Acredite: até o início do século 18, doenças que hoje são facilmente prevenidas com vacinas metiam muito medo nas pessoas. É o caso da varíola, uma das doenças transmissíveis mais temidas pela sociedade da época. Pouca gente jovem escapava dos males causados por ela e a mortalidade variava de 10 a 40%. A história da medicina ganharia novos rumos quando, no final daquele século, o médico inglês Edward Jenner provaria a eficácia da vacina contra a varíola – aliás, desenvolveria a primeira vacina da história.
Jenner constatou que quem teve contato com vacas portadoras de varíola bovina apresentavam resistência à doença. Era preciso fazer com que a observação fosse aceita pela comunidade científica. Aí extraiu pus de uma paciente infectada e inoculou-o em um garoto de 8 anos saudável. A criança até desenvolveu a doença, mas foi curada em pouco tempo. Era 1796 e a eficácia da primeira vacina estava comprovada.
Cruzando o Oceano
No início do século 19, o rei Carlos IV, diante de tantos compatriotas na América, decidiu organizar uma expedição até o Novo Mundo para vaciná-los. O problema era: como fazer o vírus chegar vivo até o outro lado do Atlântico?
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A solução foi bem original: inocular o vírus em crianças sadias – afinal, elas ainda não tinham imunidade à doença. Quando elas tivessem desenvolvido a varíola, extrairiam o vírus, aplicariam em outra criança e assim sucessivamente. Enquanto a primeira estivesse sendo curada, a segunda estaria desenvolvendo o vírus, a terceira já estaria sendo preparada… Enquanto isso, os espanhóis estariam realizando a looonga travessia do Atlântico. De criança em criança (que chegaram sãs, salvas e imunizadas), a Expedição foi um sucesso e a vacina desembarcou no Novo Mundo.
Fonte: Historias de la Historia
http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/author/marcel-verrumo/page/8/
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