Fragmentos continham códigos - e alguns tinham tamanho inferior a um centímetro quadrado | Foto: Universidade de Haifa |
Uma das últimas partes dos Manuscritos do Mar Morto, que ainda permanecia obscura, foi decifrada por pesquisadores em Israel.
Sessenta pequenos fragmentos foram reunidos ao longo do período de um ano, o que tornou possível identificar o nome de um festival para celebrar as mudanças das estações.
Também foi revelada a existência de um escriba, que revisou e corrigiu erros cometidos por quem escreveu o material.
Os 900 manuscritos, supostamente produzidos por membros de uma antiga seita judaica, têm sido fonte de curiosidade desde sua descoberta na caverna de Qumran, no trecho do Mar Morto que fica na Cisjordânia, entre 1947 e 1956.
Os Manuscritos do Mar Morto são considerados o exemplar mais antigo da Bíblia Hebraica já encontrado - é datado, segundo estimativas, de 4 a.C.
Não se sabe quem escreveu esses textos, apesar de alguns acadêmicos atribuírem a autoria aos essênios, uma seita judaica identificada como essênios.
O material foi descoberto por um jovem pastor que procurava por uma ovelha desgarrada.
Manuscritos do Mar Morto foram encotrados na caverna de Qumran entre 1947 e 1956 |
Fragmentos minúsculos
Os fragmentos dos manuscritos foram reunidos pelos pesquisadores Eshbal Ratson e Jonathan Bem-Dov, da Universidade de Haifa, em Israel.
Estavam escritos em códigos, e alguns pedaços tinham tamanho inferior a um centímetro quadrado.
De acordo com os pesquisadores, os trechos agora decifrados detalham ocasiões especiais que seriam comemoradas pela antiga seita judaica, incluindo um calendário de 364 dias.
Além disso, há informações sobre as celebrações do novo trigo, novo vinho e novo óleo, que estão relacionadas ao festival judaico Shavuot - também conhecido como festa das colheitas.
Os pesquisadores também descobriram o nome que seria usado pela seita para o festival observado quatro vezes no ano, que marcava as trocas de estações: Tekufah. A mesma palavra significa "período" em hebraico nos dias atuais.
Eles disseram que tiveram a ajuda das anotações identificadas nas margens, feitas por um escriba corrigindo omissões feitas pelo autor, na hora de decifrar o código.
"Esses comentários são sugestões que me ajudaram a desvendar o quebra-cabeça - eles me mostraram como montar o manuscrito", disse Ratzon ao jornal israelense Haaretz.
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