A capital seria Brasília do mesmo jeito, por se tratar de um plano da monarquia. Em 1823, o patriarca da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, apresentou o projeto de levar a capital ao Centro-Oeste, distante de ataques de corsários no litoral. E seria nessa região que o governo teria seu maior apoio. Os produtores de soja e outros grãos seriam a base da política imperial, assim como os cafeicultores foram no século 19. “O império nunca formulou uma política econômica, só seguiu o projeto de uma colônia que sobrevive de seu reservatório”, explica Estevão Martins, professor de história da UnB. Assim, agricultura, mineração e petróleo seriam ainda mais importantes para a economia do que são hoje.
Nos anos 60, para combater a “ameaça comunista” dos movimentos da época, o imperador d. Pedro Henrique diminuiria o poder do Parlamento. Nessa ditadura, a MPB faria barulho com letras cheias de metáforas contra o império, driblando a censura.
Essa não seria a única ameaça, já que houve um racha na linhagem real em 1908, quando d. Pedro de Alcântara renunciou ao direito dinástico ao se casar com uma reles condessa (e não uma princesa), passando a coroa ao irmão Luis Maria. A situação não ficou tensa porque, bem, já não havia um trono a disputar. Mas, se ainda fôssemos um reino, as relações familiares ficariam ruins. Os descendentes de d. Luis Maria, do chamado ramo de Vassouras, teriam de lidar com a oposição dos primos do ramo de Petrópolis. Isso ficaria claro em 2013. Durante as manifestações de junho, d. Luiz (neto de Luis Maria) recomendou a seus seguidores que não fossem às ruas, temendo “envolvimento em atos de anarquismo”. Se fosse rei, a declaração o deixaria no alvo dos protestos. E o nome do liberal d. João, do ramo de Petrópolis, ganharia força. Empresário, fotógrafo e surfista, ele defende as monarquias parlamentaristas e representaria um sopro de mudança – pelo menos até que a república fosse declarada.
Quem é mais monarquista
13,3% – Brasileiros no exterior
13% – Rio de Janeiro
12,8% – São Paulo
13,3% – Brasileiros no exterior
13% – Rio de Janeiro
12,8% – São Paulo
Monarquias no mundo
– 16 na Comunidade Britânica
– 21 Parlamentaristas
– 7 Absolutistas
– 16 na Comunidade Britânica
– 21 Parlamentaristas
– 7 Absolutistas
Fontes: Casa Imperial do Brasil; Eduardo José Afonso, professor de história da Unesp; Estevão de Rezende Martins, professor de história da UnB; Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos; Oswaldo Munteal, professor de história da PUC-Rio; A Sociedade de Corte, livro de Norbert Elias; Tribunal Superior Eleitoral.
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