games na década de 80, quando jogos como Space Invaders e Asteroids dominavam a cena. Ele inovou em vários sentidos, e até hoje ostenta seu título de "maior jogo de arcade de todos os tempos"!

Nem parece que já se passaram mais de 30 anos desde o lançamento do joguinho, que foi apresentado pela empresa japonesa Namco em 22 de maio de 1980. E o sucesso foi tão grande que a Namco vendeu mais de 400.000 máquinas de Pac-Man, ultrapassando de longe qualquer outro jogo do mercado.

Mas, mesmo sendo tão popular, o joguinho ainda guarda alguns segredos desconhecidos, e por isso fizemos nossa lista dos 5 fatos mais estranhos sobre o jogo Pac-Man:

1- Criado para capturar o público feminino

Pacman - Ms Pacman
Outro segredinho do jogo, é que ele foi feito com a intenção de "burlar" aquela velha regra dos jogos, que geralmente só fazem sucesso entre jovens do sexo masculino. E isso foi uma confissão do próprio criado do jogo, Toru Iwatani, que na 'Game Developers Conference de 2011' disse: -“Eu criei Pac-Man porque queria atrair jogadoras do sexo feminino para o mundo dos gamers”.

2- A 1ª personagem feminina 'jogável' da história

Pacman - Primeira personagem feminina jogável
O velho joguinho inspirou muitas versões, e 'Ms. Pac-Man' foi uma das mais populares. Ela seria apenas a esposa do Come-come, mas acabou entrando na história como a primeira personagem feminina realmente "jogável"!

3- Pac-Man quase virou um reality show

Pacman - Reality Show
Pouca gente sabe, mas uma grande empresa de formatos licenciados para programas de TV tentou adaptar Pac-Man como um novo tipo de reality show. em 2011. Segundo os relatos que vazaram, o programa seria um “grande evento louco, com muita energia”. Não se sabe a razão, mas o projeto acabou não dando certo e nunca foi lançado...

4- Fantasmas com programações diferentes

Pacman - Nomes dos Fantasminhas Blinky Pinky Inky Clyde
O criador de Pac-Man, Toru Iwatani, também revelou outro segredo, e confirmou que, para tornar o jogo mais interessante, os fantasmas foram programados de forma diferentes:
  • Blinky, o fantasma vermelho: é único que persegue o Pac-Man durante todo o jogo;
  • Pinky, o fantasma rosa: ele simplesmente está programado para sempre se posicionar 32 pixels na frente da boca do Pac-Man;
  • Inky, o fantasma azul: está programado de uma forma similar ao fantasma rosa Pinky;
  • Clyde, o fantasma laranja: esse se move de forma completamente aleatória, cumprindo a tarefa de quebrar qualquer movimento sistemático.

5- O Doodle de Pac-man prejudicou a economia

Pacman - Google Doodle
Para comemorar os 30 anos do aniversário do joguinho, o Google resolveu lançar um doodle especial do Pac-Man, onde as pessoas podiam jogar diretamente no próprio navegador. O problema é que ninguém conseguia parar de jogar, e por isso foram somadas mais de 500 milhões de horas de jogo no Doodle! Cálculos de especialistas afirmam que isso causou cerca de US$ 122 milhões em prejuízos de produtividade do mercado norte-americano.
http://www.curtoecurioso.com/2015/05/5-segredos-do-jogo-pac-man-que-voce-nem.html

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Tudo do que você lembra é verdade?


Não. Nem sempre a sua lembrança de um fato é garantia de que ele aconteceu. As experiências que vivemos são processadas por grupos de neurônios em diferentes partes do cérebro. Esses neurônios classificam nossas memórias por critérios visuais, olfativos, tácteis e auditivos. Por exemplo, uma fruta como a tâmara seria fichada por sua cor ocre, seu gosto agridoce, seu formato alongado e casca rígida. “O registro de onde está cada pedaço que forma a memória fica numa área do cérebro chamada hipocampo. Depois de algum tempo, o cérebro não precisa mais recorrer a ele e a ativação de qualquer uma das partes pode levar à reconstrução da rede toda, ou seja, à lembrança do fato”, explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel. Só que a forma como essa reconstituição é feita pode alterar sua lembrança. Se ao ver uma tâmara pela primeira vez você estava tomando suco de laranja, por exemplo, o córtex pode puxar a lembrança desse sabor e fazer você pensar que tâmaras têm gosto cítrico.
Elementos externos, como a pressão de uma autoridade, também podem confundir a reconstituição. Digamos que alguém viu um crime, mas não enxergou claramente o criminoso. Se essa pessoa estiver amedrontada e o interrogador fizer perguntas como “ele tinha uma tatuagem no braço?”, ela pode “lembrar-se” de algo que não aconteceu. “Diante de uma sugestão forte, podemos criar algo com tamanha riqueza de detalhes que a ativação interna do cérebro confunde essas imagens com fatos reais, criando a memória falsa”, diz Suzana.
Nas décadas de 1980 e 90, quando cientistas ainda não sabiam da existência de memórias falsas, um método conhecido como terapia de recuperação da memória, que consistia em fazer regressões ou hipnoses em supostas vítimas, foi muito utilizado em investigações policiais. Um exemplo dos resultados desastrosos da técnica foi o caso da Escola Base, em São Paulo, quando professores foram acusados de molestar alunos a partir de memórias sugeridas às crianças por pais e terapeutas. Não é à toa que hoje lembranças que surgem em terapias ou interrogatórios só valem no tribunal após uma longa investigação.
http://super.abril.com.br/cotidiano/tudo-voce-lembra-verdade-445700.shtml

terça-feira, 26 de maio de 2015

Como surgiu o vinho do Porto?


Foi no século 17, quando os britânicos começaram a importar grandes quantidades de vinho português. Para que a bebida resistisse às longas viagens marítimas, os comerciantes ingleses acrescentavam aguardente nos barris. Os marinheiros logo perceberam que, além de conservar o vinho por mais tempo, a adição de álcool também realçava o sabor da bebida (e aumentava seu poder de embriaguez!) e acabaram criando, sem querer, a fórmula do vinho do Porto. Hoje, mesmo sem a ajuda dos cachaceiros, digo, marinheiros, a bebida continua recebendo doses de aguardente durante a sua fabricação.
Para garantir o monopólio sobre a receita, em 1914, o governo português assinou com a Inglaterra um contrato determinando que o vinho do Porto só pode ser produzido com uvas da região do Vale do Rio Douro, nordeste de Portugal. “Para manter a qualidade da bebida, proibimos o uso de uvas de quaisquer outras regiões”, afirma Carlos Soares, do Instituto do Vinho do Porto, órgão que supervisiona a produção do vinho.
http://super.abril.com.br/alimentacao/como-surgiu-vinho-porto-445659.shtml

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Por que sogras têm má fama?

Ninguém tem certeza de onde e como essa história de sogra ser um bicho ruim começou, mas sabe-se que elas já causavam polêmica mesmo séculos antes de Cristo. Segundo a mitologia grega, até mesmo Afrodite, a deusa do amor, já fez as vezes de sogra má. Enciumada com o amor do filho Éros pela belíssima mortal Psiqué, a deusa faz de tudo para manter os dois separados e, literalmente, mandar a nora para os infernos.
Segundo o psicólogo Arnaldo Nicolela Filho, da Universidade de Franca, o mito da sogra má é resultado de inúmeras experiências através das gerações, que acabaram formando um “arquétipo” (uma imagem pre-concebida de algo) no qual prevalecem os aspectos negativos.
De acordo a antropóloga Eliana Amábile Dancini, da Universidade Estadual Paulista, o mito é cultural e trata-se de “um desdobramento das questões de gênero”, resultado da estrutura patriarcal da família, na qual o homem está no topo da hierarquia e a mulher serve só para as tarefas domésticas. “Quando a mulher é a sogra, já não tem funções e fica estereotipada como alguém que não tem nada pra fazer a não ser incomodar”, diz ela.
O resultado é que as sogras são obrigadas a conviver com más referências, expressões pejorativas e uma infinidade de piadas, como no nome do doce olho-de-sogra (cujo nome original era olho-de-cobra) e do brinquedo língua-de-sogra (que, além de ser “linguarudo”, provoca um som estridente).
http://super.abril.com.br/historia/sogras-tem-ma-fama-445661.shtml

sexta-feira, 22 de maio de 2015

9 pessoas reais que inspiraram personagens do Game of Thrones

Por Marcelo Andreguetti
Algumas das melhores ficções fantásticas já publicadas têm uma pitadinha de história real: as guerras descritas por Tolkien em ‘Senhor dos Anéis’ tem diversos pontos de semelhança com a I Guerra Mundial; já C.S. Lewis usou muito de sua própria experiência no período das grandes guerras para escrever ‘As Crônicas de Nárnia’, fossem elas nos campos de batalha ou nos momentos em que queria apenas escapar da realidade.
A saga da Game of Thrones não é exceção: George R.R. Martin já confessou ter uma paixão enorme pelo período da Guerra das Rosas, que moveu a história da Inglaterra medieval no século XV. Da mesma forma, seus personagens também são amplamente influenciados por figuras reais na construção de suas personalidades. Nós aqui da SUPER fomos atrás e investigamos quem foram os Lannisters, Starks e Targaryens da vida real, olha só:
Marguerite D’Anjou (Cersei Lannister)
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Essas duas juntas tinham tudo para ser do tipo de amigas que não hesitariam um minuto na hora de apunhalar a outra pelas costas. Ambas casaram-se novinhas por conveniência política: Cersei uniu-se ao ogro Robert pela paz entre os clãs Baratheon e Lannister, enquanto o casamento de Marguerite e Henrique VI foi a garantia de paz entre Inglaterra e França. As duas também mandavam e desmandavam em seus reinos: Cersei era a rainha ‘de facto’ de King’s Landing, pois seu marido vivia em caçadas por animais selvagens (e por alguns rabos de saia); já Marguerite virou a mandante depois que Henrique VI saiu fora da casinha. Há também a questão sobre a legitimidade dos filhos: a gente bem sabe que os rebentos de Cersei foram frutos de sua relação incestuosa com Jamie; Marguerite, por sua vez, deu luz à Eduardo de Westminster quando Henrique já estava louco, o que levantou algumas sobrancelhas na época. O jovem Eduardo, a exemplo de Joffrey, era outro sádico perverso: o embaixador do Ducado de Milão na França escreveu em 1467 que “tudo que saía da boca dele era sobre cortar cabeças e entrar em guerra”. E, assim como Joffrey morreu tragicamente durante o “Purple Wedding”, Eduardo foi decapitado durante a Batalha de Tewkesbury.
2. Anne Boleyn (Talisa Stark)
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Ambas eram mulheres capazes de destruir corações (e levar um império inteiro junto). Robb Stark devia casar-se com uma das filhotas de Walder Frey em troca de lealdade, mas rendeu-se ao charme de Talisa e caiu no erro de casar-se por amor. Não deu outra: Robb, Talisa e Lady Catelyn caíram na faca do tirano Frey durante o Red Wedding. Já o destino da própria Anne Boleyn não foi tão sangrento quanto o de seu próprio povo. Ela talvez fora a principal causa de hoje termos a religião Anglicana: foi por sua culpa que Henrique VIII criou a igreja para anular seu casamento com Catherine de Aragão. Nos anos que se seguiram ao fato, as brigas entre protestantes e católicos dentro do território bretão levaram ao derramamento de muto sangue.
3. Eduardo IV (Robb Stark)
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A história de Eduardo IV, em semelhança à de Robb Stark, foi marcada pelo amadurecimento forçado e pela auto-descoberta ainda na adolescência. Os dois eram herdeiros de clãs com imenso poderia e influência em seus territórios, e igualmente tiveram seus pais assassinados quando eram ainda muito jovens.
Robb Stark sentiu-se humilhado após seu pai ter sido decapitado por um crime que não cometeu. Similarmente, o pai de Eduardo, o duque Ricardo de York, foi decapitado durante a Batalha de Wakefield, e sua cabeça cortada foi exposta com uma coroa de papel, possivelmente em zomba à reivindicação de Ricardo ao trono. Nedd Stark também tinha seu direito ao trono, e acabou executado por isso. Em consequência de tais humilhações, tanto Eduardo quanto Robb se encheram de um desejo por vingança e foram compelidos a guerra. Os dois encontraram muita vocação nisso também: além de belos estrategistas, os dois se preocuparam em motivar seus homens com longos discursos inspiracionais, e notoriamente liderava-os na linha de frente de batalha.
4. Maria I da Inglaterra (Melisandre)
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Ok, as duas podem até ser opostas quando se trata de beleza, mas quando o assunto é a pirofagia essas moçoilas adoram ver o circo (e uns corpos) pegar fogo. Na quarta temporada nós assistimos Melisandre jogar três membros do clã de Stannis na fogueira por se recusarem a destruir as imagens de seus deuses que não fossem o ‘Lord of Light’. A rainha Maria (ou ‘Maria Sangrenta’, para os íntimos), adorava condenar protestantes ingleses à fogueira por não se converterem ao Catolicismo.
5. Joana D’Arc (Brienne of Tarth)
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Mulheres guerreiras de marca maior, Brienne e Joana D’Arc partilham tanto o mesmo estilo quanto a substância: leais acima de tudo, as duas sabem como ninguém como arrasar dentro de uma armadura. A obsessão de Brienne por lealdade se afirma até no apelido de sua espada: ‘Oathkeeper’ (algo como: “a protetora de juramentos”, em inglês). E Joana D’Arc, conta a história, foi contactada por anjos para que dedicasse sua vida a Dauphin, o ainda não coroado rei Carlos VII da França, e eventualmente foi ela o fator decisivo na Tomada de Orleans, que depois culminou com Joana condenada à fogueira pelos britânicos por heresia. As duas eram duras na queda, tanto por suas armaduras quanto por seus temperamentos.
6. Ricardo III (Ned Stark)
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A peça de Shakespeare não é das mais lisonjeiras a respeito de Ricardo III, o rei inglês retratado como um vilão corcunda que assassinou cruelmente seus sobrinhos. Mas, para alguns historiadores, além de inocente de tais crimes, Ricardo III era detentor de várias qualidades. Lealdade, liderança política e honestidade, além de uma super popularidade no norte: esses são alguns dos pontos fortes de Ricardo III, mas que poderiam ser igualmente atribuidos a Ned Stark.
Outro ponto inquietante é a semelhança nas histórias de sucessão do trono inglês e de King’s Landing: Ricardo era, sob apontamento de seu irmão Eduardo IV, o líder administrativo e guardião do norte inglês e da divisa com a Escócia. Após a morte de Eduardo IV, Ricardo III sentiu-se ameaçado pela família dos Woodvilles, a quem culpava pela morte do irmão. É possível, inclusive, que a família tenha destruído os documentos do testamento de Eduardo IV que tornavam Ricardo III o regente até que Eduardo V fosse velho o suficiente para reinar. Essa pode ter sido, inclusive, a inspiração para a cena em que Cersei (Elizabeth Woodville, a mulher de Eduardo IV) rasga o testamento do marido. Na crise que se seguiu, outro ponto de semelhança está no fato de Ricardo III ter descoberto um casamento de seu irmão anterior ao com Elizabeth que não fora anulado, tornando assim a união e os filhos com ela ilegítimos. Da mesma forma, Ned escreveu a Stannis Baratheon para avisá-lo de que Robert Baratheon não era o pai de seus filhos, causando a crise dinástica que se tornou a base da série.
7. Rainha Elizabeth (Daenerys Targaryen)
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Solteironas por convicção, essas duas mulheres de fibra eram, acima de tudo, sedentas por poder. Tudo bem que Daenerys foi casada com Khal Drogo, mas logo após a morte do marido ela decidiu seguir por conta própria sua busca pelo lugar no Iron Throne. Já Elizabeth era conhecida como a “Rainha Virgem”, mesmo que decididamente não o fosse. As duas tinham um poder bélico impressionante – Daenerys com seus dragões, e Elizabeth com a Marinha Inglesa, e as duas também decidiram não se casar para concentrar ainda mais poder. E, se Daenerys baniu o seu íntimo conselheiro Jorah Mormont após descobrir que ele era originalmente um espião, Elizabeth mandou executar Robert Deveraux, seu principal assessor, após descobrir que o mesmo tramava rebelar-se contra ela.
8. Ralph Neville (Lord Walder Frey)
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Outro personagem imortalizado por Shakespeare na obra “Henry V”, o tirânico Ralph Neville parece ter servido de base para George R.R. Martin na criação do odioso Lord Frey. Os dois tinham uma extensa prole: 23 filhos para Ralph, e 29 para Walder, e os dois eram bem conhecidos por serem ardilosos e traidores. Os dois não hesitavam em burlar códigos de honra em busca de ascensão política, o que fica bem evidente na maneira como Walder Frey não titubeia antes de quebrar as leis da hospitalidade de King’s Landing, e no modo como Ralph Neville quebrou a conduta padrão ao agendar uma negociação de trégua com dois de seus inimigos em 1405, trapaceando ao fingir um acordo para depois pegar o inimigo desprevinido. Os dois também tiveram duas esposas, e sabiam como ninguém utilizar os casamentos (seus e de seu filhos) como uma forma de conquistar mais poder e influência.
9. Caligula (Joffrey)
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Além de serem ambos reis jovens e de amarem violência e tortura, a semelhança entre Joffrey e Calígula é tanta que chega até no corte de cabelo. Dor e sofrimento alheio era o combustível dessas duas figuras, que elaboravam espetáculos excêntricos de entretenimento a si próprios enquanto seus povos morriam de fome. Suas mães eram do tipo que faziam de tudo para seus filhos ascenderem: Cersei entendia do jogo do poder como ninguém, e a mãe de Calígula, Agrippa, lutou para que seu filho fosse coroado. Mas ser pentelho e abusado assim desde cedo traz consequências: tanto Joffrey quanto Calígula foram assassinados ainda bem jovens.
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/9-pessoas-reais-que-inspiraram-personagens-do-game-of-thrones/

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Íbis: a rara ave conhecida dos hieróglifos egípcios

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publicado na National Geographic
Dez anos atrás, no deserto sírio de Palmyra, o biólogo italiano Gianluca Serra, perito em conservação, topou com sete derradeiras íbis-eremita, uma espécie até então considerada extinta no Oriente Médio. A descoberta dessa colônia causou comoção nos meios científicos. Com razão, pois essas aves são os últimos descendentes das íbis representadas nos antigos hieróglifos egípcios.
Desde então, Serra e colegas vêm lutando para salvar essa colônia preciosa, com suporte da National Geographic Society. “Começamos treinando uma equipe local para delimitar uma área de reserva”, conta o biólogo. Nos anos seguintes, todavia, a população continuou a minguar. A saída foi pesquisar o hábitat de inverno das aves nas montanhas da Etiópia, mas poucas ameaças foram detectadas. Intrigado, em 2009, Serra as acompanhou em sua migração através da península Arábica. E descobriu que eram abatidas por caçadores clandestinos na Arábia Saudita.
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“Não é fácil abolir a caça quando está tão entranhada em uma cultura tradicional”, diz Serra. Apesar disso, sua equipe conseguiu introduzir com êxito, na colônia de Palmyra, vários filhotes nascidos em cativeiro. Devido aos recentes conflitos políticos na Síria, o projeto foi interrompido. Mas Serra dispõe de informações de que ainda há entre um e cinco indivíduos capazes de se reproduzir.
http://www.pavablog.com/2015/05/19/ibis-a-rara-ave-conhecida-dos-hieroglifos-egipcios/

terça-feira, 19 de maio de 2015

6 experimentos científicos feitos no espaço

Por Raquel Sodré
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Nos últimos dias, acompanhamos ansiosos a trajetória da nave russa “Progress M-27M”, que entrou em queda livre na atmosfera terrestre. Ela havia sido lançada no dia 28 de abril de uma base russa no Cazaquistão e estava cheia de suprimentos que deveriam alimentar os cosmonautas que estão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em Inglês). Logo depois do lançamento, problemas técnicos fizeram as equipes perderem o controle da nave, e ela começou um mergulho em direção à Terra. A Progress se espatifou no Oceano Pacífico na última sexta-feira e não causou nenhum dano (ufa!).
De toda essa história, talvez o mais estranho seja pensar que agora, enquanto você toma seu café e lê este texto, existem pessoas morando, trabalhando, vivendo no espaço! Mas você sabe o que esse pessoal fica fazendo por lá?
A ISS é, basicamente um centro de pesquisas. Lá, os cientistas descobrem como várias coisas se comportam em gravidade zero e sob as condições extremas do ambiente espacial. Hoje, a SUPER separou alguns dos experimentos mais legais que já foram conduzidos na estação para você ter uma ideia do trabalho deles.

6. Ratonauta
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Um passo importante para que nós, humanos, consigamos explorar melhor a vida em outros planetas: precisamos entender como lidar com os efeitos da exposição prolongada à radiação espacial, que pode causar câncer e mutações genéticas. Isso poderia afetar nossas próximas gerações. Ratos cobaias são ferramentas importantes para esse estudo. A parte ruim é que ratos não são permitidos na estação espacial. Para resolver esse impasse, a pesquisa irá levar embriões de ratos para uma voltinha no espaço. Na volta, eles serão implantados em ratas “barrigas de aluguel”. Esses ratinhos serão usados para estudos sobre longevidade, desenvolvimento de cânceres e mutações genéticas.

5. Apagando incêndios
Não, eu não estou falando metaforicamente. O fogo se comporta de forma diferente no espaço devido a interações de vaporização de combustíveis, perdas de calor radioativas e a cinética química. Assim, apagar fogos no espaço depende de entender todas essas interações. Uma pesquisa realizada em outubro do ano passado testou vários tipos de supressores de fogo na microgravidade. Os cientistas descobriram que, no espaço, o fogo queima em temperatura mais baixa, mais devagar e com menos oxigênio do que na gravidade normal da Terra. Isso significa que, para apagá-lo, eles precisam usar materiais em mais alta concentração.

4. Peso pesado
Esta pesquisa avaliou sapatos esquisitos projetados para medir a carga de exercícios. A Nasa desenvolveu o “Advanced Resistive Exercise Device” (Aparelho Avançado de Exercícios de Resistência, em livre tradução), que fornece resistência por meio de cilindros de vácuo. Isso dá à tripulação a possibilidade de fazer exercícios de levantamento de peso no espaço, fundamentais para ajudar a diminuir a perda de densidade óssea e a força dos músculos esqueléticos durante os voos espaciais. Quatro membros da equipe se exercitavam enquanto usavam as sandálias fitness, que mediam torque e carga, ou a força de giro que eles aplicavam. Os dados vão ajudar a determinar os melhores tipos de exercícios para os astronautas manterem a força e a saúde durante as missões.

3. Micróbios espaciais
Quando uma pessoa vai para o espaço, ela leva com ela os milhares de micróbios que habitam seu organismo – entre bactérias e fungos. Assim, antes de mandar as pessoas para uma viagem interespacial, os cientistas precisavam saber como os tais micróbios iriam se comportar na gravidade zero e nas condições extremas da estação. Então, os cientistas coletaram microrganismos de vários lugares – museus, monumentos históricos, estádios de futebol etc -, os colocaram em placas de Petri e viram quais deles desenvolviam colônias. Essas colônias foram levadas para o espaço para que os pesquisadores analisem como elas irão se desenvolver naquelas condições.

2. Escorrendo na gravidade zero
As coisas mais básicas do dia a dia assumem comportamentos totalmente diferentes quando expostas à gravidade zero. É o caso dos líquidos, que escorrem de forma diferente quando estão no espaço. Mas os cientistas ainda não sabem exatamente quais são essas diferenças. Para tentar entender, pesquisadores do MIT e os especialistas do Kennedy Space Center, da Nasa, fizeram diversos experimentos sobre a dinâmica do escorrimento de líquidos nas estações usando robótica – satélites de livre flutuação capazes de navegar a si mesmos e se reorientar. As descobertas irão servir para construir foguetes mais seguros.

1. Classificação de céus
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Esta é legal porque é interativa – ou seja, você pode participar dela agora, se quiser! O site Gateway to Astronaut Photography of Earth coleta mais de um milhão de fotos do espaço tiradas desde 1960. Cerca de 30% dessas fotos são noturnas. Os cientistas estão pedindo ajuda aos cidadãos comuns (nós, mortais) para catalogar essas imagens por meio de um projeto de crowd-source chamado Cities at Night. O voluntário pode classificar três tipos de imagens: Céus Escuros Vistos da ISS (a pessoa vai classificar as imagens em categorias como “cidades”, “estrelas” e outras coisas nas quais os computadores não são muito bons); Cidades Noturnas (para colocar as cidades no mapa); e Perdidos na Noite (identificar cidades de até 500 km de diâmetro).  As informações poderão ser usadas para economizar energia, contribuir com a saúde e a segurança humanas e melhorar nossa compreensão sobre a química da atmosfera. Se você sempre quis contribuir para um mundo melhor, taí uma boa – e fácil – oportunidade!
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-experimentos-cientificos-feitos-no-espaco/

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Vikings: metrossexuais e poligâmicos. Entenda como era a vida dos nórdicos livres

Reportagem: Fronteira- Agência de Jornalismo*
vikings
Eles eram metrossexuais, não tinham sobrenomes e conviviam com a poligamia e o divórcio. Entenda como era a vida dos nórdicos livres
Na enorme sala de uma casa de madeira de seis cômodos, os parentes entoavam canções pedindo a proteção das deusas Frigg e Freya. No quarto, uma mulher de joelhos prestes a dar à luz berrava, amparada por duas escravas. Depois de horas em sofrimento, finalmente a cabeça do bebê surgiu. Suada, mas viva (o que já era uma vitória numa época em que muitas mulheres morriam no parto), a mãe recebeu o filho, que nasceu sem deformações. Os bebês com problemas eram abandonados na floresta – o método também era usado para controle da natalidade até a introdução do cristianismo na região, que condenou a prática. Na sala, a notícia foi recebida com festa. A comemoração se estendeu na mesa, com pães e blinis, pequenas panquecas de massa fermentada consumidas com manteiga, peixe, queijo e frutas.
O bebê ficava nove dias sem nome. Em um ritual íntimo, o pai segurava a criança no colo, respingava água em seu corpo e lhe dava um nome, em geral o de um parente morto admirado. Os nórdicos acreditavam que a personalidade de uma pessoa podia ser transferida a outra dessa forma. Nosso garoto fictício recebeu o nome de Úlf (lobo na língua local), o mesmo de seu avô paterno, um guerreiro conhecido na Noruega. Era comum dar nome de animais, ou de dois deles juntos, como Úlfbjörn ou “Lobo-urso”, ou de deuses. Não existiam sobrenomes hereditários. Outro hábito da época consistia em acrescentar ao primeiro nome um aposto, indicando o local de nascimento, uma posse (como armas) ou ainda um atributo pessoal, como Sigrid, a Ambiciosa, casada com o rei Eirikr, o Vitorioso.
Úlf mal deixou o berço e já estava envolvido com a ordenha de cabras na pequena fazenda de seu pai, que chamaremos aqui de Ragi, um agricultor que pertencia à classe dos homens livres (que se transformavam em guerreiros durante as invasões de verão). A sociedade viking tinha três classes: a dos chefes, que exerciam domínio sobre determinados povoados; a dos fazendeiros, como Ragi, e a dos escravos, que não tinham direito algum. O pai de Úlf podia andar armado e expressar suas visões na Thing, uma espécie de parlamento que reunia representantes de diversas regiões. Ragi era o representante da sua aldeia na assembleia que ocorria no verão e era dedicada a resolver todo tipo de questões, como brigas por terra entre vizinhos. As decisões da Thing não eram transcritas em ata, mas comunicadas à comunidade inteira. Se o povo acatava, valia como lei.
Ragi era dono da própria terra, herdada do pai. Mas havia também grandes latifundiários que loteavam fazendas e as arrendavam. Um deles, Jarlabanke, que viveu na metade do século 11 na hoje cidade sueca de Uppsala, fez questão de deixar registrado seu poderio. Mandou esculpir pedras distribuídas por toda a extensão de sua propriedade. Seis delas ainda existem. Em uma, está escrito: Jarlabanke ergueu essas pedras em memória de si mesmo em vida. Sozinho ele era dono de Täby inteira. Deus ajude a sua alma. Em outra, menciona outros feitos, como a construção de um local para a realização dos encontros da Thing: Jarlabanke ergueu essas pedras em memória de si mesmo em vida, fez desse o local da Thing e sozinho era dono desse distrito inteiro.
Os vikings foram os inventores da cerimônia de casamento como conhecemos hoje, com direito a troca de alianças, véus, grinaldas e lua de mel, costumes que influenciaram os cristãos e ganharam o mundo. Na Era Viking, anéis simbolizavam o compromisso entre guerreiros, reis e casais. As festas de casamento eram regadas a hidromel e ocorriam em época de lua nova. Os homens eram polígamos, mas a primeira esposa tinha prevalência sobre as demais e usava uma espécie de chaveiro exclusivo na cintura. As esposas se dividiam nos cuidados com os filhos e enteados sem crises de ciúmes. Elas tinham todo o direito de pedir o divórcio e casar com outro. Não raro, as escravas mais belas viravam acompanhantes de luxo com direito a regalias e certa distinção social. Os escravos homens que possuíam habilidades manuais também podiam gozar de prestígio e, em algumas comunidades, recebiam uma espécie de alforria informal dos patrões.
Enquanto isso, crianças como o nosso Úlf não tinham muito tempo para a infância. Ajudavam as mães no campo e, nas horas vagas, recebiam lições para se defender de inimigos e de animais selvagens, como ursos. Quanto ao ensino, os vikings tinham um alfabeto enxuto, formado por 16 letras (as runas). Mas não era fácil dominar o nórdico antigo: cada letra tinha mais de um significado ou fonema. Como não havia papel, tinham de esculpir poemas e homenagens em pedra, madeira ou osso. Por isso, deixar registros escritos não era comum, o que dificulta muito a vida de historiadores até hoje. Mas os vikings escreviam seus nomes e pequenos bilhetinhos em muitos objetos. Em escavações recentes, foi encontrado um pedido singelo, escrito em um pequeno pedaço de osso: “beije-me”.

Artistas e vaidosos até a morte
Os nórdicos gostavam de ritos e símbolos. No dia a dia de uma cidade viking, era comum ver homens maquiados, mulheres repletas de joias como se fossem princesas e escutar poemas recitados ao ar livre. Na hora do adeus, rolava muito sexo, álcool e mais mortes.
1. Os fashionistas
Na batalha, eles ficavam suados e sujos, mas, no dia a dia, não dispensavam o pente e a maquiagem. E ninguém andava com unha cheia de terra. A “necessaire” de um viking continha uma profusão de pentes, pinças e palitos de dente. Como não havia garfo, só facas, comia-se com os dedos. Mas, logo após as refeições, havia cubas próprias para lavar as mãos, em um ritual de higiene que terminava com a limpeza das unhas e dos dentes. Os pentes, em si, eram um capítulo à parte. Tinham cabos decorados com ornamentos, e tudo leva a crer que eram artigos valorizados, mas amplamente usados por guerreiros a escravos. A maquiagem também era um hábito unissex. Em um relato, o árabe-espanhol At-Tartushi, que visitou Hedeby, uma das mais importantes cidades vikings, no século 10, escreveu que tanto os homens quanto as mulheres pintavam os olhos de preto. Os sábados eram reservados ao banho semanal. Depois de limpos, era tradição arrumar o cabelo com enormes tranças e vestir a melhor roupa. As franjas eram comuns assim como o undercut, o hábito de raspar a parte debaixo do cabelo, próximo à nuca, tendência hoje no mundo todo. Os homens usavam túnicas até os joelhos, com calças, mantos com pregas em um dos ombros e botas feitas de pele de cabra. As mulheres vestiam uma espécie de vestido de lã de corte reto. A nobreza tinha o hábito de manter, em uma argola, objetos de primeira necessidade: chave, uma pequena faca, uma tesoura e uma agulha.

2. Joias de 1 kg
Vikings eram doidos por broches. Foi encontrada uma profusão deles nos túmulos dos chefes, todos em bronze, prata e ouro. Eram usados para segurar mantos e xales – alguns chegavam a pesar 1 kg. Colares e braceletes também faziam parte do traje cotidiano da classe alta e distinguiam ricos e pobres. Até dava para saber a conta bancária pelas joias. Funcionava assim, segundo um relato árabe feito em 920: a mulher cujo marido tinha 10 mil dirhams (a moeda de prata árabe) usava um colar de ouro maciço; e a cada 10 mil dirhams a mais, ganhava um novo colar, e assim por diante. Algumas mulheres tinham vários deles, com berloques com símbolos pagãos, como o martelo de Thor, um dos símbolos mais usados.

3. Poesia no ar
Guerreiros recitavam poemas em campos de batalha. Na hora do embate, enquanto alguns tremiam, outros improvisavam versos. Criar estrofes e recitá-las era considerado uma habilidade essencial do homem nórdico e estava presente do café da manhã ao jantar. Qualquer situação era motivo para declamar. O historiador islandês medieval Snorri Sturluson, autor do Edda em Prosa, considerada a maior fonte literária da mitologia nórdica, descreveu na Saga de St. Olaf, datada de 1230, um episódio que ilustra bem esse apreço. Logo antes da batalha de Stiklestad, em 1030, o rei Olaf 2°, da Noruega, pediu ao poeta do reino recitar alguns versos. Foram tão épicos que os sobreviventes agradeceram ao poeta por ter levantado o moral da tropa antes da derrota (o rei foi morto). A poesia eddaica tinha enredos envolventes em estrofes curtas, gravadas em pedras e pedaços de madeira. Os nórdicos tinham um incrível poder de concisão.

4. Morte em alto estilo
Os enterros eram ritos pirotécnicos e sanguinolentos, que mobilizavam toda a comunidade. Por acreditar que os mortos precisavam de um meio de transporte para alcançar o além, eles dispunham os corpos em pequenas embarcações de madeira em chamas, ricamente adornadas com móveis, joias, animais decapitados e frutas. Mas a preparação começava bem antes. Uma das mais famosas descrições de um enterro nórdico foi a do chefe dos rus, da região de Volga, atual Rússia. Após dez dias de preparação, o corpo do chefe do clã foi levado ao interior de um barco, onde havia armas, cadeiras e camas. Cavalos, vacas e cães foram sacrificados, esquartejados e colocados junto ao corpo. Depois, a família perguntou aos escravos e servas (muitas vezes, amantes do patrão) quem desejava se unir ao defunto. Uma serva se prontificou. Teve o corpo lavado por outras escravas e foi levada a um festão, cheio de bebidas e sexo. Ela passou por vários homens antes de ser levada à embarcação, onde foi estrangulada enquanto uma mulher com o rosto tapado, conhecida como anjo da morte, enfiava uma adaga nas suas costelas. Seu corpo foi disposto junto ao do chefe, e um parente do morto ateou fogo no barco. Nos enterros mais simples, era costume jogar terra sobre o cadáver, formando um pequeno monte.
 http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/vikings-entenda-a-vida-dos-nordicos-livres/

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Bichos corruptos

Chimp
Quando um macaco não consegue o que quer, ele paga propina para ver se o negócio sai. Um chimpanzé típico não costuma ter muito acesso a grandes contratos com estatais. Então, como não tem dinheiro, ele só quer amar. Tendo sexo na vida, está tudo bem, o resto ele vai levando. Mas isso não torna a vida deles mais fácil que a nossa. Pelo menos não a dos machos. É que as fêmeas de chimpanzé têm o mesmo problema das de outras espécies: só dão bola mesmo para os mais fortes e bonitos. Mas os macacos feinhos deram um jeito de contornar isso. Como? Pagando propina.
Quando um chimpanzé volta de uma caçada bem-sucedida, nem pensa duas vezes: já chama alguma gatinha para um churrasco, ainda que um churrasco cru, e a dois  – talvez o equivalente símio a convidar uma moça para jantar no japonês. E aí vê se rola alguma coisa depois. 
Geralmente rola. O suborno dá tão certo lá na África subsaariana, a casa deles, quanto costumava dar na Avenida República do Chile número 65, a sede da Petrobras. As fêmeas agradecem a refeição com sexo. Não é exatamente um toma-lá-dá-cá. A macaca não vai para a moita com o cara na hora só porque ele pagou o jantar dela. Mas no longo prazo, como dezenas de pesquisadores já observaram, é diferente: elas acabam colocando os doadores de carne em seu rol de amantes, como a Petrobras colocava os propineiros em seu rol de fornecedores.
Orquídea
Outro bicho que apela para a corrupção nem é bicho. É a orquídea. Qualquer flor, na verdade, é um instrumento de dissimulação. As cores fortes e os perfumes marcantes são ferramentas para atrair insetos, e outros animais, de modo que eles carreguem o pólen delas para outras plantas. Do ponto de vista de um vegetal, ter o pólen transferido para outro indivíduo é exatamente o que para um homem significa ter seu sêmen transferido para outro indivíduo – ou indivídua. Significa sexo. E qualquer planta que se preze também não mede esforços para ter sexo. Na maior parte dos casos, a relação entre a planta e seu vetor sexual, o polinizador, é um jogo em que os dois lados ganham. A flor fornece néctar para a abelha, por exemplo, e a abelha carrega o pólen da flor para outro indivíduo fotossintético. Mas nem tudo são flores no reino vegetal, porque tem quem burle essa regra para se dar bem. E é aí que entra a orquídea. Um gênero específico de orquídea, completamente desprovido de caráter: a Bulbophyllum. Ela não produz néctar, então não atrai a atenção das abelhas. O negócio dela é com outro inseto: a mosca varejeira.
Varejeira gosta de carniça, você sabe. Então a flor simplesmente finge que é um cadáver. Sério. As pétalas
dela têm o mesmo matiz daquele abajur da música do Ritchie: cor de carne. E exalam cheiro de coisa podre. As varejeiras, então, pousam lá e se ferram: não acham carniça nenhuma. Mas aí, quando as moscas vão embora frustradas, já fizeram o que a flor queria: o pólen da danada já está preso no corpo das moscas, a ponto de bala para sair e fecundar outra orquídea. No fim das contas, uma relação que deveria beneficiar as duas partes acaba favorecendo só a planta. A mosca só paga de otária. Sempre. “E a prefeitura não faz nada!”, diria um Datena do mundo das moscas. Pois é. Aquele cidadão que dizia “as árvores somos nozes” estava mais certo do que parecia. Mas talvez não haja forma de vida mais sórdida que uma espécie de gazela, a Gazella thomsonii. Falemos um pouco mais dessa sacripanta ungulada.
Gazela 
Além de ter um dos chifres mais bonitos da África, esta espécie de gazela aqui em cima vive em bandos de centenas de indivíduos (segundo a PM, milhares; pelo Datafolha, dezenas). E ela tem um hábito particular: quando uma gazela avista um predador, lá longe, começa a saltar bem alto, usando as quatro patas para lançar-se ao ar.
Num primeiro momento, a maior parte dos pesquisadores interpretou a acrobacia como um modo de sinalizar o perigo para o resto do bando. Mais do que um gesto de altruísmo, seria um de heroísmo: o salto atrairia a visão do predador, que geralmente é um guepardo. O guepardo é a Lamborghini da savana: faz de zero a 100 km/h em 3 segundos (mais do que qualquer outro animal – e do que a maioria das Lamborghinis, até). Bom, atrair a atenção de uma máquina dessas é suicídio. A gazela que salta para avisar as outras coloca a vida em jogo. Então devia era ser canonizada, certo?
Talvez não. Para Amotz Zahavi, um zoólogo da Universidade de Tel Aviv, esse comportamento não tem nada de nobre. O israelense concluiu que a gazela pensa igual aquele cara da piada do tigre:
Dois sujeitos estão fazendo trilha e dão de cara com um tigre. Um pega a mochila, tira um par de tênis de corrida, e começa a calçar. O outro zomba: “Não adianta. Você não vai correr mais do que um tigre”. “Não mesmo”, ele responde. “Mas vou correr mais do que você.” É exatamente o que se passa na cabeça da gazela saltitante, pelo menos segundo a teoria de Zahavi. Os pulos não são para chamar a atenção do bando, mas para dar um aviso ao predador. É que os guepardos não são nada chegados em gastar gasolina à toa. Sempre preferem correr atrás das gazelas mais frágeis, lerdas, até para não exaurir o tanque a cada caçada. Ao dar saltos ornamentais na cara do predador, então, a gazela dá uma exibição de força e agilidade. É um aviso. Uma advertência do tipo: “Escolhe outra gazela aí porque, se você vier atrás de mim, vou dar trabalho”. Uma atitude lúcida. Só que tão heroica quanto a do cara da piada do tigre.
Morcego
Mas, ei: existe heroísmo entre os animais, sim. Um desses benfeitores, imagine você, é o morcego-vampiro, que passa o dia dormindo e, à noite, sai para chupar sangue, geralmente de algum mamífero grande. Parece uma vida mansa. Mas não. Primeiro, porque nem todo dia dá para achar uma presa. E, se um deles passar 70 horas sem comer, morre. 
Isso de a morte estar sempre à espreita uma hora fez baixar um Jean-Jacques Rousseau na morcegada. É que eles desenvolveram um contrato social: hoje os morcegos doam uma parte do sangue que conseguem na caçada para os companheiros que não tiveram a mesma sorte naquele dia. 
Mas não falta quem tente burlar essa lei. Até porque doar comida ali não é uma atitude trivial. O morcego tem que vomitar um pouco do sangue que bebeu na caçada, na boca do beneficiário. É um processo que demanda tempo e energia. Mau negócio para indivíduos que não podem passar três dias sem comer. 
A melhor estratégia do ponto de vista individual, então, é trapacear: nunca dar almoço grátis para os parceiros. Só receber, sempre que voltar para a caverna com os dentes abanando. Logo, todo bando de morcegos- vampiros tem seus aproveitadores. 
Mas esse comportamento trapaceiro só vale a pena quando a grande maioria dos indivíduos é honesta. Se a corrupção vira norma, começa a faltar doador no mercado. E nenhum morcego jamais vai ganhar comida quando falhar na caça. Como a espécie dos chupadores de sangue é frágil, porque aguenta pouco tempo sem comer, o bando todo se trumbica. Foi mais ou menos o que aconteceu com outro bando de chupins: os empreiteiros que fraudavam licitações da Petrobras. No começo, só sete empresas participavam das trapaças. Depois, 16, 17, 18… No fim já eram 23. A corrupção virou regra. Julio de Almeida Camargo, um dos empresários-delatores da Lava Jato, explica: “Havia uma regra do jogo: se o senhor não pagasse propina, não obteria contratos com a Petrobras”. Ou seja: era tanto esquema que o próprio esquema canibalizou o esquema. 
Mas os morcegos-vampiros levam uma vantagem sobre o Homo sapiens: os caras têm um esquema eficiente para punir seus corruptos. “Eles não dão alimento para qualquer um. Os morcegos selecionam, ao longo do tempo, os parceiros mais confiáveis para fazer suas doações”, diz o biólogo Gerald Wilkinson, da Universidade de Maryland, que descobriu esse comportamento e estuda o assunto há 30 anos.
Isso significa que só recebe comida quem doa comida. Os trapaceiros, que nunca doam nada, jamais ganham a confiança de ninguém. Com a reputação manchada, então, tendem a morrer de fome. Desse jeito, quem fica a um passo da extinção não é a sociedade dos morcegos, é o próprio comportamento corrupto. Fica a dica ;)
http://super.abril.com.br/blogs/crash/bichos-corruptos/

terça-feira, 12 de maio de 2015

Quando surgiram os hospitais?


Os primeiros de que se tem notícia foram construídos em 431 a.C., no Ceilão (atual Sri Lanka), no sul da Ásia. Dois séculos depois, o imperador Asoka criou, na Índia, instituições especiais para tratar doenças semelhantes aos hospitais de hoje. Já na Europa, sua introdução coube aos romanos, que, por volta de 100 a.C., ergueram locais, chamados valetudinaria, para cuidar dos soldados feridos em batalha. Mas foi só a partir do século IV, com o crescimento do Cristianismo, que os hospitais se expandiram. Comandados por sacerdotes e religiosos, os monastérios passaram a servir de refúgio para viajantes e doentes pobres. Esses lugares possuíam um infirmitorium, onde os pacientes eram tratados, uma farmácia e um jardim com plantas medicinais. Foram eles que se tornaram modelo para os hospitais modernos. Na Idade Média, as ordens religiosas continuaram a liderar a criação de hospitais - calcula-se que só os beneditinos abriram mais de 2 000.
No Brasil, o primeiro foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, em São Paulo, erguida no ano de 1543. No começo, o improviso era total. "Como no século XVI não havia médicos dispostos a vir para o Brasil, os jesuítas se encarregavam de todo o atendimento, trabalhando como médicos, farmacêuticos e enfermeiros", afirma o neurocirurgião Henrique Seiji Ivamoto, que prepara um livro sobre a história da Santa Casa. O hospital funciona até hoje, mas em outro local.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quando-surgiram-os-hospitais

sexta-feira, 8 de maio de 2015

5 disputas mais famosas da História

O que seria da História sem as grandes disputas? Nada, realmente. Simplesmente nós não teríamos nada para contar para as gerações seguintes se o mundo fosse um lugar calmo em que todo mundo pensa igual e onde não há brigas para saber quem é melhor em alguma coisa. Ou qual ideologia vai pegar entre um determinado grupo. Ou de quem é a autoria de um determinado feito. Algumas disputas mudam o rumo do mundo, e é dessas mesmas que vamos falar. Confira os maiores cabos de guerra históricos na Superlistas de hoje:

Stalin x Trotsky
stalin
Depois da derrota do Exército Branco, em 1921, Vladimir Lenin, Joseph Stalin e Leon Trotsky passaram a ser as figuras dominantes no governo bolchevique. Stalin e Trotsky nunca bateram muito em termos de ideologias filosóficas e políticas, então Lenin promoveu os dois, na esperança de que eles pudessem trabalhar juntos e colaborar um com o outro. Como a gente já sabe, a estratégia não deu certo. Trotsky ficou mais popular que Stalin, e ele recebeu uma função de maior autoridade no governo: sucessor natural de Lenin depois de sua morte. Já Stalin virou Secretário Geral do Partido Comunista. Em 1922, quando a saúde de Lenin começou a se deteriorar, cresceu exponencialmente a tensão sobre quem seria, de fato, o sucessor do governo. Lenin pediu por poderes compartilhados até o dia de sua morte, em 1924, mas não teve jeito: Stalin tomou o poder e, em 1927, já havia eliminado todos os seus inimigos políticos — inclusive Trotsky, claro, que foi deportado da União Soviética em 1929 (e morto por agentes soviéticos no México em 1940).

Robert F. Kennedy x Lyndon B. Johnson
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A relação de Lyndon Johnson com os Kennedy nunca foi lá muito boa. E aí, em um golpe de mestre de diplomacia, John F. Kennedy nomeou Johnson como seu vice-presidente (cumprindo à risca a filosofia do “manter os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda”). O irmão de John, Robert F. Kennedy, era Procurador Geral nessa época e, apesar de trabalharem juntos, continuavam brigando. Mas essa história só funcionou até a morte de JFK, em 22 de novembro de 1963. Sem o pilar que segurava os dois lados dessa disputa, o caldo entornou. Ao passo que Johnson e RFK tentavam segurar as pontas das acusações diretas da culpa pelos problemas, seus apoiadores não economizavam nas ofensas. Os seguidores dos Kennedy acusaram abertamente Johnson de ter incentivado JFK a ir para a viagem a Dallas (que resultou em seu assassinato), enquanto os seguidores de Johnson execravam os irmãos Kennedy por uma série de erros em Cuba. A disputa e as brigas entre eles cresceram — a paranoia também — e, em 1968, Robert F. Kennedy até concorreu contra Johnson nas eleições primárias. Surpreendentemente, Johnson desistiu da corrida eleitoral, deixando RFK como favorito. Mas Robert tinha a chamada “maldição dos Kennedy”, e foi assassinado logo depois.

J. Edgar Hoover x Martin Luther King Jr.
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Sabe aquela coisa de arqui-inimigos? Era essa a relação entre Martin Luther King e o diretor do FBI J. Edgar Hoover. Apesar de o FBI já monitorar Luther King em seu Programa de Questões Raciais, a questão de Hoover com ele era pessoal. O policial acreditava fielmente que o ativista era influenciado pelos comunistas. Em 1956, ele chegou a levantar a hipótese de Luther King ter se afiliado ao Partido Comunista. Em 1962, Hoover contou isso para o então Procurador Geral, Robert F. Kennedy. E aí a investigação começou de verdade. RFK autorizou grampos nas ligações de Luther King e designou agentes de Hoover para encontrar “material subversivo” de LK. Isso iniciou entre os dois uma briga de comadres, com acusações e ofensas em entrevistas de TV e nos jornais, com o FBI chegando a, anonimamente, ameaçar Luther King de morte. Depois do assassinato de Luther King em 1968, um comitê do Senado estadunidense designou uma comissão para investigar as operações de inteligência interna do FBI. Nessa investigação, ficaram claras as intenções e os impactos de colocar as ações de Luther King em xeque (mas aí já era tarde, Inês —aliás, King, era morto).

EUA x União Soviética
Na época da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputavam absolutamente tudo. Mas uma das disputas que mais resultou em mudanças para o futuro do planeta foi a chamada “corrida espacial”. Em 1955, EUA e União Soviética começaram uma competição doida para ver quem conseguiria dominar o Espaço antes. Essa corrida se justificava porque a superioridade tecnológica necessária para esse domínio era vista como necessária para a segurança nacional, e era também uma superioridade ideológica simbólica (mais ou menos no espírito “se eu conquistei o Espaço, imagina o que não farei na Terra?”). Em 29 de julho de 1955, os EUA anunciaram sua intenção de lançar satélites. Quatro dias depois, em 2 de agosto, a União Soviética disse que também lançaria satélites “em um futuro próximo”. Pronto. Foi o que bastou para começar uma corrida que durou nada menos do que 17 anos.

Rainha Elizabeth x Rainha Maria, da Escócia
Já falamos dessa briga aqui outras vezes, mas não podemos esquecer dessa que foi uma das maiores disputas de todos os tempos, entre a Rainha Elizabeth, da Inglaterra, e a Rainha Maria, da Escócia. Várias coisas estão envolvidas nessa querela: era uma briga de poder, uma briga religiosa, ideológica e até uma briga de família. Como herdeira do Rei Henrique VIII, Elizabeth tinha direito hereditário ao trono. Mas, em um momento decisivo para o mundo, em que os países se dividiam entre católicos ou protestantes, ela escolheu o segundo grupo — alinhada com as ideias de seu pai, mas a contragosto de muita gente no reino. Esses descontentes correram para a Escócia, em uma tentativa que a rainha de lá, Maria Stuart, prima de terceiro grau de Elizabeth, desse um golpe na prima e transformasse a Inglaterra em um país católico. Depois de uma série de escândalos, Maria foi forçada a sair de seu próprio país e buscou proteção e apoio no castelo da prima. Elizabeth, esperta como uma raposa, desconfiou que Maria pudesse estar armando contra ela e que pudesse ganhar o apoio dos católicos para destroná-la. Assim, ela manteve Maria como prisioneira durante os 18 anos seguintes. O caso se concluiu em 1586, quando Elizabeth conseguiu cartas provando que Maria estava mesmo tentando assumir o reino da Inglaterra. Pela traição, Maria foi decapitada.
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/5-disputas-mais-famosas-da-historia/