terça-feira, 19 de maio de 2015

6 experimentos científicos feitos no espaço

Por Raquel Sodré
isss
Nos últimos dias, acompanhamos ansiosos a trajetória da nave russa “Progress M-27M”, que entrou em queda livre na atmosfera terrestre. Ela havia sido lançada no dia 28 de abril de uma base russa no Cazaquistão e estava cheia de suprimentos que deveriam alimentar os cosmonautas que estão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em Inglês). Logo depois do lançamento, problemas técnicos fizeram as equipes perderem o controle da nave, e ela começou um mergulho em direção à Terra. A Progress se espatifou no Oceano Pacífico na última sexta-feira e não causou nenhum dano (ufa!).
De toda essa história, talvez o mais estranho seja pensar que agora, enquanto você toma seu café e lê este texto, existem pessoas morando, trabalhando, vivendo no espaço! Mas você sabe o que esse pessoal fica fazendo por lá?
A ISS é, basicamente um centro de pesquisas. Lá, os cientistas descobrem como várias coisas se comportam em gravidade zero e sob as condições extremas do ambiente espacial. Hoje, a SUPER separou alguns dos experimentos mais legais que já foram conduzidos na estação para você ter uma ideia do trabalho deles.

6. Ratonauta
rato
Um passo importante para que nós, humanos, consigamos explorar melhor a vida em outros planetas: precisamos entender como lidar com os efeitos da exposição prolongada à radiação espacial, que pode causar câncer e mutações genéticas. Isso poderia afetar nossas próximas gerações. Ratos cobaias são ferramentas importantes para esse estudo. A parte ruim é que ratos não são permitidos na estação espacial. Para resolver esse impasse, a pesquisa irá levar embriões de ratos para uma voltinha no espaço. Na volta, eles serão implantados em ratas “barrigas de aluguel”. Esses ratinhos serão usados para estudos sobre longevidade, desenvolvimento de cânceres e mutações genéticas.

5. Apagando incêndios
Não, eu não estou falando metaforicamente. O fogo se comporta de forma diferente no espaço devido a interações de vaporização de combustíveis, perdas de calor radioativas e a cinética química. Assim, apagar fogos no espaço depende de entender todas essas interações. Uma pesquisa realizada em outubro do ano passado testou vários tipos de supressores de fogo na microgravidade. Os cientistas descobriram que, no espaço, o fogo queima em temperatura mais baixa, mais devagar e com menos oxigênio do que na gravidade normal da Terra. Isso significa que, para apagá-lo, eles precisam usar materiais em mais alta concentração.

4. Peso pesado
Esta pesquisa avaliou sapatos esquisitos projetados para medir a carga de exercícios. A Nasa desenvolveu o “Advanced Resistive Exercise Device” (Aparelho Avançado de Exercícios de Resistência, em livre tradução), que fornece resistência por meio de cilindros de vácuo. Isso dá à tripulação a possibilidade de fazer exercícios de levantamento de peso no espaço, fundamentais para ajudar a diminuir a perda de densidade óssea e a força dos músculos esqueléticos durante os voos espaciais. Quatro membros da equipe se exercitavam enquanto usavam as sandálias fitness, que mediam torque e carga, ou a força de giro que eles aplicavam. Os dados vão ajudar a determinar os melhores tipos de exercícios para os astronautas manterem a força e a saúde durante as missões.

3. Micróbios espaciais
Quando uma pessoa vai para o espaço, ela leva com ela os milhares de micróbios que habitam seu organismo – entre bactérias e fungos. Assim, antes de mandar as pessoas para uma viagem interespacial, os cientistas precisavam saber como os tais micróbios iriam se comportar na gravidade zero e nas condições extremas da estação. Então, os cientistas coletaram microrganismos de vários lugares – museus, monumentos históricos, estádios de futebol etc -, os colocaram em placas de Petri e viram quais deles desenvolviam colônias. Essas colônias foram levadas para o espaço para que os pesquisadores analisem como elas irão se desenvolver naquelas condições.

2. Escorrendo na gravidade zero
As coisas mais básicas do dia a dia assumem comportamentos totalmente diferentes quando expostas à gravidade zero. É o caso dos líquidos, que escorrem de forma diferente quando estão no espaço. Mas os cientistas ainda não sabem exatamente quais são essas diferenças. Para tentar entender, pesquisadores do MIT e os especialistas do Kennedy Space Center, da Nasa, fizeram diversos experimentos sobre a dinâmica do escorrimento de líquidos nas estações usando robótica – satélites de livre flutuação capazes de navegar a si mesmos e se reorientar. As descobertas irão servir para construir foguetes mais seguros.

1. Classificação de céus
cidade-noite
Esta é legal porque é interativa – ou seja, você pode participar dela agora, se quiser! O site Gateway to Astronaut Photography of Earth coleta mais de um milhão de fotos do espaço tiradas desde 1960. Cerca de 30% dessas fotos são noturnas. Os cientistas estão pedindo ajuda aos cidadãos comuns (nós, mortais) para catalogar essas imagens por meio de um projeto de crowd-source chamado Cities at Night. O voluntário pode classificar três tipos de imagens: Céus Escuros Vistos da ISS (a pessoa vai classificar as imagens em categorias como “cidades”, “estrelas” e outras coisas nas quais os computadores não são muito bons); Cidades Noturnas (para colocar as cidades no mapa); e Perdidos na Noite (identificar cidades de até 500 km de diâmetro).  As informações poderão ser usadas para economizar energia, contribuir com a saúde e a segurança humanas e melhorar nossa compreensão sobre a química da atmosfera. Se você sempre quis contribuir para um mundo melhor, taí uma boa – e fácil – oportunidade!
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-experimentos-cientificos-feitos-no-espaco/

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